Fonte
www.slbenfica.pt
Ricardo Rocha, em entrevista exlusiva
«Estamos confiantes!»
Podia chamar-se Rochedo. Entrou no Benfica pela porta grande: em nove jogos na SuperLiga assegurou a titularidade numa posição que não era a sua e confirmou atributos. Recuperou nos Açores o seu posto natural e deu indicações de ser para continuar. «Feliz da vida» é a expressão que encontra para definir o que sente ao serviço de um Clube que adora «desde pequeno».
Tem 24 anos e é, definitivamente, uma grande esperança do futebol português. Com a solicitude e a humildade que o caracterizam dentro de campo, Ricardo Rocha partilhou connosco a sua experiência de águia ao peito. Falou-nos do Benfica que encontrou, do prazer de «roubar bolas» e de um sonho chamado Selecção A. Uma análise ao percurso da equipa e um voto de confiança ao "mister" Jesualdo dão nota da sobriedade profissional que o acompanha. A confiança, muita, toma conta do seu discurso. A prová-lo, o facto de apontar o triunfo do último Domingo como o «início de um novo ciclo vitorioso». Acreditamos.
Do Sp. Braga B a titular indiscutível do Benfica em apenas dois anos. Um caso de sucesso...
Pode dizer-se que sim. Comecei numa equipa B e um dos objectivos das equipas B é justamente potenciar valores. A transição para a equipa principal do Braga acabou por acontecer graças à minha prestação na B, mas, também, infelizmente, por infortúnios físicos e disciplinares de outros colegas da equipa principal. O "mister" Cajuda lançou-me, então, na I Liga e eu fiz tudo para justificar a oportunidade. O segundo ano no Sp. Braga serviu para consolidar o meu valor e agora aqui estou eu, feliz da vida, titular de uma grande equipa e jogador de um Clube que adoro desde pequeno.
Era este o Benfica que esperava encontrar?
Antes de chegar, falava-se muito do Benfica: mau ambiente no balneário, relações menos boas entre jogadores e dirigentes e outras situações afins. Pensava que iria encontrar uma estrutura difícil, mas trata-se precisamente do contrário: temos um balneário unido e os responsáveis do Clube têm estado sempre do nosso lado. Encontrei um Benfica mentalizado para o êxito.
O passado comum que partilha com Armando e Tiago favoreceu a sua integração?
Ajudou imenso. Desde que se transferiram para cá, nunca perdi o contacto com eles. Frequentemente, mantinham-me ambos ao corrente do que se ia passando no Benfica. Da mesma forma, também eu lhes fui dando conta do meu quotidiano em Braga. Quando cheguei à Luz, o apoio manteve-se, a partir de então de uma forma mais directa. Tem sido importante a boa ligação entre os três.
É o melhor recuperador de bolas da equipa. Como se sente nesse papel?
Muito bem. Na minha acção como defesa, roubar bolas é uma das tarefas que mais prazer me dá. É gratificante saber que, nesse capítulo, ganhei algum protagonismo. Espero manter esses níveis e continuar a dar o meu contributo à equipa como titular.
Selecção nacional A: uma meta?
Sim. É um sonho que pretendo realizar. Ultimamente, tenho sido chamado à selecção B, que é um patamar para a selecção principal. Tenho trabalhado bem e, com a titularidade no Benfica, as possibilidades de vestir a camisola da selecção A são ainda mais realistas. Mas não é fácil, porque a selecção é formada por jogadores de grande qualidade. Tenho de prosseguir com empenho o meu trabalho e esperar por uma chance.
Nos Açores, actuou finalmente no centro da defesa. De que forma encarou a mudança?
De uma forma decisiva. Mentalizei-me de que tinha de dar tudo e fazer um bom jogo para conseguir agarrar a oportunidade que o técnico me deu. Vinha jogando na posição de lateral esquerdo e penso que nunca deixei de cumprir bem a tarefa, correspondendo às expectativas do treinador com aplicação total nos treinos e nos jogos. Quando surgiu a oportunidade de alinhar a lateral, o mais importante para mim foi mesmo estar no onze, para ajudar a equipa a conseguir os melhores resultados. Nos Açores, senti-me bem no centro da defesa, mas, especialmente, pelo resultado que alcançámos.
