Fonte
JOrnal "A Bola"
No preciso momento em que a Fiorentina começou a ceder à intransigência de Nuno Gomes e admitiu emprestá-lo ao Benfica, os Ingleses complicam estratégia encarnada, surgindo propostas de Tottenham e Birmingham. Falta saber se serão suficientemente aliciantes para seduzir o jogador...
O Tottenham já fez chegar uma proposta a Nuno Gomes e caso o negócio avance, a estratégia do Benfica para conseguir a cedência, por empréstimo, do internacional português poderá ir por água abaixo.
Os ingleses entraram na corrida por Nuno Gomes, numa altura em que a Fiorentina já admitia emprestar o jogador aos encarnados, mesmo impondo condições que passariam por «um sacrifício» económico do jogador.
Em Florença, a partida do avançado é um dado adquirido para adeptos, jornalistas e dirigentes e face à delicada situação do clube, que se sente igualmente pressionado pelo tempo, os dirigentes viram-se obrigados abandonar a atitude irredutível dos primeiros tempos e agora admitem emprestar Nuno Gomes a troco de alguma contrapartida financeira.
Para mal dos pecados do clube italiano, dinheiro é coisa que também não abunda para os lados da Luz, razão mais que suficiente para que a SAD encarnada adoptasse uma estratégia de desgaste, apostando na declaração de falência por parte da Fiorentina, para então concluir a operação.
É neste contexto que o interesse assumido de clubes ingleses vem complicar, e de que maneira, a estratégia benfiquista, já que a Premier League é uma competição apetecível para qualquer jogador e a capacidade financeira dos seus clubes é das mais sólidas do mundo.
Além do Tottenham, também o Birmingham fez chegar uma proposta a Nuno Gomes, sendo de admitir, porém, que esta solução possa não exercer tanto entusiasmo como a primeira. Porém, uma vez mais, a posição do jogador será determinante para que o Benfica possa continuar a sonhar com aquele que seria, sem dúvida, a mais sonante das contratações.
Por enquanto, a bola continua do lado da Fiorentina, mas — a menos que a proposta dos ingleses seja irrecusável — o tempo joga a favor dos encarnados. A Fiorentina tem até ao final do mês para apresentar na Federcalcio a liberatoria, o famoso documento assinado por todos os jogadores, fazendo constar que o clube nada lhes deve.
Tarefa difícil, diga-se de passagem, pois nem os 19 milhões de euros que Cecchi Gore prometeu desbloquear são suficientes para fazer face aos ordenas em atraso, hipotecas por levantar e depositar o equivalente a sete décimas do aumento de capital das acções da SAD.
Aliás, tivesse sido noutro país e a Fiorentina estaria irremediavelmente na bancarrota. Mas em Itália, a ética e os acordos tácitos são para respeitar e nenhum jogador se atreveu ainda a enviar a carta de rescisão.
Com seis meses de salário em atraso, todos poderiam fazê-lo e dificilmente a societá conseguiria reunir o montante em dívida no período máximo de 20 dias, previsto por lei. No entanto, se a situação de crise se arrastar, nada impede que tal possa vir a suceder...