Clésio e o título: «Chorei no aeroporto»

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record.pt

Faz hoje precisamente um ano que Clésio Baúque viveu o momento ‘mais intenso’ da sua ainda curta carreira. O jogador moçambicano foi a surpresa de Rui Vitória no onze que alinhou em Aveiro, diante do Tondela (4-0), tendo desempenhado as funções de lateral-direito.

Esses 64 minutos, que jamais esquecerá, permitiram-lhe sagrar-se campeão, embora tivesse acabado a época nos gregos do Panetolikos. "Estava a viajar da Grécia para Moçambique e a acompanhar o resultado pela Internet. Quando soube que tínhamos sido campeões, chorei de emoção no aeroporto. Foi algo único."

 

Passado um ano, o futebolista, de 22 anos, recorda a experiência e como percebeu que o sonho poderia ser real. "Andava a treinar-me há alguns dias com a equipa e o treinador sempre elogiou a minha entrega. Dois dias antes, colocou-me no lado direito, ao lado dos habituais titulares da defesa. Como havia lesionados e comecei a treinar do outro lado, percebi que talvez tivesse hipótese."

 

Clésio revela o que lhe disseram Rui Vitória e os colegas. "O míster confirmou que ia jogar. Disse que foi o meu mérito que o levou a apostar, ninguém tinha pedido. Senti um grande apoio dos mais experientes, como Gaitán, Jonas e Luisão, assim como de Rui Costa. Disseram-me para jogar como se fosse um treino, que se errasse era humano e isso dá confiança. Entrei solto graças a estas palavras."

 

No fim, "todos foram impecáveis". "Deram-me os parabéns. Disseram-me para continuar assim que ia ter mais oportunidades". Não voltou a ter, mas bastou para entrar na galeria dos rostos do tricampeonato.

 

Leões e dragões felicitaram

 

Quando recolheu ao balneário em Tondela, assim como nas horas seguintes, viu-se confrontado com centenas de mensagens. "Nem queria acreditar. De Portugal, Moçambique, adeptos do FC Porto e Sporting, uniram-se para me dar os parabéns. Gostava de ter respondido a todos, mas não consegui", lamenta.

 

Só faltou jogar no Estádio da Luz

 

Clésio Baúque não esconde que atuar pela equipa principal do Benfica foi um ‘sonho’ tornado realidade, mas para este ficar cumprido na sua totalidade faltou apenas uma coisa. "Gostava de ter a oportunidade de jogar no Estádio da Luz. Foi o que faltou para ser perfeito", destaca.