Nunca joguei num estádio como este

Fonte
www.abola.pt
O reforço inaugural do Benfica deste período de inscrições, Fyssas, chegou ontem a Lisboa, acompanhado da namorada e futura esposa, Kristina, e do agente, Roberto Callenda. À espera, em Lisboa, estavam duas funcionárias do Benfica, que rapidamente lhe deram as boas-vindas e o encaminharam para o Hotel Marriot, um dos quartéis-generais da equipa benfiquista na capital. Foi a primeira viagem do defesa grego em solo lisboeta e o trajecto não durou mais do que dez minutos. Estava cumprida a primeira etapa e para trás havia ficado um magote de jornalistas e alguns adeptos mais curiosos, cuja generosidade rendeu a Fyssas um cachecol novinho do Benfica que foi imediatamente enrolado ao pescoço. À chegada à unidade hoteleira que o vai acolher enquanto não escolhe a sua própria casa, reencontrou a simpatia dos portugueses e... as bagagens. E que bagagens! O jogador, que apenas tinha em sua posse um bilhete de ida quando embarcou na Grécia, tentou trazer o maior número possível de coisas, o que explica as inúmeras e gigantescas malas com que se apresentou em Lisboa. De tal forma que um táxi teve de ser recrutado exclusivamente para transportar as bagagens do aeroporto para o hotel. E se pensa que está perante um exagero fique a saber que o simpático e prestável taxista foi obrigado a aceitar uma mãozinha dos funcionários do hotel... uma vez que não tinha forças para tirar da viatura as enormes caixas. A cena durou alguns minutos, Fyssas assistia às manobras e correspondia aos intentos da comunicação social, a namorada, muito simpática, mostrava curiosidade em aprender rapidamente a dizer feliz Natal em português, até que chegou o momento de fazer contas. O motorista de táxi, que dissera ao empregado do hotel que as bagagens eram pertença de... turistas espanhóis, estava agora mais identificado com a situação e não escondia, por entre alguma timidez, algum orgulho por estar perante o novo craque encarnado. Fyssas aproximou-se, perguntou quanto era, ouviu a resposta, entendeu a mão e ouviu novamente o homenzinho que lhe aceitara o dinheiro: «Tens troco?» A resposta não se notou, tal a dificuldade de diálogo entre quem fala grego ou inglês e quem somente se expressa em português, mas lá se resolveu. Fyssas podia entrar finalmente no hotel. No coração da catedral Mas não entrou. Entrou sim, mas novamente no veículo que o transportara, sempre conduzido por Ana Zagalo, uma das duas funcionárias do Benfica que o acompanharam. Antes, porém, recebeu as boas-vindas de um adepto leonino, cuja simpatia não evitou uma provocaçãozinha: «O Sporting é que é o melhor.» Recebida a mensagem, arrancou então a toda a velocidade, ficou a conhecer a Avenida Lusíada e a Segunda Circular e chegou finalmente ao perímetro da Luz. Viu as obras relativas às novas acessibilidades e entrou no coração da catedral. Seguiu, já na via interna que contorna o recinto, até a uma porta envidraçada onde finalmente se apeou. Era chegado o momento mais marcante dos primeiros momentos em Lisboa. Caminhou alguns metros e fez-se Luz... natural. Estava perante as bancadas do estádio e sensibilizado por toda aquela envergadura pintada de vermelho. «Joguei em muitos estádios bonitos enquanto estive com o Panathinaikos na Liga dos Campeões, mas nenhum como este. É fantástico », comentou o jogador, impressionado com a imponência do próximo palco da sua carreira. O relvado também agradou e as restantes infra-estruturas não terão causado, certamente, emoções diferentes. Que tal a primeira impressão?, questionámos. «Muito boa», confessou o reforço encarnado, que apenas não mostrou curiosidade em ver de perto os novíssimos... bancos de suplentes da Luz.