Heriberto Tavares: “Foi muito fácil entrar nesta família”

Fonte

 Em entrevista ao programa da BTV, Caixa Futebol Campus, o avançado de 20 anos recorda o seu percurso desde que chegou ao Benfica e traça metas para o futuro.


Em entrevista ao programa Caixa Futebol Campus, da BTV, Heriberto Tavares recordou o seu percurso desde que chegou ao Benfica, há duas temporadas, e traçou metas para o futuro.


Heriberto chegou ao Benfica em 2016/17, com 18 anos, diretamente para a equipa B, depois de uma passagem pelos Juniores do Belenenses. Com veia goleadora, o jovem fez a sua formação no Estrela da Amadora, onde esteve um ano, e no Sporting, onde passou oito.


“Quando vim para cá já conhecia mais de metade do plantel, já tinha uma boa ligação com os jogadores e foi muito fácil entrar na família Benfiquista. A transição de júnior para sénior não é fácil, mas eu consegui-a e vir para o Benfica foi muito bom”, contou o avançado, agora com 20 anos.


A chegada ao Benfica não surpreendeu a família que reagiu “muito naturalmente”. “Eles sempre acreditaram em mim. O meu pai até me dizia 'eu acredito que tu vais chegar ao Benfica, mas tens de trabalhar muito'. Quando esse dia chegou, vi a alegria nas palavras e nos olhos dele”, confessou.


Na estreia ao serviço do Benfica – a 6 de agosto 2016 – foi titular e jogou 71 minutos. Um encontro, em casa, frente ao Cova da Piedade (1-1) que levou muitos Benfiquistas ao Caixa Futebol Campus que, confessa, lhe tirou o sono.


“Estava muito ansioso. Lembro-me que, na noite anterior, mal dormi. Estava ansioso para ver o ambiente e usar a camisola do Benfica. Estive bem nesse jogo – na altura apanhei o Evaldo como adversário na direita, ele como lateral-esquerdo, um jogador muito experiente – e estava ansioso para saber como era jogar pelo Benfica”, lembrou.


Mas não foi esse o encontro que mais lhe ficou na memória. A 23 de abril jogava-se o clássico da 38.ª jornada da II Liga, jogo em que bisou e que teve um sabor muito especial…


“O jogo aqui contra o FC Porto foi marcante. Um jogo que fiz golos com os dois pés, que me marca muito porque na altura já éramos unidos, mas unimo-nos ainda mais. Tínhamos jogadores na Seleção, mas mostrámos que qualquer um dos que estavam aqui conseguia ajudar a equipa”, recordou.

Em 2016/17, a primeira época no Benfica, foi o quarto jogador mais utilizado na II Liga. Números que permitiram uma integração mais fácil na equipa.


“Foi muito fácil integrar-me nesta família. Sempre tive em mente que só com muito trabalho é que podia conquistar um lugar na equipa. A família Benfiquista ajudou-me muito para atingir estes números”, reforçou.


Nesse ano somou 13 golos em apenas 12 jogos. Um goleador nato que “desde pequeno ficava muito chateado quando não marcava”. “Acho que isso me define como um goleador, sim”, disse.


“O meu pé preferido é o esquerdo, mas não comecei pelo esquerdo. Sempre fui destro. O pé esquerdo apareceu quando o meu pai me disse que tinha de o trabalhar. A partir dos Infantis B, ele agarrou em mim e foi isso que fizemos. Com a persistência dele e com a minha vontade de querer aprender, consegui melhorar o meu pé esquerdo e às vezes até me esquecia do meu pé direito. Depois tive de fazer o inverso”, brincou.


Neste momento, é o melhor marcador da II Liga com 10 golos em sete jogos. Um número que lhe dá motivação para continuar a trabalhar.


“Tenho muita vontade de continuar a trabalhar, acima de tudo. Não fico só feliz por marcar golos, mas também por saber que posso ajudar a equipa. Tanto este grupo como o do ano passado ajudara-me muito nisso. Os meus colegas exigem muito de mim. Eles têm sido muito importantes para que estes golos apareçam”, confessou.


A veia goleadora trouxe ao relvado também uma forma muito particular de festejar. Um gesto de continência que o tem acompanhado em cada golo e que já lhe valeu, entre os companheiros, a alcunha de El Capitán.


“Esse festejo apareceu quando eu estava no Sporting, numa final de um torneio precisamente contra o Benfica. Um colega meu, na altura, disse-me que se eu marcasse tinha de fazer continência. Marquei dois golos e, a partir daí, fiquei com esse festejo e com o nome do El Capitán”, explicou.


Aos 20 anos conta com 12 internacionalizações e, por Portugal, marcou um golo.


“É um orgulho enorme vestir a camisola de Portugal, dando o meu contributo à Seleção. Seja para jogos amigáveis ou simplesmente nos treinos”, confessou.


Heriberto Tavares foi um dos jovens que marcaram presença na pré-época do Benfica. O extremo, que se notabilizou ao serviço da equipa B em 2016/17, mereceu a confiança de Rui Vitória para provar o seu valor junto da equipa principal.


“Fiquei muito feliz com a chamada. Tentei aproveitar todos os treinos, aprender com todos os jogadores para poder aplicar tudo isso aqui na equipa B”, disse.


No final da segunda temporada ao serviço dos encarnados, Heriberto Tavares imagina-se “mais forte e muito melhor jogador”. Coletivamente, o avançado acredita que a equipa B vai “conseguir fazer um bom campeonato”.


Texto: Filipa Fernandes Garcia

 

https://www.slbenfica.pt/pt-pt/agora/noticias/2017_2018/12/07/heriberto-tavares-entrevista-programa-caixa-futebol-campus