Fonte
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O Benfica conquistou ontem a sua segunda vitória no campeonato, desta vez fora, em Aveiro. Sem sofrer golos mas sofrendo ainda na segunda parte, depois de um primeiro tempo em que dominou totalmente e em que chegou a jogar em grande no quarto de hora inicial, altura em que se adiantou com um golo de Argel. O segundo, de grande penalidade, só apareceu mesmo no fim.
Em linguagem de Bolsa, a sessão começou em alta para os papéis do Benfica, mas depois teve muitas oscilações, chegou a mínimos para acabar razoavelmente.
Jesualdo tinha uma surpresa reservada: recompensou Ricardo Rocha e, na esteira do esquema-Bölöni, colocou-o a lateral-esquerdo. O resto era o mesmo de há oito dias e a equipa entrou muito bem. Com força e velocidade e com toda a equipa a trabalhar duramente. O Beira-Mar mudou à última da hora, já que Ribeiro se lesionou no aquecimento e entrou Sandro para trinco, enquanto Marcelinho foi improvisado a lateral-direito (saindo-se bem, aliás).
O começo foi muito pouco simpático. Simão abriu as hostilidades na primeira jogada, com uma entrada sobre Marcelinho – era para cartão, mas era a primeira jogada... E em cinco minutos houve de quase tudo: entradas duríssimas, chapadas (em Nuno Gomes), jogadores no chão a contorcerem-se por nada. Paulo Costa foi-se ficando pelos amarelos e acabou por dominar o jogo.
Quando o Benfica começou a jogar chegou rapidamente ao golo, na sequência de um canto,. O senão foi que as boas situações que conseguiu foram em lances de bola parada, mas o Beira-Mar fez quase uma falta em cada 30 segundos.
Ao fim de 20 minutos, porém, o Benfica já não era o mesmo. Era difícil manter o ritmo, mas claramente a equipa foi descendo, embora só na segunda parte passasse por verdadeiros problemas. Ao intervalo Sousa estendeu mais a equipa com Carlinhos a extremo-direito (saiu Levato) e o jogo mudou muito. Depois, também era claro que Roger trabalhava menos (quase nada) e Zahovic idem. por isso entrou Ednilson (saiu Roger) e o Benfica equilibrou-se. Mas só com Drulovic e Fehér, nos últimos minutos, é que Jesualdo conseguiu dar à equipa, em contra-ataque, alguma força ofensiva.
Sousa arriscara mais. Luís Manuel (lesionado) dera o lugar a Fary, que teve duas boas situações de marcar, como Ricardo Sousa teve um tiro que saiu rente ao poste. O Beira-Mar chegou a dominar, o lado esquerdo da defesa encarnada abanou muito e daí a necessidade de trancar a porta com Ednilson. O Benfica perdera ordem, até porque Petit ainda está longe da forma e teve algumas dificuldades. Na parte final, um “penalty” (de cansaço) de Areias, permitiu a Simão acabar com as dúvidas. Que ainda havia.
O jogo não foi nada fácil e Paulo Costa esteve tecnicamente bem, embora houvesse dúvidas em dois lances (Lobão sobre Simão, João M. Pinto sobre Carlinhos) mas as decisões pareceram aceitáveis. Disciplinarmente podia ter havido mais sangue...