O homem dos golos bonitos

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Goste-se ou não de Roger, reivindique-se ou não mais espaço na equipa, numa coisa todos estarão de acordo: o brasileiro revela esta época a invulgar capacidade de só marcar golos bonitos. Aliás, muito bonitos. Contra o Moreirense, em Braga, marcou o primeiro golo da época: recebeu um passe de Ricardo Rocha e, de primeira, com o pé esquerdo, rematou para a baliza de Nuno Claro. A bola fez um arco e entrou pelo ângulo superior esquerdo da baliza do Moreirense. Mais tarde, em Coimbra, frente à Académica, Simão marcou um livre, oferecendo a bola a Roger, a poucos metros de si. O brasileiro encheu o pé e fez a bola entrar pelo ângulo superior esquerdo de Pedro Roma. Anteontem, desenhou novo arco e fez com que a bola entrasse junto ao poste direito da baliza de Veiga. Três remates feitos fora da grande-área, todos nos últimos 10 minutos e que ajudaram a matar o jogo, numa altura em que o Benfica já estava em vantagem. E se é verdade que parte dos adeptos e crítica consideram que Roger pouco mais fez que isso, esquecem-se que isso é o sal do futebol: o golo e, para mais, fruto de um gesto técnico muito bonito. Roger foi titular pela primeira vez frente ao Estrela e há algumas semanas que relançou a discussão sobre o seu papel na equipa. Certo é que o próprio treinador, Camacho, já reconheceu a sua melhoria e o facto de jogar mais para a equipa. Foi suplente utilizado em sete das 11 jornadas já disputadas e em três dos cinco das competições europeias. Camacho tem preferido a fiabilidade de Zahovic à imprevisibilidade de Roger. Ambos despertam paixões e ganham adeptos. Sábado, jogaram juntos: Zahovic no centro, Roger à direita, mas caindo para o centro. O futuro dirá da evolução do brasileiro Tiago de novo De regresso aos golos esteve também Tiago, o segundo melhor marcador da equipa da época passada. Começou a presente de forma mais discreta, mas, aos poucos, lá vai regressando aos golos, sendo ele o primeiro a reconhecer que não é essa a sua principal missão. Tiago marcou três golos na SuperLiga, esta época, dois deles no último jogo, com Alverca. Anteontem marcou o quarto da época. Então, e eu? Este sábado, o primeiro golo foi apontado pelo jovem João Pereira. O segundo da época. Também foi ele a marcar o primeiro de três golos no jogo com o Belensenses, mas neste caso os azuis viraram o jogo até ao empate. Já participou em sete jogos esta época, tendo sido titular contra o Belenenses: cinco da SuperLiga,umda Taça e um da Taça UEFA. Pelo golo que voltou a marcar e pela forma como ajudou a mexer com a equipa, João Pereira começa, gradualmente, a passar pela ombreira da porta que separa as jovens promessas das certezas do presente e do futuro. Não espanta por isso que a renovação do seu contrato seja prioritária. Três golos, três jogadores, três percursos diferentes e um denominador comum: a vitória do Benfica.