Perfil de Camacho

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José António Camacho, o novo treinador do Benfica, tem 47 anos e vai treinar pela primeira vez um clube fora de Espanha, depois de ter passado por Real Madrid, Rayo Vallecano, Espanyol, Sevilha e a selecção. Após os primeiros pontapés na bola no Albacete, integra o plantel do Real em Março de 1973, depois de dois dias de provas. Começa no Castilla, filial do clube, mas junta-se à equipa principal ainda na primeira época. Segura o lugar de defesa-esquerdo e defende a camisola dos «merengues» durante 16 temporadas, até 1989. No palmarés regista 414 jogos, nove campeonatos, três Taças do Rei, uma Taça da Liga, uma Supertaça e duas Taças UEFA. 1978 marca o ano de uma lesão grave, uma rotura dos ligamentos cruzados do joelho esquerdo, e remoção do menisco, contraída num treino. Tal não o impediu de continuar a jogar, empurrado por uma grande força de vontade. Aliás, raça, carácter e adrenalina são palavras que quem o conhece usa para o definir. Vinte meses depois regressa e para alinhar pela selecção, curiosamente frente a Portugal. Camacho é o segundo jogador com mais jogos pela selecção espanhola, depois do guarda-redes Andoni Zubizarreta, tendo cumprido 81 partidas, incluindo os Mundias de Espanha (82) e México (86). Por isso e muito mais, tem direito a um duplo jogo de despedida em Maio de 1990: um Real-Barcelona em veteranos (2-1) e um Real-Milan com a vitória a sorrir aos de branco pelo mesmo resultado. Claro. Depois da carreira de jogador segui-se a de treinador. Partindo da premissa pessoal de que não se aprende muito nos cursos de treinador, tem um objectivo bastante concreto: treinar o Real. A experiência ensina-lhe o que precisa e diz que as suas equipas têm de ser à sua imagem: hornadas, disciplinadas, sérias e trabalhadoras. Nesse ano consegue de imediato essa meta, como adjunto, com direito a título e passa depois para as camadas juvenis. Segue-se um ano com o Rayo Vallecano, que consegue fazer subir de divisão, e mais duas temporadas com o Espanhol - sempre disse que não lhe interessava o Barcelona. Mais uma vez consegue orientar uma equipa até ao escalão principal. Em 96/97 assume o comando no Sevilha e regressa ao Espanhol para mais uma temporada. Num contrato quase relâmpago, assina de novo pelo Real Madrid e parece prestes a concretizar o sonho de ser treinador principal dos «merengues», mas não chega a sentar-se no banco e sai antes do começo da temporada, imcompatibilizado com a direcção. Depois a selecção espanhola, que assume em Setembro de 98, sucedendo a Javier Clemente. Qualifica a formação para o Euro2000 como a selecção mais goleadora e forte candidata a um título que não acontece. A Espanha perde nos quartos-de-final com a França, que viria a ganhar o título. Abandona depois do Mundial asiático, eliminado pela Coreia do Sul nos quartos-de-final. Sai com 44 jogos disputados, 28 vitórias, nove empates e sete derrotas.