Gostava de jogar 5 minutos

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Pela primeira vez, desde que se lesionou gravemente, Mantorras está verdadeiramente radiante. O internacional angolano sente-se praticamente recuperado e já perspectiva o momento em que irá juntar-se aos companheiros, algo que, pelas contas do jogador, está prestes a acontecer. No final do treino de ontem, um dos últimos em companhia de Nuno Gomes, o angolano abriu o seu espírito a A BOLA, revelando a satisfação pela aproximação do regresso, mas também mostrando a sua tristeza pelo alheamento dos médicos do clube em relação à sua situação. «Sinto-me bem e muito mais confiante. A minha hora está a chegar. Conto regressar aos treinos até final do mês e, se tudo correr bem, vou pedir ao treinador para deixar-me jogar cinco minutos na inauguração do estádio. A decisão está nas mãos do treinador», afirmou, entusiasmado. Quase a perder a companhia de Nuno Gomes, que regressará amanhã aos treinos livres, Mantorras vê neste feliz epílogo motivos para sentir-se ainda mais esperançado na sua recuperação: «O Nuno é um grande amigo e dou graças a Deus por ele estar recuperado. Para o treinador será mais uma opção a ter em conta e, como ponta-de-lança, espero que consiga marcar muitos golos.» Mantorras diz ter amadurecido muito ao longo destes nove meses em que esteve afastado dos relvados e, hoje, tem a certeza de que não voltaria a jogar nas condições em que o fez, com as consequências que se conhecem. «De certeza absoluta, não. Joguei sempre lesionado e acabei por ser o grande prejudicado. Aprendi muito com esta lesão. Foram dias muito difíceis, mas permitiram-me aprender a dar valor aos amigos, à família e mesmo ao meu empresário, porque foram as pessoas que me ajudaram», sublinhou. «Médicos do clube ignoraram-me» Amargurado com o comportamento de alguns, Mantorras inclui nesse lote os médicos do clube, os quais acusa de não terem querido saber dele nesta fase tão difícil. «É triste dizer isso, mas nenhum deles falou comigo ou veio ver-me. Não apareceram, nem sequer para me perguntarem como me sentia. Isso é impensável num clube como o Benfica. Quando voltar, tenciono explicar esta situação em conferência de imprensa», prometeu. Destacando um rol de pessoas, desde o roupeiro da equipa B, até fãs anónimos que o acarinharam e incentivaram durante este período, o ponta-de-lança encarnado realçou, pela enésima vez, a preponderância de António Gaspar na sua recuperação: «O Gaspar vive a lesão do jogador 24 sobre 24 horas. Que ninguém duvide das suas capacidades. Passei nove meses com ele e com os seus colaboradores e só tenho a dizer que a Fisio-Gaspar está de parabéns. Hoje, consigo rematar e fazer movimentos que muitos pensavam ser impossível. Mas foi pena essa gente não ter acreditado, nem acompanhado a minha recuperação.