Fonte
www.abola.pt
Porquê, Benfica tantas lesões?
AS lesões não largam os jogadores encarnados. No entanto, o preparador físico é um homem de consciência tranquila e atribui o facto à sobrecarga de jogos.
A praga das lesões continua a perseguir os encarnados. Nuno Gomes e Geovanni foram os últimos a contrair lesões musculares, o português na véspera do jogo com o Marítimo e o brasileiro no decorrer do encontro, mas desde o início da época são vários os casos a registar. Em surdina, como é hábito nestas situações, é o nome do preparador físico que tem estado nas bocas do mundo, e José Antonio Camacho não terá deixado, obviamente, de compreender o alcance das perguntas que insistentemente lhe têm sido feitas sobre o assunto, reconhecendo, ele próprio, que não é normal tantas lesões desse tipo. À partida para Madrid, embora condicionado pelo tempo, já que a hora do voo estava próxima, Fernando Gaspar não se furtou a abordar o tema, dando a sua versão.
— Que explicação pode dar sobre a razão de tantas lesões no plantel do Benfica?
— Isso acontece porque os jogadores do Benfica não estavam habituados a fazer doze jogos em apenas dois meses. Alguns acabaram por acusar essa sobrecarga de jogos. Basicamente, foi isso que aconteceu.
— Mas não são lesões a mais, tendo em conta que ainda se chegou ao final do primeiro terço do campeonato?
— Bem, também não há motivos para se falar num número exagerado de lesionados. Quantos jogadores nossos sofreram lesões musculares? Poucos, não? Uma coisa é sofrer uma lesão muscular e outra, bem diferente, é que Petit, Miguel ou Zahovic sofram uma pancada e se lesionem por isso. Não me parece que haja razão para alarmes.
— E Nuno Gomes?
— Nuno Gomes sofreu uma pequena lesão, algo banal no futebol, e não me parece que seja um problema de muita gravidade. É preciso ver também que o Nuno é um jogador que esteve muito tempo parado. Não fez a pré-época com os companheiros, mas neste momento trabalha tanto como os outros. É natural que uma vez ou outra vez possa surgir algum pequeno problema físico. Muito mais numa fase em que há sobrecarga de jogos.
«Regressaremos à normalidade»
— No último jogo, foi a vez de Geovanni se lesionar sozinho...
— Foi pena, porque Geovanni estava a atravessar um bom momento de forma. Mas a equipa médica está atenta e tudo fará para que ele recupere o mais depressa possível.
— Mas antes de entrar nesta fase de que fala, o Geovanni esteve irreconhecível, denotando uma condição física muito aquém do desejável...
— Geovanni é um jogador intermitente. Tão depressa aparece em grande forma como atravessa uma fase de menor fulgor. Tem a ver com as suas características, pois ele é o típico jogador brasileiro.
— Há um timing para que estes problemas com as lesões sejam ultrapassados?
—Toda a gente sabe que as lesões fazem parte do futebol. Não há nenhuma equipa no mundo que esteja a coberto destas situações, até porque há coisas que não se podem prever. Mas agora vem a paragem do campeonato e, a seguir, a Taça. Os jogadores vão poder repousar um pouco. Depois disso, penso que tudo irá voltar à normalidade.