DIABRURAS DE SIMÃO SABROSA

Fonte
www.correiodamanha.pt
Com o Mário Duarte completamente lotado, o Benfica arrancou uma preciosa vitória ante um Beira-Mar, que no início do jogo se mostrou algo desconcentrado. Na realidade, o facto do lateral-direito aveirense, Ribeiro, se ter lesionado no período do aquecimento, fez com que o técnico António Sousa procedesse a ajustamentos de última hora, fazendo deslocar o médio Marcelinho para a direita, que, em parceria com Lobão, passou a constituir a brigada que tentou travar as investidas de Simão Sabrosa. Aliás, foi precisamente até esse automatismo ser conseguido que os encarnados desfrutaram das maiores facilidades no terreno de jogo. O Benfica mandou praticamente durante toda a primeira parte. A defesa muita segura e com dois trincos a fechar bem as linhas de passe, neutralizaram, lance após lance, as ténues tentativas dos donos da casa no ataque. Zahovic teve então o espaço de manobra que necessitava e esmerou-se nos passes rasgados para as costas do adversário, solicitando Roger e Simão Sabrosa. Um esquema táctico 4x2x1x3 que harmonicamente alargava a frente do ataque, sendo que Armando (à direita) e Ricardo Rocha (na esquerda) subiram sempre muito bem em apoio do ataque. Com a obtenção do golo, pelo brasileiro Argel (marcou de cabeça), o Benfica cresceu ainda mais e passou a desperdiçar várias oportunidades. Após o intervalo, o cariz da partida modificou-se. O Beira-Mar tornou-se mais expedito e um remate de Ricardo Sousa aos 59 minutos causou calafrios ao último reduto das águias. A entrada de Carlinhos trouxe outra dinâmica ao jogo e depois Fary rendeu Luís Manuel, que saiu lesionado, e o Beira-Mar tornou-se mais perigoso. O senegalês trouxe mais dinâmica ao ataque aveirense e demonstrou que é a opção mais válida para o “onze” de António Sousa. Apesar do Beira-Mar ter crescido no segundo tempo, o jogo viria a terminar com mais um golo, apontado por Simão Sabrosa, numa grande penalidade a castigar a entrada com a mão de Areias a centro de Drulovic. Jesualdo Ferreira “O Beira-Mar é uma equipa muito boa, aguerrida, dura e agressiva. Jogámos melhor na primeira parte mas perdemos boas ocasiões de golo. Ganhámos com mérito e estamos de parabéns, quero ainda destacar pela positiva a postura do Beira-Mar e o trabalho do árbitro”. António Sousa “Tivémos um excelente comportamento ao longo dos 90 minutos, mostrando uma boa atitude. No entanto, considero que o resultado é exagerado. Resta-nos a consolação da postura da equipa e estou convicto que podemos fazer um bom campeonato”. A festa Aveiro viveu ontem as emoções deste encontro. Houve quem dissesse que o Benfica deveria jogar pelo menos três ou quatro vezes por ano em Aveiro. Um exagero que faz todo o sentido, dado o imenso número de adeptos que há na região. À parte disso, o jogo foi emotivo e as claques portaram-se ordeiramente. Quando assim é, o espectáculo sai beneficiado. O presidente aveirense disse mesmo que se o Benfica jogasse uma vez por mês em Aveiro a sua equipa lutava pelas competições europeias. Picardias A primeira parte do encontro foi muito faltosa. A equipa da casa cometeu 20 faltas e o Benfica 10. O árbitro Paulo Costa sentiu algumas dificuldades em controlar as animosidades dos jogadores de ambas as equipas, mas acabou por impor a sua autoridade. Houve até picardias feias, evitáveis em profissionais do mesmo ofício e que em nada dignificam o futebol. Uma situação que felizmente melhorou na segunda parte da partida.