Com Camacho não há meio caso

Fonte
www.abola.pt
Não restam dúvidas que a entrada de José Antonio Camacho constituiu verdadeira mais valia para o plantel encarnado. Hélder não esconde que os jogadores não precisam de se preocupar com mais nada que não seja... jogar futebol. — Se tivesse de comparar Camacho com algum dos treinadores que já teve, com quem seria? — Não o comparo com ninguém. Ele tem uma maneira muito própria de ver o futebol e de estar numa equipa grande. — É o homem certo para o Benfica? — Sabendo o prestígio que ele tem, a forma como trabalha, como encara os problemas, tem sido muito importante a passagem dele pelo Benfica. Ele centraliza os problemas, não só da equipa mas um pouco de todo o universo do clube, libertando os jogadores para estarem unicamente concentrados naquilo que lhes compete, que é trabalhar da melhor maneira nos treinos e nos jogos. Ele foi jogador do Real Madrid durante 14 anos, esteve inserido numa grande estrutura durante muitos anos, sabe o que é viver com a pressão, com certos problemas e sabe a facilidade com que os jogadores muitas vezes se envolvem em determinados problemas que até nem lhe dizem respeito. Ele tem feito tudo para desviar as atenções de determinadas coisas que possam interferir com o grupo. — E se ele não ficar? — Creio que tem todas as condições para não sair. As pessoas estão contentes com ele, os jogadores cada vez acreditam mais nele e na maneira como trabalha. Estamos identificados com a sua mentalidade e com todas as coisas boas que ele pode trazer, visto ter um carácter bastante forte. Penso que também já manifestou o desejo de no final da época poder continuar, poderá ficar se as coisas forem bem faladas e bem pensadas, sabendo que tem uma equipa que vai dar a cara por ele como ele dá a cara pela equipa. — Foi fácil a identificação com os métodos que trouxe? — No início custou um pouco. Mas com a experiência que tem conseguiu, de forma alegre e positiva, passar uma mensagem boa o que fez também com que nós acreditássemos na sua autoridade e na sua maneira de estar no futebol. — Camacho é a tal voz forte que faltava no balneário? — É. Ele não deixa passar nada. Não se chega a criar meia situação que seja, não chega a criar-se um caso, porque quando vai a meio já ele resolveu o problema. Está atento a tudo, interfere em tudo e isso é importante para nós porque não precisamos de nos desviar do nosso pensamento. Sentimos que estamos sempre protegidos por ele ou pelo Pepe. Ele não gosta de trabalhar com muita gente, mas exerce uma liderança bastante forte nas pessoas que estão mais perto dele.