Da estreia em Arouca ao golo em Santa Maria da Feira distam meia centena de partidas de águia ao peito. O camisola 27 chega aos 50 encontros em excelente forma e destaca a união do grupo como um dos segredos para o sucesso.
Rafa chegou aos 50 jogos com a camisola do Benfica. Não deixa de ser curioso o facto de este número ter aparecido num estádio que o jogador bem conhece: o Marcolino de Castro. Foi lá, ao serviço do Feirense, que se estreou com sénior.
“É bom. Quer dizer que já consegui atingir este número. Quero mais! Quero atingir mais, o dobro para já, e vou continuar a trabalhar para que assim seja”, começou por referir, em declarações à BTV.
Na reta final do mercado de verão de 2016/17, o internacional português deixava o SC Braga e rumava mais a Sul para representar as águias. A estreia deu-se em Arouca a 9 de setembro. Foi titular, mas uma lesão tirou-o da partida aos 62’. Ao longo destes minutos foi dos que mais mexeram com o jogo através da velocidade e ao explorar a profundidade. Criou dificuldades ao adversário e sentiu-se como peixe dentro de água.
“Lembro-me que me lesionei. Ganhámos um jogo difícil. Foi uma estreia com muitas emoções e um jogo muito bom da nossa parte”, recordou, acrescentando: “Joguei eu e o [Gonçalo] Guedes na frente.”
Regressou pouco mais de dois meses depois, no Estádio da Luz, diante do Marítimo. “Lesionei-me dois meses ou mais, mas conseguimos o objetivo que foi o título. O individual não tem sentido se não atingirmos os objetivos coletivos”, frisou Rafa. Foi trilhando o seu caminho até ao primeiro golo. E que golo! Diante do Tondela, na 18.ª jornada da Liga NOS 2016/17, Rafa recebeu a bola nas costas da defesa contrária e desferiu um chapéu indefensável a Cláudio Ramos. Era o 3-0 na altura (o jogo terminou em 4-0).
“Foi o primeiro! Acho que foi considerado o melhor golo desse mês. O que me deixou mais contente foi o facto de ter sido o meu primeiro golo pelo Benfica e por ter sido no Estádio da Luz”, considerou.
“É difícil dizer. Pensei fazê-lo e fi-lo, mas não estava à espera que saísse uma coisa destas. Foi um golo muito bom”, admitiu ainda Rafa.
Esse primeiro golo levou o grupo a exaltar pelo sucesso de Rafa pela estreia a marcar de águia ao peito. O futebolista enalteceu o espírito de grupo latente nas águias.
“Já tinha acontecido com o André Almeida, aconteceu comigo e aconteceria com qualquer um, porque o grupo é todo muito unido, damo-nos todos e só assim temos atingido estes títulos”, sublinhou.
Rafa ia sendo aposta de Rui Vitória nas várias competições em que o Benfica estava inserido e o jogo 25 surgiu na Taça de Portugal. A 5 de abril, a Luz recebeu a segunda mão da meia-final da Taça de Portugal. Empate a três bolas e as águias voavam para a final de uma prova que viriam a conquistar no Jamor. O camisola 27 foi titular.
“Os jogos são todos bastante difíceis. Não vamos ter jogos fáceis, muito menos nas taças. Conseguimos o que queríamos, que era passar”, disse.
A época 2017/18 é a segunda do internacional português no Clube, estando Rafa a mostrar a sua melhor versão aos Benfiquistas. Rui Vitória dissera que o cavalo passa a porta de todos; seria preciso os jogadores saberem montá-lo. Pois bem, Rafa está a mostrar-se um especialista equestre. A 3 de fevereiro, com o Rio Ave, Salvio lesiona-se e o 27 entra para o seu lugar. Nessa partida assistiu Raúl para o 5-1 final. Estava dado o mote para o que se seguiria…
Desde aí foi sempre titular, tem rubricado exibições em crescendo e participa no resultado com assistências e golos. Primeiro em Paços de Ferreira… “A nível coletivo foi um golo importante. Na minha opinião estávamos a fazer um grande jogo, a criar oportunidades, mas não estávamos a marcar. O Jonas fez dois golos e o meu foi o terceiro e tranquilizou.”
“O que tenho tatuado no braço é sobre a minha família, as pessoas que estão comigo e que me apoiam. Agradeço muito a família que tenho, os meus pais, irmãos e a minha namorada. Não chegaria aqui sem nenhum deles”, disse Rafa ao explicar a razão do beijo à tatuagem na hora do festejo.
Quem também marcou em Paços de Ferreira foi Jonas, considerado o Melhor Jogador na Gala do Benfica, e que fez questão de levar todo o plantel ao palco na hora de receber o galardão.
“Não estava à espera. Ele já tinha dito, mas não acreditei. É um gesto bonito e mostra a qualidade do grupo e que ele sabe que, por muita qualidade que tenha, sem um grupo forte e sem companheiros que o ajudem não se consegue fazer grande coisa. Como grande jogador que é, sabe a importância”, revelou.
“Do Jonas e de qualquer jogador eu espero isto. O nosso grupo é tão unido, que somos uma família”, acrescentou.
O último golo foi frente ao Feirense, partida que assinalou os 50 jogos de Sport Lisboa e Benfica.
“Foi uma casa que me lançou, pela qual tenho muito respeito. Tenho muito orgulho em ter jogado lá e foi especial rever pessoas especiais na minha vida”, realçou.
No momento dos festejos do golo de Rafa em Santa Maria da Feira, Luisão foi dos mais efusivos. O 27 das águias sabe porquê. "Aqui, não vejo ninguém a olhar para o seu umbigo. O Luisão agora não tem estado a jogar tanto, mas continua com a equipa como se estivesse lá dentro. Isso é que é importante. Sabemos que, estando a jogar ou não, importante é o objetivo coletivo, que é sermos Penta. Não foi um golo do Rafa ou do Raúl; foi um golo do Benfica", explicou.
Texto: Marco Rebelo
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