A secção de classificações do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol reúne-se segunda-feira para analisar o boicote dos árbitros aos exames escritos e físicos de sábado, revelando-se avessa à mudança das regras com a época em curso.
“Um acórdão do Conselho de Justiça da época passada, resultante de recurso apresentado pelo árbitro Rui Rodrigues, e que teve patrocínio jurídico da APAF, deliberou que as Normas de Classificação não podem ser alteradas depois do início das competições”, justificou, à Lusa, José Ferreira Nunes, responsável pela secção das classificações.
Em causa está o facto de os árbitros da primeira categoria se terem recusado a realizar exames escritos e físicos previstos para sábado, em Tomar, protestando contra o peso destes parâmetros na avaliação final, nomeadamente de cinco por cento, e desejando a alteração do que foi estipulado e aprovado por unanimidade pelo conselho de arbitragem.
O dirigente – vice-presidente da secção de classificações, mas que na prática a lidera, pois Vítor Pereira, presidente do CA, é quem faz as nomeações e não pode acumular funções - revela que “uma apreciação definitiva sobre esta matéria será efetuada na reunião da próxima segunda-feira”.
Ainda assim, José Ferreira Nunes tece críticas à ação da APAF, presidida por José Gomes: “Instada a enviar contributos para as Normas de Classificação para a presente época, a APAF demitiu-se de o fazer”.
“O Conselho de Arbitragem decidiu aprová-las, por unanimidade, com as provas escritas a ter peso classificativo. Entre 15 de julho de 2015 e 05 de setembro, a APAF e/ou qualquer filiado não levantou qualquer questão sobre o peso na classificação final dos testes físicos”, acrescentou.
José Ferreira Nunes diz mesmo não entender a posição e o que pretende a APAF: “Apesar da boa vontade demonstrada pelo Presidente do CA, o presidente da direção da APAF informou que os filiados não estavam dispostos a efetuar as provas físicas sem garantia objetiva de que o CA altera as Normas de Classificação. Questionados sobre o que pretendem, respondem que não sabem e que têm que ir estudar o assunto”.
O dirigente recorda que a APAF e os seus filiados tomaram conhecimento das Normas de Classificação, nomeadamente do peso das provas escritas no apuramento da classificação final.
“Prova disso o argumento que utilizaram na primeira ARA (Ação Reciclagem Avaliação) no Luso, para solicitar o adiamento da realização do primeiro teste escrito regulamentar”, concluiu.