Fonte
www.abola.pt
Candidatos a candidatos. Esta poderá ser a melhor expressão para traduzir os percursos de Jaime Antunes e Guerra Madaleno na tentativa de chegar à presidência do Benfica. Ambos os sócios sabem que para vencer Luís Filipe Vieira são necessários apoios mediáticos fortes e convincentes do ponto de vista da gestão desportiva e estão a encontrar dificuldades. Por isso, ponderam a possibilidade de não avançar na peleja de 31 de Outubro e esperar por um eventual momento em que a Direcção vigente esteja fragilizada do ponto de vista da credibilidade. A candidatura de Jaime Antunes foi a primeira a surgir em termos mediáticos e com apoios financeiros importantes, mas tem faltado uma figura de proa. Humberto Coelho foi a individualidade escolhida pelo aparelho do conhecido economista, pelo perfil e historial benfiquista, chegando-se mesmo a pensar na hipótese de ser o ex-seleccionador de Portugal a liderar a referida candidatura e ser uma espécie de Beckenbauer do clube. Os contactos já terão sido feitos, mas pelo facto de exercer as funções de seleccionador da Coreia do Sul e não pretender arriscar uma derrota terão sido os motivos para Humberto preferir, também ele, esperar pelo timing certo. Guerra Madaleno tem enfrentado dificuldades semelhantes. Já conseguiu o apoio público do último capitão campeão nacional, mas António Veloso é, por enquanto, o único apoio recrutado no futebol para levar os sócios a votar no advogado. Apesar de há muito desejar voltar à carga (fê-lo em 2000, mas nem chegou a ser candidato devido a irregularidades com as assinaturas recolhidas) e de ter contribuído financeiramente para o clube nos últimos anos, na condição de sócio — comprou muitos Títulos de Fundador, por exemplo), Guerra Madaleno pondera igualmente ceder nos seus intentos e deixar passar mais tempo. Um volte-face dos dois sócios só poderá acontecer caso surja uma estrondosa derrota da equipa nas Antas. Porque os opositores de Luís Filipe Vieira sabem que muito dificilmente vencerão nas actuais circunstâncias.