Fonte
www.record.pt
O Benfica 2002/03 começou ontem a ganhar segundo fôlego: depois do estágio de pré-época, em Agosto, noutro país e com outro treinador, o plantel encarnado iniciou, num fim-de-semana nas Caldas da Rainha, a preparação para a segunda fase da SuperLiga, sob as ordens do interventivo José Antonio Camacho. Com os jogos frente a Vitória de Guimarães e Marítimo como desafios imediatos mas sempre com a Liga dos Campeões e o título na mente, o técnico espanhol orientou dois treinos sobretudo físicos, mas sempre com bola, para aligeirar.
No relvado, o laboratório de Camacho contempla exercícios que obrigam a correr mas que têm sempre uma preocupação táctica ou técnica: cruzamentos, pressão, finalização ou ligação entre sectores. Fora do campo, a intenção é reforçar o espírito de grupo e trabalhar sob as ordens de um novo técnico – aproveitando o facto de não haver a pressão de disputar jogos imediatamente a seguir.
O primeiro dia do estágio que hoje termina decorreu sem sobressaltos e com períodos de muita animação ou intenso trabalho, como a equipa técnica previra. Mas nem tudo são rosas: faltam muitos jogadores, incluindo Simão Sabrosa, a mais recente baixa.
Simão com febre
Apenas 16 jogadores se apresentaram no Complexo Desportivo das Caldas da Rainha, ontem de manhã. Mais tarde surgiram Hélder e Bossio, que chegaram atrasados, e o número subiu para 18. Para o treino vespertino, Argel tornou-se no 19º elemento. Como Carlitos só fez trabalho à parte, na prática, Camacho só treinou 18 atletas. Faltaram dez.
A ausência mais importante e surpreendente foi a de Simão Sabrosa. O extremo encarnado surgiu na Luz, antes da viagem, com 38,5 graus de febre. Por isso ficou em Lisboa, tal como os outros lesionados – Mantorras, Sokota, Ednilson, Ricardo Rocha e Roger.
Outro elemento que faz falta ao treinador do Benfica é o seu braço-direito e ideólogo dos treinos, Pepe Carcelén. O estado de saúde débil da mãe reteve-o em Espanha.
Os oito trabalhos de Camacho
1. Nove contra nove, troca de bola apenas com a mão, para fazer golo de cabeça. Exercício serve de aquecimento e, de manhã, a evidente boa disposição proporciona o quebrar do “gelo”
2. Treino de sectores. Condução de bola pelas laterais e cruzamento para um finalizador. O ritmo elevado funciona como preparação física, mas o objectivo do golo é evidente
3. Jogo de três equipas, em que uma delas está no “meiinho” e tenta ganhar a bola para não ter de correr tanto. Os outros tentam cumprir o objectivo de fazer sete passes consecutivos
4. Novo jogo, mas de forma livre e com o objectivo do golo. O facto de o espaço ser muito curto leva a que as equipas (nove elementos) sejam obrigadas a circular de forma eficiente a bola
5. Partida a meio campo, com passe livre, duas balizas sem “guardião” e a condição de fazer golo apenas com a cabeça, sempre com cruzamento longo e não através de bolas picadas de perto
6. Regresso do treino por sectores. Troca de bola a meio campo, abertura nas alas e cruzamento para finalização dos avançados, com a oposição de três defesas
7. Outro jogo, num quarto de campo, com o objectivo de obter um golo. Quem marca fica e quem perde sai, entrando uma terceira equipa. Os derrotados fazem “sprints” de 50 metros
8. No fim do treino, primeira situação sem bola. Em campo inteiro os jogadores (cada um na sua posição de raíz) treinam movimentação conjunta, em ritmo elevado e em várias direcções