Grito de revolta de Roger

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Com o golo que apontou em Braga — e que golo! — Roger reabre assim o dossier sobre a sua real valia e que papel pode ainda desempenhar no Benfica. Uma discussão que se prolonga praticamente desde que chegou à Luz, rotulado de craque — que de facto é — mas sem conseguir ainda afirmar-se na equipa. Amor e ódio Foi a 21 de Janeiro de 2001 que Roger se estreou com a camisola do Benfica. Os encarnados recebiam o F. C. Porto e o brasileiro começou o jogo no banco, entrando a 32minutos do fim. Foi titular nos jogos seguintes, marcando dois golos até final da época e por duas vezes foi eleito o Melhor em Campo por A BOLA. Na retina de todos um jogo com o Estrela da Amadora, na Reboleira, em que pintou a manta, mas uma época em que não conseguiu convencer plenamente o treinador Toni. Neste contexto, acabou por ser emprestado ao clube de origem, o Fluminense, onde voltou a fazer uma boa época. Pressionada pela torcida, a Direcção chegou mesmo a equacionar a compra do passe, depressa desistindo face aos valores em causa. Roger nunca foi um jogador consensual. A opinião que os adeptos dele têm variam entre o amor de quem para ele reclama maiores oportunidades e o ódio de quem considera ser uma prima dona que pouco tem feito para justificar o elevadíssimo investimento. Camacho nunca apostou nele e a relação entre ambos chegou a azedar depois do jogo de Roma, com a Lazio. Os problemas foram sanados após conversas entre ambos, mas o certo é que o Benfica não desistiu de pesquisar o mercado em busca de uma solução para Roger, tentando recuperar o máximo do investimento feito. E agora? Depois do golo de domingo, só ao alcance dos eleitos, a pergunta volta a fazer-se com toda a oportunidade: e agora, Roger? Como entenderá Camacho o grito de revolta feito em Braga? Com Zahovic lesionado, terá chegado a hora de Roger merecer uma aposta na equipa titular? E, em caso positivo, perceberá Roger o que está em jogo no que à sua carreira diz respeito? Mesmo os críticos lhe reconhecem o enorme talento. No Brasil, qualquer golo que marque, como ontem ficou provado, tem repercussão. O empresário, Mauro Azevedo saiu em defesa do jogador e, como damos conta noutra peça, entende que um jogador com o seu talento merece mais oportunidades. Os números são modestos para o brasileiro. Mais que nunca, sentirá que precisa de dar continuidade ao que de muito bom fez em Braga, para que a história o possa referir com um dos bons jogadores que o Benfica já teve. Sob pena de ter passado ao lado do sucesso.