José Ricardo: “A equipa de basquetebol terá uma nova filosofia”

Fonte
slbenfica.pt

O treinador da equipa de basquetebol conversou em exclusivo com o Site Oficial do Benfica e revelou o que pretende para 2017/18. Defesa agressiva a todo o campo, ataques rápidos, eficácia no jogo exterior e força na luta das tabelas são alguns dos aspetos que os adeptos podem esperar.

 

As expectativas do técnico foram superadas após os primeiros dias de águia ao peito. Agora é pôr mãos à obra rumo aos títulos internos e a uma boa prestação na competição europeia.

 

Qual é a sua impressão sobre os primeiros tempos de Benfica?

É uma opinião muito positiva. Nunca trabalhei com um “staff” tão longo e com condições físicas tão boas. Sinto-me profissional, pela primeira vez, no basquetebol. Há maior disponibilidade de tempo e estou a trabalhar com uma equipa que permite e obriga a outra interação. Tenho o pavilhão 100 por cento disponível, sala de musculação, muito apoio… Estou muito satisfeito e expectante em relação ao que se segue.

 

Superou as expectativas?

Creio que sim. Uma coisa é estarmos de fora e pensarmos que poderá haver estas condições, outra coisa é vivê-las por dentro. São ainda poucos dias, mas já deu para perceber que as condições são ainda melhores do que pensava. Tenho a certeza que a experiência vai ser extremamente positiva e que vai trazer coisas novas e boas.

 

O que é que os reforços José Silva, Jesse Sanders, Neemias Barbosa e Gonçalo Delgado podem acrescentar ao plantel?

Os dois jovens são apostas para a Formação, com uma margem de progressão muito grande. São dois corpos inabituais em Portugal, grandes, com dimensões antropométricas anormais. São muito compridos e têm talento para o basquetebol. São projetos a longo prazo para o basquetebol português e serão uma mais-valia para o futuro no Benfica. Em relação ao José Silva e ao Sanders são dois jogadores para acrescentar valor para já e estamos à espera de um posição 4. Estes jogadores são para o curto prazo, para darem já rendimento e para melhorarem a qualidade do plantel.

 

Que basquetebol podem os Benfiquistas esperar para esta época?

Vai haver algumas alterações. A forma de estar e a filosofia serão diferentes, nem melhores nem piores só diferentes. Diria que, do ponto de vista defensivo, as minhas equipas costumam ser agressivas e com sistemas defensivos profundos. Vamos jogar no campo todo e apostar na defesa agressiva. Ofensivamente não gosto de partir o jogo por fases. Tentaremos, após posse de bola, prosseguir em contra-ataques ou ataques rápidos. As equipas que oriento não jogam só em ataque de posição. Nos próximos tempos colocaremos em prática algumas alterações e a equipa terá uma nova filosofia.

 

Fazendo pressão em todo o campo, tem receio que os jogadores sintam desgaste numa fase mais adiantada da época?

O Benfica é a primeira equipa que treino com elevada profundidade. Com as opções que tenho no plantel estou em crer que não terei problemas do ponto de vista físico. Obviamente que o risco de jogar no campo de todo é o permitir situações de superioridade numérica ao adversário, mas isso é assumido. Considero que os pontos positivos superam largamente os pontos eventualmente não tão positivos.

 

Que força terá o Benfica no jogo exterior e na luta das tabelas?

“Já deu para perceber que as condições são ainda melhores do que pensava”

O Benfica terminou a época passada a um nível extraordinário atrás da linha dos três pontos. Poucas equipas tiveram as percentagens que o Benfica teve naquela fase da competição, a rondar os 50 por cento. Uma vez que o plantel mantém o seu núcleo duro e foi reforçado com dois jogadores com boas percentagens da linha dos três pontos (José Silva e Jesse Sanders), acreditamos no que podemos fazer no jogo exterior. Em relação ao jogo interior, ele mantém-se. O Hollis saiu, mas irá ser substituído por outro basquetebolista com bons indicadores ao nível do ressalto. Creio que, esta época, a equipa estará tanto ou mais equilibrada como a do ano passado.

 

O Benfica vai enfrentar o FC Porto na pré-época em Viana do Castelo. Por que razão escolheu estes testes mais complicados nesta fase da temporada?

Queremos jogar com os melhores. Quando queremos ser os melhores, e somos, assumidamente, candidatos a vencer tudo, temos de jogar com os melhores. Para além do FC Porto, em Viana do Castelo, estamos a tentar organizar um torneio no fim de semana seguinte na Luz com equipas espanholas, e a primeira opção foi equipas da Liga ACB. Queremos desafios que nos obriguem a ser melhores. Não queremos desafios fáceis. Vamos ter uma competição europeia muito exigente e queremos estar preparados, e só assim será se jogarmos com os melhores clubes.

 

Falou-me nas competições europeias… O adversário do Benfica é o Kapfenberg Bulls. Que análise faz desta equipa?

Tem o seu jogo assente em jogadores estrangeiros. Tem três jogadores americanos e três sérvios que tinham grande parte das opções ofensivas. Estamos à espera de uma equipa que assenta o seu jogo em situações de um-contra-um e dois-contra-dois com um treinador que valoriza muito o ataque em transição e o contra-ataque. Sabemos que pelo menos um ou dois dos norte-americanos vão continuar; sabemos, ainda, que os três sérvios vão sair. Ainda não temos muita informação em relação aos atletas estrangeiros, mas temos toda em relação aos austríacos.

 

Em Portugal, o Benfica é candidato a ganhar tudo. E na Europa?

Estamos muito expectantes em relação à competição europeia. Se passarmos a equipa austríaca vem uma búlgara, que normalmente investe muito. O treinador do Lukoil era do FC Bayern. Na época passada, o Benfica equilibrou os jogos com o Lukoil. Temos de pensar primeiro no Kapfenberg Bulls, mas já deitámos um olho na formação búlgara.

 

CAB Madeira na Supertaça e V. Guimarães na 1.ª jornada do Campeonato. O que esperar destes adversários?

Ao nível de jogadores portugueses já sabemos tudo de uma e de outra equipa. O CAB Madeira mantém a estrutura acrescentada com o Mário Fernandes. O Fábio Lima vai continuar e o CAB terá um grupo de jogadores portugueses interessante. Falta perceber os jogadores estrangeiros. O V. Guimarães vai mudar tudo! Saíram João Guerreiro, João Balseiro, Pedro Pinto…; entraram alguns reforços: Eduardo Coelho que foi meu jogador na Oliveirense, o Tadic foi orientado por mim em Barcelos. Falta conhecer os três atletas estrangeiros, mas certamente vai reunir um grupo com qualidade.

 

É para continuar esta mescla entre juventude e experiência?

Sem dúvida. Esse é o propósito do Clube e essa informação foi-me passada aquando da minha contratação. É importante dar minutos aos rapazes que vêm da Formação, porque este é um investimento decisivo a médio e longo prazo se quisermos continuar a ter o nível que temos tido.

 

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