Centro de Estágio e Formação

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03/12/2003 12:10 Actualidade Centro de Estágio e Formação Texto de Sónia Antunes no Jornal "O Benfica" «Existiu uma forte mobilização de recursos a todos os variadíssimos níveis, para a inauguração do Estádio...». Foi desta forma que o arquitecto Pedro George, um dos arquitectos responsáveis pelo projecto do Centro de Estágio e Formação do Sport Lisboa e Benfica, justificou a actual situação das obras. Contudo, desde o lançamento da primeira pedra, com todos os avanços e retrocessos que uma obra desta envergadura pode manifestar que tudo tem corrido dentro da maior normalidade e sem sobressaltos de maior. Dia a dia, desde há cerca de cinco meses para cá que o novo «ninho das águias» tem vindo a ser erigido e prevê-se a sua finalização total e global para Julho de 2005. Aí está a fábrica de sonhos e talentos do Sport Lisboa e Benfica! A questão da construção de um Centro de Estágio e Formação do Benfica tem uma longa história e começa mais precisamente a ser colocada nos anos 90, isto no tempo do eng. Gaspar Nero. Na altura, falava-se do Clube vir a construir um Centro de Estágio, mas tudo de uma forma muito difusa, muito superficial. Com a entrada de Manuel Damásio na presidência, a questão manteve-se em aberto e nessa altura ainda começaram a procurar-se terrenos, nomeadamente em Cascais, chegando mesmo a desenhar-se os primeiros esboços para o que poderia vir a ser o Centro de Estágio. Contudo, a ideia não vingou! Já com Vale e Azevedo como presidente do Clube, começou-se então a concretizar a ideia, juntamente com a Euroárea, e já no Seixal. Naquele momento já existia o terreno, o projecto estava delineado no papel, mas as situações que se desenrolaram, conhecidas de todos nós, não permitiram que na altura o sonho fosse para a frente! O projecto é então posto de lado e é reactivado somente com a tomada de posse de Manuel Vilarinho. O esboço que então existia é alvo de variadíssimas alterações pois a filosofia pretendida é totalmente diferente, muito concretamente ao nível das instalações para a formação, pois Vale e Azevedo pô-la de lado, optando por construir primeiro um Centro de Estágio só para profissionais. Por seu lado, e bem pelo contrário, Manuel Vilarinho, aposta na formação, ou seja, a sua filosofia engloba as duas vertentes. E foi assim que tudo se passou e o sonho começou finalmente, para gáudio de todos os benfiquistas, a ganhar «pernas para andar»... Dia 1 de Junho E foi precisamente no dia 2 de Junho de 2003, numa segunda-feira, que as obras arrancaram definitivamente! Desde então, e passados cerca de cinco meses que tem sido uma verdadeira azáfama na respectiva zona, com o barulho quase «infernal» das máquinas em manobras e com as centenas de trabalhadores ali diariamente presentes. De uma forma muito específica pode dividir-se o Centro de Estágio e Formação em seis áreas muito distintas, nomeadamente: Área reservada à Imprensa, área reservada ao lazer, área destinada aos quartos, área do refeitório, área administrativa e os campos; tudo isto numa extensa área de zona protegida, da reserva ecológica nacional. Existe assim duas situações: a primeira, numa zona mais baixa, a zona de trabalho imediatamente ligada aos campos, onde está situado o Centro Médico, o Ginásio e tudo o que é necessário para o trabalho diário dos atletas. Por cima dessa zona, numa superfície mais elevada, existe uma distribuição de cinco blocos, nomeadamente, a zona do refeitório, a zona administrativa, a zona das residências, a zona lúdica e a zona da Imprensa. Apesar do espaço estar perfeitamente distribuído, existe uma grande interactividade entre todos os locais. A circundar toda esta área está igualmente em construção um loteamento da Euroárea, uma escola, inclusive uma zona comercial e uma panóplia de acessos que permitirão um acesso perfeito ao complexo. Tudo isto pensado ao pormenor para tornar o local o mais apetecível e funcional possível! As fases de construção Desde o dia 2 de Julho que tem vindo a ser seguido todo um minucioso plano de construção para que nenhum pormenor seja descurado. Assim, a globalidade da obra está dividida em duas grandes e distintas fases ao nível de construção: Fase 1 – Julho 2003 a Fevereiro/Março 2004 Esta fase teve início precisamente no dia 1 de Julho e prevê-se a sua conclusão para Fevereiro/Março próximo. Esta fase é destinada à construção da zona dos