Fonte
O Jogo
Afinal, contrariando o optimismo da SAD, "em menos de dez dias nada se vai solucionar", conforme garantiu ontem José António Camacho. Depois de, no dia anterior, Luís Filipe Vieira ter deixado a entender que o acordo estava por horas, o técnico colocou água na fervura. "Não sei se vou ficar. Veremos. Luís Filipe Vieira disse-me [ante]ontem que queria que ficasse, mas está a tentar encontrar soluções. Nada mais", garantiu Camacho, que dilatou o prazo indicado pelo presidente da SAD para a conclusão das negociações. "Segunda ou terça-feira seguramente não estará tudo decidido. Ainda há muito para negociar. Até agora foi uma situação, a partir de agora é outra totalmente diferente e dependerá de muitas circunstâncias. Não sei o que acontecerá no futuro. O que sei é que tenho contrato até 30 de Junho e que vou ter agora um período de férias", declarou Camacho mais uma vez referindo: "Não exijo nada, quem exige é a Imprensa e os jogadores."
Segundo o técnico espanhol, "Luís Filipe Vieira tem trabalhado muito para resolver a situação, mas o Benfica tem muitas dificuldades". Ou seja, se quiser voltar a ser campeão nacional e enfrentar com dignidade o acesso à Liga dos Campeões, "tem de contratar bons jogadores", porque, "as equipas campeãs são as que melhores jogadores têm". "O meu empresário trata do meu contrato, para mim o que importa é a componente desportiva e isso não se decide nem amanhã nem depois. Não se pode solucionar tudo de uma vez. Com Camacho ou não, o Benfica tem de encontrar outras soluções para ser campeão", resumiu o treinador.
"Se ficar é para, pelo menos, tentar ser campeã", adiantou o treinador, que se referiu à distância de 11 pontos que separa o Benfica do FC Porto neste fim de temporada, a qual considera "muito grande". "O FC Porto tem grande vantagem, basta dizer que a equipa do Benfica treina numa série de sítios diferentes, o que não acontece com a formação portista", declarou.
"Se ficar não podem sair imprescindíveis"
"Os jogadores fizeram uma boa partida", disse Camacho sobre o último encontro da época, mantendo a mesma atitude de respeito pelo adversário e apenas lamentando o facto de Simão não ter apontado qualquer golo, o que lhe garantiria o título de melhor marcador da SuperLiga. Sobre a eventual saída do camisola 20, o treinador espanhol afirmou: "Se Simão não é imprescindível, poucos o serão." E acrescentou: "Se ficar não pode sair nenhum dos jogadores que são imprescindíveis."
Fehér, autor de um "hat trick", e Cabral também mereceram elogios de Camacho: "Fehér jogou bem, marcou três golos, é um jogador que não tive oportunidade de ver durante muito tempo desde que cheguei ao clube. O mesmo se aplica a Cabral, que se esforçou bastante. Mantiveram sempre uma atitude positiva nos treinos ao longo da temporada."