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Jesualdo está na Suíça, mas tem a cabeça nas Antas. A uma semana do grande jogo da sétima ronda, o técnico vê a vida cada vez mais complicada. Sokota continua afastado; Mantorras ainda não voltou ao que era; Simão e Nuno Gomes 'deram' o último golpe. Agora, resta saber se, no jogo de hoje, com uns amadores de Genebra, não surgirá mais nenhum dissabor
Um mal nunca vem só. Jesualdo Ferreira que o diga. O técnico do Benfica, privado, há meses, do avançado Sokota e sem poder contar com Mantorras na plenitude, vê, agora, reduzir-se, substantivamente, o leque de opções no ataque para o encontro mais mediático da próxima ronda da SuperLiga, ou seja, o de domingo, com o FC Porto, nas Antas. As principais referências, de momento, do conjunto encarnado, Simão e Nuno Gomes, lesionaram-se recentemente e dificilmente actuarão na cidade Invicta.
O caso de Simão, clinicamente falando, é menos grave que o de Nuno Gomes. O jogador de Vila Real contraiu uma entorse na tibiotársica na partida, de há uma semana, com o V. Setúbal, tendo sido dispensado dos trabalhos da selecção. O amarantino lesionou-se na face posterior da coxa direita, no treino de quinta-feira da selecção, tendo-se submetido, anteontem, a uma ecografia, que confirmou as piores suspeitas, ou seja, uma microrrotura na face posterior da coxa direita.
Ora, trocando tudo isto por miúdos, só um 'milagre' evitará a ausência de Nuno Gomes no jogo com o FC Porto, confirmaram-nos, ontem, fontes do clube da Luz: "Está praticamente colocada de parte a utilização do Nuno nas Antas." A situação do antigo jogador do Barcelona é distinta. O concurso de Simão para aquela partida, ainda de acordo com as mesmas fontes, "motiva fortes dúvidas". Verifica-se uma evolução, mas, por ora, é prematuro afiançar a sua recuperação. Aliás, há uma forte inclinação para se falar em sentido contrário, ou seja, nas dificuldades de recuperação.
Tanto Simão como Nuno Gomes encontram-se a recuperar na Luz, sob a orientação do médico Bernardo Vasconcelos e do fisioterapeuta Joaquim Fernandes, que trabalha com a equipa B do Benfica. Os futebolistas submetem-se a sessões bidiárias no ginásio da Luz.
A despeito de um substantivo investimento, esta temporada, no ataque, a verdade é que Jesualdo já está a ver a vida a andar para trás. O treinador, que, em vésperas do empate caseiro com o V. Setúbal, afirmara só contar com imagens do presente e não com retratos, uma alusão clara à incapacidade de Mantorras para discutir o lugar com os companheiros da dianteira, fica, agora, com a 'fotografia' bem mais tremida. Face à quase certa indisponibilidade de Nuno Gomes, Jesualdo Ferreira terá de cingir-se ao angolano e a Fehér. Mas, como Mantorras não se encontra ao nível que ele próprio e o técnico mais desejariam, o húngaro será, por razões óbvias, a primeira opção para o onze que iniciará o desafio com os portistas. No caso de Simão não recuperar, o problema agudizar-se-á substancialmente, obrigando o treinador a promover uma revolução na equipa, a qual não deverá passar pelo recrutamento em simultâneo de Zahovic e Roger. Este é um cenário que, de facto, não será crível, face às manifestas insuficiências desta dupla para defender.