Cláusula de rescisão de 20 milhões de euros

Fonte
www.abola.pt
As negociações já começaram. Pedro De Felipe, empresário de José Antonio Camacho, foi o primeiro a contactar o Barcelona, através do seu director geral, Xavier Pérez Farguell. O Benfica pretende o jogador (vinculado aos blaugrana até 2006) até ao final da época e os catalães até aceitam a pretensão encarnada. Falta agora convencer Van Gaal, que também não coloca entraves à saída de Geovanni se Joan Gaspart, presidente do clube, lhe fizer a vontade no que respeita a contratações — Chivu e Trezeguet são os mais desejados. O grande problema que envolve o negócio poderá mesmo ser o dinheiro. Geovanni, apesar de jovem e pouco utilizado pelo técnico holandês, aufere um vencimento que ronda os 200 mil euros, números quase proibitivos para a bolsa benfiquista. Além disso, o Barcelona também não pretende suportar metade do seu vencimento, mas sempre poderá pagar qualquer montante. Caberá agora ao Benfica, através da influência de José Antonio Camacho e da capacidade de diálogo do director geral da SAD, António Simões, tentarem contornar a situação. Outro elemento Outro elemento necessário nas negociações é o empresário do jogador, Roberto Assunção, que publicamente já disse que o jogador está disponível para o empréstimo. Assunção deverá chegar a Barcelona no domingo (não conseguiu passagem para mais cedo) para conversar com Geovanni e com os dirigentes do Barcelona. Por sua vez, De Felipe está em Madrid, assistiu ontem ao jogo entre o Real Madrid e o Sevilha e também ele está ao corrente da situação. Geovanni é um jogador a quem os adeptos catalães reconhecem qualidade, mas que entendem ter sido demasiado caro para as poucas vezes que foi utilizado na equipa. Atribuem parte da culpa ao treinador Van Gaal, mas a ideia que fica é que dirigentes, equipa técnica e adeptos não vêem com maus olhos a possibilidade de o jogador ser emprestado. Geovanni também quer jogar, portanto só falta mesmo o entendimento em relação ao seu salário — e o Benfica espera que o brasileiro aceite baixar o ordenado ou que o Barcelona pague grande parte dele — para que Camacho tenha o extremo-direito que tanto quer, depois da lesão de Pedro Mantorras. Luz é excelente solução A possibilidade de Geovanni jogar no Benfica até final da época é encarada de forma muito positiva pelo seu sogro e empresário, Roberto Assunção. Em declarações proferidas ontem a A BOLA, o representante do internacional brasileiro foi taxativo: «Se o Barcelona entender que o empréstimo é o melhor para ele, o Benfica é uma excelente solução porque se trata de uma grande equipa. Aconselharia-o a ir para Portugal.» Ontem à noite, Assunção dispunha de poucas informações sobre o desenrolar do processo mas acredita que hoje terá lugar uma evolução. «Falei com ele há pouco e estamos à espera de uma comunicação dos dirigentes do Barcelona. Acredito que hoje me digam alguma coisa. Senão, ligo eu para eles», acrescentou, desconhecendo a existência de uma reunião realizada ontem à tarde entre Louis van Gaal e o director geral dos blaugrana, Xavier Pérez Farguell, a propósito das dispensas do plantel. Mas há um dado adquirido: «Geovanni não tem sido opção. É verdade que foi convocado para muitos jogos mas não sai do banco. E ele necessita jogar!» E os salários? Não será o brasileiro um jogador demasiado caro para os cofres encarnados? A resposta está na ponta da língua: «Geovanni não tem um ordenado baixo mas acredito que os valores estejam ao alcance do Benfica. Vamos ver o que o Barcelona tem a dizer neste aspecto..» Roberto Assunção encontra-se em Minas Gerais e deverá viajar, no domingo, para a cidade condal, com o objectivo de acertar o empréstimo do jogador para a Luz. E a finalizar, deixou a mensagem: «Quem sabe se não nos encontraremos todos em Lisboa...»