Nuno Gomes, em entrevista «Vamos fazer mais e melhor»

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Nuno Gomes, em entrevista «Vamos fazer mais e melhor» Dois meses depois de ter voltado a pisar o relvado da Luz, Nuno Gomes traça o panorama do Benfica actual e os contornos da sua experiência no seio de um grupo que sonha ser campeão. Com um discurso sereno e realista, o camisola 21 alerta para a competitividade existente na SuperLiga e não tem dúvidas em afirmar que, «actualmente, a cor das camisolas e os nomes sonantes já não somam pontos com antecedência». O avançado reconhece as falhas recentes e dá a receita para o futuro: «correr mais e marcar mais do que os adversários». Com o jogo das Antas já em mira, Nuno acredita no «reiniciar do ciclo vitorioso», garantindo que a equipa não perdeu o «espírito ganhador». O facto de ter marcado apenas dois golos em seis jogos também mereceu uma explicação: «é provável que marcasse mais golos se estivesse parado lá na frente. Mas não é essa a minha forma de jogar...». Porque será?... O que falhou no jogo com o V. Setúbal? Depois da derrota na Madeira, precisávamos de vencer e isso resultou na ansiedade de querermos ganhar esta partida e marcar o mais cedo possível, o que nos prejudicou. Entrámos mal no jogo e fizemos uma primeira parte abaixo das nossas possibilidades. Na segunda metade, corrigimos alguns erros e fizemos um jogo mais expansivo. Ainda assim, fomos superiores ao V. Setúbal, quer na posse de bola quer em oportunidades criadas. Eles chegaram uma vez à nossa baliza e marcaram. Mas nós merecíamos os três pontos, sobretudo pela atitude demonstrada na segunda parte. Vamos olhar em frente! Que ensinamentos retirou a equipa das últimas duas rondas? Confirmámos a velha máxima de que cada jogo é uma final e de que não podemos facilitar em ocasião alguma. Confirmámos, também, de acordo com o que o que se tem vindo a constatar, que o campeonato está mais competitivo e equilibrado. Não importa quem somos se dentro de campo não sabemos provar que somos os melhores. O Benfica é e será sempre um grande clube mas o seu nome, só por si, já não é suficiente para vencer jogos. Temos de jogar melhor, correr mais e marcar mais do que os adversários. Face ao teste que se avizinha, nas Antas, como está o moral do grupo? A confiança mantém-se. Não nego que os deslizes com o Nacional e o V. Setúbal nos abalaram. Mas sabíamos todos no início do campeonato que seria impossível vencer 34 jogos. Assim como sabemos, neste momento, que será difícil vencer os 28 restantes. No entanto, continuamos a ter fé de que este será o ano por que toda a gente espera. Quanto ao encontro das Antas, talvez venha na melhor altura: se vencermos, acredito que será o reiniciar do ciclo vitorioso que rubricámos no início da prova. Não é por estarmos numa fase menos boa que perdemos o espírito ganhador. Volto a afirmar que cada jogo deve ser para nós uma final e o jogo com o FC Porto não deve fugir à regra. O facto de o Benfica disputar em casa, na segunda volta, os jogos grandes poderá trazer benefícios? Talvez. Depende dos resultados. É possível que a equipa retire benefícios de jogar perante o seu público com os outros grandes numa altura em que o campeonato já deverá ter contornos mais visíveis em termos de luta pelo título. E mais importante será se na primeira volta conseguirmos resultados positivos no campo desses adversários. Tem sido sempre titular. É uma pedra indispensável... Sinto-me bem e estou muito feliz por ter regressado e dado o meu contributo à equipa em todos os jogos que já realizámos. Estou muito contente e confio bastante nesta equipa. Apesar dos percalços, tenho a certeza de que vamos fazer mais e melhor do que temos feito. Como se tem sentido a dividir a acção do ataque com Fehér? Com ou sem o Fehér, o importante para mim é poder ajudar a equipa. Sinto-me bem a jogar com o Fehér, como me sinto bem a jogar com os outros companheiros do ataque. Tudo nasce das opções tácticas do treinador, que eu respeito sem pretensões. Em 6 jogos, marcou