João Freitas Pinto: “Quero uma equipa dominadora”

Submetida por Andris em
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Aos 44 anos, João Freitas Pinto garante estar a viver o grande sonho da sua carreira. Para o treinador da equipa de Futsal do Benfica, a proposta de regressar ao Clube foi “irrecusável” e o trabalho diário tem como objectivo criar uma equipa dominadora e forte, física e psicologicamente. Na primeira pessoa, o técnico confessou-se numa entrevista concedida ao Jornal “O Benfica”. Esteve no Benfica como treinador da Formação e adjunto de Alípio Matos nos primeiros anos desta Secção. Acabou por sair e regressou na época passada, nove anos depois. Encontrou uma Secção de Futsal muito diferente? Sim, uma diferença abismal, nada comparável. Hoje em dia, a realidade e exigência são outras e nestas maravilhosas infra-estruturas temos tudo o que é necessário para fazer um excelente trabalho. Porque decidiu aceitar o convite do Benfica, sabendo que teria de “agarrar” uma equipa que já tinha alguns meses de trabalho? Há convites que são irrecusáveis, independentemente de todas as circunstâncias envolventes. A vontade das duas partes era muita e esta é daquelas oportunidades que uma pessoa sonha durante toda a vida. Qual o grande objectivo para esta Secção nos próximos anos? O que vos pediu o Clube a si e a Alípio Matos quando vos fez o convite para regressarem? O desafio desta Secção é transversal a todo o Clube. Queremos formar jogadores com qualidade, que um dia venham a integrar a equipa de seniores. O Futsal, como todas as outras secções do Clube, tem de viver dos bons atletas portugueses que são formados nesta casa. No Benfica também é preciso ganhar, por isso, uma das principais “exigências” da Direcção é que lutemos por todos os títulos. Estamos a seguir o lema “formar ganhando” para que, daqui a uns anos, a base da equipa sénior seja jogadores vindos das camadas jovens, isto porque esses jogadores quando chegam à equipa principal já sentem o Clube, sabem como o Benfica funciona e o que representa, sabem os valores que estão inerentes ao Clube e à Secção e isso é muito importante numa equipa sénior. Olhando para a equipa sénior deste ano: um plantel com muitas caras novas e sobretudo rejuvenescido. Porque sentiu a necessidade de operar estas mudanças? Tínhamos de renovar a equipa, porque tínhamos muitos jogadores acima dos 30 anos de idade. Jogadores fantásticos, sem dúvida alguma, e que deram muito ao Clube. Mas tudo na vida é um ciclo e, na nossa opinião, aquele ciclo tinha terminado e partimos para um novo, com jogadores mais novos. Tenho uma ideia de jogo diferente daquela que tinha o treinador que estava cá o ano passado, não querendo isso dizer que a minha é melhor, é simplesmente diferente. E, por isso, preciso de atletas com outro perfil para atingir essa matriz e forma de jogar. Falou na matriz de jogo que orienta o trabalho. Que modelo de jogo quer implementar na equipa? O Benfica que pretendemos é um Benfica dominador, que tenha muita posse de bola. Estamos a preparar uma equipa dominadora, com capacidade para gerir o jogo nos seus momentos melhores e piores. Uma equipa que tenha a capacidade de saber estar por baixo”, porque o jogo é feito de desequilíbrios e é difícil estar bem durante todos os minutos de uma partida. Mas, quando a equipa estiver menos bem, se se mantiver sólida e equilibrada a nível emocional, não vai abaixo… e é nesse sentido que trabalhamos. Queremos um Futsal bonito e positivo, com muitas finalizações. Isso tem acontecido nos últimos jogos, temos estado mais consolidados. Esta é uma Secção com cerca de uma década. Podemos esperar que a próxima seja tão boa ou ainda melhor? Nesta Secção todos trabalhamos para que os próximos 10 anos possam ser ainda melhores. No entanto, sabemos que é difícil porque o Benfica na última década ganhou muitos campeonatos, uma UEFA Futsal Cup, muitas Taças e Supertaças e é complicado conseguir copiar o percurso grandioso que os excelentes jogadores que por aqui passaram conseguiram. Mas o que nos move é a ideia de tentar fazer melhor. E isso só se consegue com muito trabalho, com a “raça, crer e ambição” que nos pedem os adeptos. Leia na íntegra a entrevista de João Freitas Pinto nesta edição do Jornal “O Benfica”.