campos e todas as infra-estruturas que a eles dizem respeito, nomeadamente, os edifícios de apoio, balneários, bancadas, entre outros. Esta é também a fase da vedação, ou seja, todo o complexo vai ser vedado, permitindo uma maior discrição para os trabalhos aí realizados. Actualmente é nesta fase de construção que o projecto se encontra, refira-se, e em muito bom ritmo! Aqui, de salientar que os campos sofreram algumas alterações desde o esboço inicial, muito concretamente ao nível das suas medidas, pois todos eles terão as medidas oficiais, o que inicialmente não estava previsto. De salientar ainda que um dos aspectos em maior andamento é a bancada com pala do campo principal, que começa já a ser erigida, prevendo-se a sua construção total para breve. Como se pode concluir, foi dada desde logo primazia aos campos e aos seus edifícios de apoio pois pretende-se que dentro da maior brevidade o Benfica e os nossos atletas já possam utilizar estas infra-estruturas para os seus trabalhos diários. Nota ainda para o facto desta fase puder vir a ser concluída muito antes das previsões iniciais, sinal factual que tudo se processa na maior normalidade! Fase 2 – Fevereiro/Março 2004 a Julho de 2005 Quando a fase 1 estiver concluída, iniciar-se-á de imediato a fase 2. Nesta fase está prevista a construção seccionada por blocos de todas as áreas edificadas, isto é, de todos os edifícios que o complexo comporta. As linhas gerais... Os autores deste projecto são três arquitectos, nomeadamente, Pedro George, Isabel Pessoa e Carla Silva, da firma Pedro George & Associados, Urbanismo e Arquitectura, Lda. As linhas de construção do projecto foram inspiradas em diversos locais e situações, retirando-se e aproveitando-se o melhor do tudo aquilo que já existia na matéria. Existiram então várias ideias! Os arquitectos responsáveis deslocaram-se a diversos países, nomeadamente, Milão, Inglaterra (Manchester), Barcelona, indo visitar os centros de estágio dos grandes clubes. Isso deu origem ao primeiro projecto! Depois, houve aspectos que surgiram dessas visitas, outros que apareceram num momento de inspiração e finalmente existiu a necessidade de ter em conta as especificidades do local onde o projecto se começou a erguer. Posteriormente, e numa fase final, realizaram-se visitas a vários centros de estágio em França, e daí surgiram novos afinamentos que foram introduzidos no esboço inicial. Tudo isto, ou seja, uma grande miscelânea de ideias deu origem ao projecto final com que agora nos deparamos! Uma suave encosta virada a sul... As linhas gerais do complexo são óptimas, sendo que está a ser erigido num terreno com uma paisagem magnífica e com uma localização fabulosa! A 20 metros situa-se o rio Tejo que circunda toda a área, uma fauna e uma flora lindíssimas e uma suave encosta virada a sul, que é aquilo que um arquitecto mais deseja! O terreno dispõe de uma suave ondulação, o que permitiu dispor os edifícios e os campos de forma a obter uma paisagem em consonância total com o meio envolvente. Isto é, onde se tenta uma adaptação total ao terreno! Foram criados blocos quase autónomos e estes foram sendo colocados no terreno à medida que este o permitia! Outro ponto a ressalvar é o facto do complexo se situar numa zona protegida, da reserva ecológica nacional e, portanto, foi necessário ter uma autorização do Governo, sendo que foram assumidos vários compromissos! Existe desta forma uma constante interacção entre o meio ambiente e a construção, tendo em conta que são respeitados a flora (vão ser plantadas ainda mais árvores), e a fauna ali existentes. Outro factor que foi tido em conta é que não querendo que o Centro de Estágio se tornasse numa fonte de poluição, está a ser construída uma estação de tratamento de águas residuais. Assim, a relva dos campos cresce e há que utilizar adubos, pelo que estas águas da rega serão reconduzidas para a ETAR e só depois de devidamente tratadas serão encaminhadas para o rio. O meio ambiente verdejante e ondulante, a paisagem no seu todo, é indubitavelmente um dos trunfos primordiais do complexo! Os nossos jogadores vão ter condições de trabalho excepcionais num ambiente de eleição! Acessos e zonas circundantes Para que o complexo seja o mais funcional possível foi igualmente necessário pensar a forma de fazer chegar ao mesmo as pessoas! Falamos muito concretamente dos acessos, sendo que no momento estes ainda não são os ideais! Para pedestres são