apenas 2 golos. Insatisfeito com o rendimento? Estou satisfeito com o meu desempenho. Acima de tudo tenho trabalhado para a equipa, que é uma das coisas que mais gosto de fazer. E não posso queixar-me do resto porque não estou a fugir àquilo que tenho sido no início de cada temporada, tanto em Portugal como na Itália, já que nos primeiros jogos não é costume ser muito produtivo. Atingi há muito pouco tempo a minha forma ideal e estou, acima de tudo, contente pelas exibições que tenho feito. É provável que marcasse mais golos se estivesse parado lá na frente. Mas essa não é a minha forma de jogar. Como avalia a equipa actual, em comparação com a que deixou em 2000? Temos uma equipa melhor. Na altura em que saí o plantel era bom, mas neste momento o colectivo é mais forte. Temos jogadores jovens e com experiência, que perspectivam um futuro promissor e que, em conjunto, fazem uma grande equipa. O seu talento e a sua juventude dão grandes garantias ao Clube e aos adeptos. Gostaria que pudéssemos continuar juntos durante muito tempo. O que sentiu em Julho quando voltou a pisar o relvado da Luz? Senti uma alegria enorme! Era o que eu mais queria. Quando, há cerca de um ano, surgiu a possibilidade de deixar a Fiorentina e ir para França, procurei contrariar essa opção, tentando que o meu destino fosse o Benfica. Desde essa altura, comecei a projectar na minha cabeça o regresso à Luz, a imaginar como seria voltar a pisar este relvado. Quando aconteceu foi emocionante. No dia seguinte houve pessoas que comentaram a expressão triste com que apareci nas fotografias. Na verdade, eu estava era muito emocionado com a ocasião e não tinha palavras nem reacção para lidar com o carinho de todos e, em especial, do terceiro anel. Foi espectacular! A experiência no futebol italiano enriqueceu-o como jogador? Sim, apesar de terem sido apenas dois anos e de o primeiro me ter corrido melhor que o segundo. Jogar num campeonato com o nível competitivo do italiano é sempre uma experiência enriquecedora. Lá, o futebol vive-se de uma maneira diferente, é uma das melhores ligas do mundo e nós, jogadores, absorvemos os efeitos dessa mais valia. Como atleta, foi uma experiência que me amadureceu. Em entrevista que nos concedeu, Simão elogiou a competitividade da SuperLiga. Partilha desse ponto de vista? Sim. O nosso campeonato está mais competitivo. Não é tão fácil ganhar jogos como era há cinco ou dez anos atrás. Nessa altura, havia desafios que estavam ganhos antes de se disputarem. Actualmente, a cor das camisolas e os nomes sonantes não somam pontos com antecedência. É preciso mostrar dentro de campo que se é melhor. Neste aspecto, o futebol português saiu a ganhar. É bom que se mantenha este panorama, até porque vamos tendo o Europeu à porta... É um jogador muito estimado pela massa associativa... Sinto, de facto, que as pessoas gostam de mim e esse foi um dos factores que mais pesou na minha opção de regressar ao Benfica: fui sempre muito bem tratado aqui e, depois de sair, senti sempre que as pessoas me queriam de volta. Já vi grandes jogadores a serem assobiados e, felizmente, isso nunca aconteceu comigo. Sinto um orgulho enorme pelo facto de ser um jogador estimado, razão suficiente para dar tudo o que tenho de forma a não desiludir as pessoas que acreditam em mim. Um recado aos benfiquistas... Não desanimem. Continuem a apoiar-nos. Nós, jogadores, tudo faremos para que este seja o ano do Benfica. O meu maior sonho, comum a todos os meus colegas, é ser campeão pelo Benfica. Acreditem em nós! Bilhete de Identidade Data Nascimento: 05/07/1976 Peso: 76 Altura: 1,80 m Posição: Avançado Cor: Vermelho, Preto Clube: Benfica ídolo: F. Gomes, Van Basten Livro: "As palavras que nunca de direi" (foi o último que li) Filme: Pontes Madison County Música: U2 Prato: Arroz de Marisco Carro: Porsche País para viver: Portugal A a Z Aguia Benfica Campeão Determinação Equipa Futebol Golos Honra Inteligência Jogo Lealdade Matador Nação Obras Paixão Querer Remodelação Sinceridade Trabalho União Vitória Xeque-mate Zénite