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Os projectos são todos bons. Sobretudo enquanto não passam disso mesmo, projectos. No entanto, no futebol, e consultadas as listas de campeões dos países a sério, nunca um projecto chegou à frente de uma equipa. Por isso é tão difícil perceber o que anda a fazer Luís Filipe Vieira, o presidente da SAD do Benfica.
A novela Camacho só pode ser o exemplo de uma gestão sem rumo, desequilibrada. É verdade que a informação credível sobre o assunto escasseia, até porque o Benfica continua a fazer constar mais do que a dizer, mas há três ou quatro coisas que parecem pacíficas.
Camacho não quer nada do outro mundo, apenas organização e três ou quatro jogadores.
Camacho deseja manter os melhores jogadores do plantel.
Camacho quer ver-se livre de futebolistas que, acha ele, não têm capacidade para jogar no Benfica.
Camacho já disse isto tudo há muito tempo e se não disse mais cedo foi porque não lhe perguntaram. E deviam.
Face aos desejos de Camacho, Luís Filipe Vieira, provavelmente o único benfiquista que conhece a fundo a realidade económica, financeira e desportiva do clube, tinha obrigação de saber se era possível contentar o treinador. Independentemente de todos os «project finance».
Se o Benfica tinha dinheiro para satisfazer Camacho, muito bem, era avançar para as contratações e dispensas. Se não tinha dinheiro o melhor era ter dito adeus e muito obrigado a Camacho. E partir para outro nome.
É evidente que Camacho não é o único bom treinador de futebol disponível. Mas, a 15 dias do início da temporada, o Benfica terá dificuldade em encontrar outro que não surja aos olhos de toda a gente como segunda escolha.
Na prática, o Benfica tem andado a perder tempo. Será que isso também estava previsto no projecto?