medianamente bons, com a estação fluvial, o comboio, e daqui a alguns anos o Metro de superfície. Os transportes públicos são relativamente bons. Para quem vem de veículo automóvel é que as coisas são um pouco mais complicadas, mas com o tempo também este factor será resolvido e para muito melhor, nomeadamente quando o Plano Rodoviário do Seixal estiver concluído. Aí sim, as acessibilidades serão verdadeiramente óptimas! Circundando o complexo desportivo está igualmente em construção um loteamento da Euroárea que se localizará precisamente a Norte/Poente do Centro de Estágio. Este constituíra uma extensão do centro, do núcleo do Seixal. Entre os dois empreendimentos estará uma vedação que não ferirá a paisagem envolvente, bem pelo contrário. Serão construídos cerca de 1600 fogos, isto em 22 hectares de terreno, tendo ainda lugar a construção de uma escola, muitas zonas verdes de lazer, um vasto complexo desportivo, uma média superfície, um hotel, comércio local, ou seja, prevê-se um espaço muito composto e apetecível! Nota ainda para o facto que será um magnífico motor de desenvolvimento para o Seixal, trazendo-lhe uma nova vida e muito progresso para a região! Custos e alterações... Desde que o primeiro esboço foi desenhado até ao lançamento da primeira pedra que foram feitas inúmeras alterações. Ao nível de custos também tal aconteceu, sendo que foram feitos vários cortes no projecto para que este se tornasse o mais funcional possível, mas longe de ser apelidado de luxuoso. O Benfica recusou-se desde logo a entrar em megalomanias, contudo, a atmosfera será espartana, confortável e muito funcional! Por exemplo, era para existir uma piscina, mas achou-se desnecessário, os próprios balneários foram já reduzidos, mas continuam com o máximo de funcionalidade. Outro dos aspectos que foi alterado foi a dimensão dos campos, sendo que todos eles terão as medidas oficiais. Por outro lado, o projecto foi desenhado de forma a que tudo seja construído gradualmente, de forma faseada, consoante a disponibilidade financeira do Clube! Assim, pode afirmar-se que não existiu qualquer atitude irreflectida e impensada, sendo que tudo foi estudado de forma muito cautelosa para que o projecto atinja o seu término e toda a sua globalidade! É evidente que olhando agora para o projecto final poder-se-iam mudar alguns pormenores aqui ou ali, mas as grandes linhas, as grandes decisões acerca da sua configuração são precisamente as que eram pretendidas e portanto, nada foi alterado desde o início das obras. As mesmas têm decorrido sem sobressaltos, na mais perfeita normalidade e tudo parece encaminhar-se para bom porto. Salvo algum atraso aqui ou ali, a que aliás todas as construções desta envergadura estão sujeitas, e ao facto da mobilização de recursos para as obras no Estádio, o complexo continua a erguer-se, a crescer de dia para dia, tornando-se o «novo menino dos olhos» de todos os benfiquistas, prevendo-se, aliás, que o seu términos aconteça muito antes do inicialmente previsto! O Centro de Estágio e Formação em seis divisões... Área reservada à Imprensa O nosso Clube desperta diariamente um enorme interesse na comunicação social. Assim, atendendo ao facto que diariamente serão muitos os jornalistas a deslocar-se ao Centro de Estágio para acompanhar a vida do Clube, foi criada uma Sala de Imprensa. Atendendo à especificidade do complexo que é vocacionado para a preparação física e psicológica dos jogadores, a zona reservada à comunicação social aparece ligeiramente afastada, para que o trabalho executado pelos diferentes média não interfira no funcional normal do complexo. Vedar os acessos físicos e visuais foram preocupações incontornáveis na elaboração do projecto e a circulação automóvel também será diferenciada, existindo parques de estacionamento exclusivos para jornalistas e para carros de directos. Neste local existirá um auditório com capacidade para 75 pessoas, para projecção de filmes, conferências de Imprensa, seminários, etc.; um espaço de convívio com serviço de bar e uma pequena copa de apoio, assim como uma sala de entrevistas e várias áreas de trabalho distintas. Área reservada ao lazer Este edifício foi orientado segundo o eixo nascente-poente, o que lhe permite gozar, a sul, de uma exposição solar favorável e de um sistema de vistas muito diversificado. Precisamente em frente, pode ver-se um dos campos do complexo, no caso aquele que menores dimensões terá (45x50 m) Na