Diferença está no zero

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www.abola.pt
O início da segunda temporada do projecto liderado por Luís Filipe Vieira, o Benfica é líder do Campeonato. Comparativamente ao mesmo período do primeiro ano desta nova era, a equipa está diferente. Nos nomes e na performance. Não porque marque muitos mais golos, mas porque não sofre. Não só o sector defensivo está mais coeso, como o meio-campo demonstra outra capacidade de pressing e entreajuda. No score actual (5-0) a diferença está mesmo... no zero. Durante três semanas os benfiquistas têm razões para sorrir, pois o clube mantém-se no primeiro lugar da SuperLiga, o que não acontecia há muito tempo — antes o nome do campeonato era diferente mas o marketing não estava tão explorado. Um lugar no topo que se deve a apenas duas vitórias, mas correspondentes a outras tantas partidas. Apesar do escasso número de jogos oficiais realizados, encontram-se, porém, semelhanças mas acima de tudo diferenças em relação à época passada, um termo de comparação pertinente, pois foi no defeso de 2001/2002 que começou a ganhar corpo um novo projecto desportivo para o clube, liderado por Luís Filipe Vieira, e já com Jesualdo Ferreira integrado na sua génese. Com efeito, em somente dois encontros descobrem-se evoluções na equipa encarnada. Não só nos nomes (basta ver o onze-tipo do início de cada temporada) mas acima de tudo nos resultados e na forma como as contendas foram encaradas. A caminho da terceira jornada, a correlação de golos marcados e sofridos é francamente positiva, principalmente de se tiver em linha de conta que os mesmos resultam de embates com equipas que, na época passada, causaram gritantes dificuldades ao Benfica [ver peça à parte]. Menor eficácia ofensiva Em 2001/2002, no final da segunda jornada, os encarnados somavam quatro pontos e a equipa demonstrava algumas dificuldades em termos ofensivos mas, fundamentalmente, sérios problemas defensivos. Por exemplo, em duas partidas, os jogadores comandados então por Toni tinham conseguido fazer nove remates perigosos (quatro golos) e permitido que os adversários (Varzim e Salgueiros) o fizessem por oito vezes (dois golos). Já na presente temporada, os encarnados conseguiram rematar com muito perigo por 12 ocasiões (cinco golos) e deixaram que os oponentes causassem calafrios a Moreira em oito momentos. Isto é, este ano até que a eficácia ofensiva é inferior mas já no capítulo defensivo o cenário é diametralmente oposto, já que com as mesmíssimas ocasiões de golo causadas por Marítimo e Beira-Mar, nenhuma destas equipas conseguiu alcançar o seu ensejo. Se a isto atentarmos às questões menos objectivas — maior disponibilidade física de alguns jogadores, a exemplo de Zahovic, e maior interligação entre sectores — é seguro dizer-se que o Benfica está melhor em relação ao mesmo período do ano passado. Mas dizem os especialistas que uma equipa vencedora começa a formar-se pela retaguarda. É o que está a acontecer.