Nova Luz em mãos socialistas

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O NOVO presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Pedro Santana Lopes, está numa verdadeira encruzilhada no que concerne ao caminho a seguir em relação à construção do novo Estádio da Luz. Uma encruzilhada difícil de ultrapassar, na medida em que para tal necessitará submeter a sua decisão à votação da Assembleia Municipal lisboeta, cuja composição partidária não lhe é totalmente favorável, dependendo dos votos dos deputados municipais do PS. O problema reside no facto de o seu antecessor, João Soares, ter alegadamente assumido com o Benfica um compromisso de comparticipação financeira indirecta por parte da edilidade, repartida em dois negócios: a construção de uma bomba de gasolina no Eixo Norte/Sul, que o Benfica vai concessionar imediatamente para fazer um encaixe de cerca de dois milhões de contos (10 milhões de euros), e a cedência de 80 mil metros quadrados de terrenos na zona onde se situa o estádio, que vendidos à empresa que assumiu já o início das obras do novo estádio, a Somague, valerão mais oito milhões de contos (40 milhões de euros). E é neste montante que reside o grande problema do Benfica e de Santana Lopes fazer cumprir o compromisso de João Soares. Isto porque, segundo fontes conhecedoras do processo, não existe em Lisboa todos esses hectares para área de construção, nem mesmo que se proceda à famigerada alteração do PDM (Plano Director Municipal). Uma das saídas de Santana Lopes, neste caso concreto, seria solicitar a ajuda de algum dos seus parceiros políticos que conquistaram edilidades vizinhas à capital, seja a António Capucho (Cascais) ou Fernando Seara (Sintra), ou mesmo a Isaltino Morais (Oeiras). O problema é que aí, em qualquer dessas zonas, o preço do metro quadrado é cerca de metade do que foi avaliado para chegar aos oito milhões de contos (40 milhões de euros) na zona da Luz (cem contos por metro quadrado), pelo que a cedência de terrenos teria de ser na ordem do dobro, aproximadamente 160 hectares e com garantias de construção, com projectos aprovados. E, depois, saber se a empresa credora, a Somague, estaria interessada em construir nessas zonas. Aliás, há quem se questione sobre se nesta conjuntura – e porque se prevê que a decisão política leve algumas semanas a ser tomada – a Somague não venha a parar com as obras em curso. A hipótese parece pouco provável em virtude de, alegadamente, a exploração do estádio ter sido dada à Somague por vários anos.