área reservada ao lazer, onde serão passadas grande parte das horas vagas, os jogadores encontrarão um espaço inteiramente dedicado a jogos, encontrarão ainda uma zona de estar, várias salas de estudo, cada uma delas equipada com computadores pessoais. Estes equipamentos vão permitir não só a constante actualização dos futebolistas profissionais, como também a educação dos mais jovens hóspedes do Centro de Estágio, que conciliarão a actividade desportiva e a vertente escolar. É também através deste bloco que os jogadores têm acesso à zona de Imprensa e entre os dois edifícios estender-se-á uma passagem estreita e longilínea, que permitirá a manutenção da necessária distância entre as zonas. Área destinada aos quartos Ao fundo, na imagem, situa-se o bloco dos quartos. Estes apresentam-se virados a nascente, usufruindo assim de muito sol pela manhã e ainda uma vista esplêndida para o rio Tejo, e terão um extenso corredor a poente, por onde se fará toda a circulação deste edifício. O corredor, que conduzirá aos elevadores, possibilitará a comunicação entre os ocupantes e a passagem directa entre o interior deste corpo e o átrio de recepção e distribuição, áreas que se encontram no bloco que rasga toda a zona de quartos. Aqui haverá ainda uma sala de convívio e outra de estar, onde as visitas poderão encontrar os jogadores. O edifício dos quartos será o mais alto e estará dividido em dois grandes núcleos. O profissional, que ocupa os últimos pisos, e o da formação, que abrange os pisos inferiores. Terá quartos “single” e dois tipos de quartos duplos – um para profissionais e técnicos e outros para jovens em formação (com camas de beliche e quartos de estudo). Ao todo, o bloco terá capacidade para 190 camas e não foi esquecido um espaço exclusivo para o presidente. Área do refeitório A zona destinada ao refeitório – na figura é o corpo mais próximo da rotunda existente no exterior do complexo – caracteriza-se por um total encerramento a noroeste e sudoeste, resultado da necessidade de garantir absoluta privacidade aos jogadores e equipas técnicas. Neste edifício, mais baixo que os restantes, vão criar-se duas áreas de refeições. Uma com serviço de mesa, destinada à equipa principal, outra em regime de “self-service”, poderá ser utilizada pelos mais jovens. Existirá ainda uma copa de apoio, que poderá servir os pequenos-almoços e permitir que a cozinha principal permaneça encerrada. Esta última possuirá todos os apoios técnicos necessários (câmaras, frigoríficos, economatos, etc.) e acesso de serviço independente através de uma rampa exterior com ligação directa à via de serviço. O refeitório terá capacidade para servir 200 refeições em simultâneo. Área administrativa É o segundo mais alto dos edifícios e está bem no centro desta imagem, fechando o espaço central, que será aquele onde o trabalho decorrerá, na sua vertente oeste. Virado para a entrada principal do complexo, onde se encontra a Portaria, que controlará todas as entradas e vigiará as zonas mais sensíveis, é o primeiro obstáculo visual ao interior do Centro de Estágio. Possui uma entrada poente, destinada ao público em geral, e outra a nascente, para o pessoal administrativo e técnico. Dentro deste edifício poder-se-ão encontrar vários gabinetes de trabalho, tanto aqueles que serão utilizados pelo futebol profissional como os que só funcionarão na área da formação. Existirá ainda uma secretaria e uma recepção. O piso zero estará reservado ao pessoal que trabalha com as camadas jovens, o piso 1 estará ao serviço do futebol profissional. É aqui que os administradores da SAD «encarnada» e restantes dirigentes poderão reunir-se e trabalhar dentro da maior tranquilidade e discrição. Os campos Serão precisamente seis os campos a construir, quatro relvados e dois sintéticos. Devido ao espaço ondulante do terreno, estes campos irão estender-se em níveis diferentes, consoante o local onde sejam feitos. Haverá mesmo uma sensação tridimensional, isto porque os campos serão erigidos em níveis de altitude diferentes. O campo n.º 4 será o mais elevado, precisamente 15 metros acima da linha da água, enquanto os restantes se elevarão a 12, 9, 7 e 5 metros. Dois deles terão iluminação própria. Para além disso, o campo principal terá bancadas com capacidade total para 1500 pessoas, bilheteiras, casas de banho, sendo que todos estes componentes serão independentes, existindo até uma entrada exclusiva para os utentes deste relvado.