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JESUALDO Ferreira assume os comandos do Benfica com uma tarefa muito especial à sua frente: explicar aos jogadores que têm de perder o respeito aos restantes candidatos ao título. É que, se não está neste momento à frente da tabela, o Benfica apenas o deve à forma como tem desbaratado pontos nos confrontos directos com os outros grandes do nosso futebol: em três partidas, duas das quais em casa, soma apenas dois pontos, contra sete do Sporting, quatro do FC Porto e três do Boavista. Muito melhor do que na época passada no que diz respeito aos jogos contra adversários teoricamente mais frágeis, nos quais soma mais oito pontos, bastaria ao Benfica nos desafios contra os outros candidatos ao título ter mantido o registo daquele que foi o pior ano da sua história para comandar destacado a classificação. O problema é que o Benfica tem sido o único dos potenciais campeões a não aproveitar o factor casa nos jogos do título: toda a gente ganhou em sua casa, à excepção dos encarnados, que permitiram empates ao FC Porto e ao Sporting em partidas que na época passada tinham vencido. Caso tivesse conseguido repetir nesses desafios os resultados de há um ano, o Benfica somaria 32 pontos, tantos quantos o Boavista, mais um do que o Sporting e mais cinco do que o FC Porto. E Toni poderia ainda estar em funções. É que, embora o plantel seja reconhecidamente curto em termos de variedade de opções numa altura em que as lesões começam a abundar, o Benfica tem conseguido impor-se com naturalidade nos jogos com as equipas de meio e fundo da tabela. Em relação a 2000/01, ganhou dois pontos ao Salgueiros, um ao Belenenses, três ao Alverca, dois ao Gil Vicente, outros tantos ao Farense e mais três ao Sp. Braga. Um total de 13 pontos ganhos, para apenas cinco perdidos: dois em Aveiro, outros tantos em casa com o V. Guimarães e um em Paços de Ferreira, onde o Benfica actual somou esta época a sua primeira derrota, abrindo o cenário de crise actual. Razões para esta discrepância podem ser muitas, mas a mais apontada tem a ver com a juventude da equipa, que é capaz de render o habitual em partidas de menor responsabilidade, mas que entra em pânico nos jogos grandes, onde consegue resultados abaixo do que justifica. É por aí que passa a recuperação: primeiro, há que vencer os jogos que aí vêm; depois, é preciso não vacilar contra os grandes. É essa a tarefa mais importante de Jesualdo Ferreira na altura em que assume o maior desafio da sua carreira.