Fonte
abola.pt
«O Benfica sente-se no direito de questionar, em forma de carta aberta, Luís Guilherme e Pinto de Sousa, presidentes dos C.A. da Ligas e FPF». Os encarnados mostram a sua revolta em relação à arbitragem numa carta aberta endereçada a estes responsáveis, procurando alertar para o que dizem ser «os nefastos efeitos que um conjunto invulgarmente excessivo de arbitragens a todos os títulos lamentáveis tem produzido»
É grande a preocupação do Benfica em relação ao estado da nação: «Semana a semana, o país tem vindo, de facto, a ficar esmagado com a predestinação, no campo da arbitragem, de uma série de actuações medíocres, tendenciosas e persistentes que mais não fazem do que contribuir, de um modo geral, para o descrédito do futebol.»
Os referidos erros estão a «contribuir para o descrédito competitivo desta nova SuperLiga», diz a missiva do Benfica, que não deixa de se referir também ao estado actual da arbitragem: «Pela primeira vez e por vontade dos clubes, entre os quais o nosso, a arbitragem foi entregue aos árbitros, numa decisão histórica determinada pelo senso comum e pela boa fé na idoneidade de todos os que se dizem interessados na limpeza e consequente transparência da arbitragem nacional.»
Mas... não se vêem ainda os resultados desta mudança de fundo, dizem: «Lamentavelmente, estamos perante um quadro de actuações continuadamente desastrosas que tem legitimado todas as dúvidas sobre a lealdade entre concorrentes e que, por excesso, tornou já imparável, de Norte a Sul do País, a questão que todos colocam: a SuperLiga 2002/03 quer ou não quer ser uma competição séria?»
Uma luta em que os encarnados dizem estar acompanhados: «Outros clubes, outros dirigentes viram-se forçados a vir recentemente a terreiro, dando sinais de protesto e de enorme preocupação face ao rumo tão vincado, tão dirigido, dos acontecimentos. O Benfica (...) está farto e não tolerará mais ouvir dizer (...) que errar é próprio dos homens, sobretudo quando errar tanto já é desumano.»
Finalmente a mensagem para os homens fortes da arbitragem: «Caríssimos Luís Guilherme e José Pinto de Sousa, de quem não duvidamos nem da competência, nem da seriedade, nem do empenho, nem — muito menos — do embaraço que hoje devem sentir: o que pretendem os senhores fazer para que a SuperLiga 2002/03 chegue ao fim envolta no espírito de transparência, de justiça e de renovação com que, esperançosamente, se iniciou?»