Luisão descarta volta ao Brasil: "Não penso em sair do Benfica"

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Zagueiro de 33 anos é o estrangeiro com mais partidas pelo time encarnado

 

Luisão está em estado de graça. Afinal, acabou de ser campeão português com o Benfica, quebrando uma hegemonia de três temporadas do Porto, e ainda conduziu o clube à final da Liga Europa, vencida pelo Sevilla nos pênaltis.

Aos 33 anos, espera-se que Luisão esteja em seu estágio final com a camisa encarnada. Só que não é bem por aí. O zagueiro, único estrangeiro entre os dez jogadores com mais partidas pelo Benfica, ainda se vê com chances de seguir fazendo história no clube, cuja trajetória começou em 2003. Volta ao Brasil? Por enquanto, fora de cogitação.

Em entrevista à PLACAR, Luisão fala sobre seus planos de permanecer em Lisboa, a passagem pela seleção brasileira e o 'gostinho' de marcar por duas vezes em jogos decisivos contra a Argentina. 

Em 11 anos pelo Benfica, você já o estrangeiro com mais jogos pelo clube. Tem ideia do tamanho desse feito num universo onde os jogadores mudam de camisa constantemente?

Não parei para pensar nisso. Fico muito fliz com essa marca. Hoje em dia os jogadores mudam muito de clube, e eu consegui me firmar por aqui. Quando cheguei, o Benfica estava se reerguendo após um período conturbado. Meu início foi meio complicado, mas consegui virar o jogo. Sempre tive todas as condições para ficar no Benfica. Nunca pensei em sair. Acho que o jogador brasileiro precisa superar as dificuldades de se viver num país desconhecido. Você precisa se motivar a cada dia, caso contrário, terá sempre a necessidade de mudar.

Como é envergar a faixa de capitão de um clube do porte do Benfica? Temeu não dar conta de tamanha responsabilidade?

É uma responsabilidade enorme. O Benfica é muito grande, proporcional à cobrança que temos. Minha função é passar aos jogadores mais jovens o que é o Benfica. Tenho que dar exemplo.

Faturar o Campeonato Português em cima do maior rival, neste caso, o Porto, tem alguma sensação especial?

É sempre bom deixar o maior rival para trás. Mas vale mais pela realização de um trabalho benfeito, que resultou na vitória. Não ganhávamos (o Português) há quatro anos. Na última temporada, perdemos o campeonato na última rodada (para o próprio Porto).

Pretende ficar até quando no Benfica?

Quero continuar aqui. Pretendo seguir jogando em alto nível. Tem muita história ainda por vir.

Considera positiva a sua passagem pela seleção brasileira?

Sim, fui a duas Copas (2006 e 2010). Não tive muitas oportunidades entre os titulares porque, na minha época, jogavam Lúcio e Juan, que fizeram história na defesa da seleção.

Individualmente, qual foi o seu grande momento com a seleção?

Fiz duas grandes partidas contra a Argentina, em 2004 e 2009. A primeira, na final da Copa América de 2004, quando fiz o gol de empate (Nota da Redação: Após empate em 2 x 2, o Brasil venceu nos pênaltis) após cruzamento do Alex. Em 2009, pelas Eliminatórias para a Copa, abri o placar nos 3 x 1 em Rosário, e quebramos um tabu de não ganhar da Argentina na casa deles. 

Porque seu irmão, o também zagueiro Alex Silva, não se firmou como prometia?

Além das lesões, a saída do Hamburgo e o retorno ao Brasil foi premeditada. Ele tinha tudo para ser um dos grandes zagueiros do futebol brasileiro. Agora, ele tem lutado contra as lesões no joelho esquerdo. (Nota da Redação: Revelado pelo Vitória, Alex Silva rodou por São Paulo, Hamburgo, Flamengo, Cruzeiro e hoje atua pelo Boa Esporte)