Os (três) homens de ligação

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A águia voa imperial na crista do campeonato, mercê de uma garra indisfarçável, de uma defesa inexpugnável, assente num capitão português, num xerife gaúcho e num rochedo bracarense multiusos (intransponível ao eixo ou à esquerda), da sublimação de alguns dos seus talentos individuais no sector dianteiro, que carburam a todo o craque, e, por fim, de uma não menos importante maré humana de vermelho-choque, que empolga e assoberba por onde quer que (tres)passe, como se viu no aveirense estádio Mário Duarte, cujas cadeiras icterícias ficaram preenchidas na quase totalidade pelo camartelo escarlate. Contudo, a equação vencedora de Jesualdo Ferreira, desenrolada no primeiro parágrafo e nas duas jornadas transcorridas, não ficaria completa sem a alusão aos "homens de ligação", preponderantes na estrutura táctica gizada pelo treinador benfiquista no dealbar da competição, como o próprio afirmou publicamente por diversas vezes. No plantel da águia há seis homens para o lugar de médio de ligação, a meio caminho entre a própria área e a dos colegas pontas-de-lança: Petit, Tiago, Ednilson, Andrade, Peixe e Andersson são os seus nomes, mas até ao momento apenas os três primeiros constituíram opção na primeira equipa. Os dois eleitos Tiago é o único com 180 minutos nas pernas. Mercê da pena que Petit teve de cumprir na primeira jornada (jogou apenas os 90' contra o Beira-Mar), por decorrência do quinto cartão amarelo recebido enquanto boavisteiro, Ednilson estreou-se no campeonato ante os maritimistas, entrando no decorrer do prélio aveirense para o lugar de Roger, aos 56'. As escolhas prioritárias de Jesualdo para os dois lugares reservados aos elementos de conexão são Petit e Tiago, futebolistas de categoria mas com estilos e reflexos muito díspares na equipa. Contra o Marítimo Tiago dominou a sua área de jurisdição, praticamente não falhou passes (a percentagem de acerto foi altíssima, mas contra o Beira-Mar conseguiu o extraordinário feito de não falhar um único endosso!) e ainda teve tempo de marcar um golo (em dois remates); contra o Beira-Mar Petit foi um dos principais garantes da estabilidade defensiva e atacante do conjunto.