O triunfo sobre o Santa Clara foi um tónico importante...
Sim. Vínhamos de quatro jogos que não nos correram bem e que meteram, pelo meio, muito falatório sobre o valor da equipa. Penso que colocámos um ponto final nessa fase negra. Cada jogo é para nós uma final. Não estivemos bem em quatro, mas vencemos esta. Acredito que foi o início de um novo ciclo vitorioso, que todos desejamos que se prolongue até ao final do campeonato.
Os últimos dois testes na Luz mexeram com a tranquilidade da equipa. Cuidados para Domingo?
Vários. O Paços de Ferreira tem, como muita gente vê e diz, uma equipa difícil, que pratica bom futebol, dentro e fora de casa. Temos, por isso, de redobrar cautelas. Os dois últimos jogos na Luz não nos correram bem, mas, com a vitória nos Açores, vamos reentrar confiantes e moralizados no nosso Estádio, com muita vontade de proporcionar alegria ao público benfiquista, que nunca deixou de nos apoiar, nos bons e nos maus momentos.
Depois de um início de campeonato ao melhor nível, a equipa derrapou, gerando alguma celeuma entre os benfiquistas. Comentário?
É complicado explicar o que se passou. Estávamos conscientes, no início do campeonato, de que seria importante entrarmos com o pé direito na prova, o que, felizmente, conseguimos. As quatro vitórias consecutivas deram moral á equipa e ao público. Depois, veio o jogo na Madeira e foi uma decepção. A intranquilidade e o nervosismo instalaram-se e, como consequência, os maus resultados acumularam-se. Mas penso que o mais importante foi termos sabido dar a volta. Estamos confiantes!
Na sequência dos resultados menos bons da equipa, alguns sectores da comunicação social têm posto em causa a permanência do treinador Jesualdo Ferreira. Um comentário?
Apesar de as coisas não terem corrido muito bem após as primeiras quatro jornadas, não pode pôr-se em causa a competência de um técnico que tem créditos firmados ao serviço do futebol português. Estou certo de que essa postura da comunicação social não poderá afectar as qualidades que o professor Jesualdo possui como profissional. Trata-se de um treinador que possui uma carreira notável e que, acima de tudo, tem feito um excelente trabalho no Benfica. O grupo sente isso, está com ele e deseja a sua continuidade à frente da equipa. É uma pessoa que já tem muitos anos de futebol e merece estar no lugar que ocupa.
O que é preciso melhorar para que o Benfica possa manter-se na corrida pelo título?
Temos de melhorar todos os dias as nossas deficiências e os nossos pontos fortes. Temos, também, de fazer tudo o que está ao nosso alcance para vencer os jogos. É para isso que cá estamos!
E a concorrência?...
Já ficou demonstrado, ao cabo de apenas nove jornadas, que existe uma grande competitividade entre as equipas da SuperLiga. Isso é bom. É, no fundo, o que toda a gente sempre desejou. As equipas estão mais fortes e há muitos candidatos aos lugares cimeiros. Mas há uma regra que se mantém: quem soma mais pontos é quem ganha o campeonato. Eu e os meus companheiros temos consciência disso e é com esse pensamento que temos de entrar em campo.
Um recado à massa associativa e aos adeptos para o jogo com o Paços?...
Acreditem em nós, nos bons e nos maus momentos! Isto aplica-se a todas as etapas que vamos ter pela frente. Somos um grande Clube e temos grandes jogadores. Da nossa parte, tudo faremos para proporcionar aos benfiquistas as maiores alegrias.
Bilhete de Identidade
Ricardo Rocha
Data Nasc: 03/10/1978
Peso: 80 kg
Altura: 1,83 m
Posição: Defesa central
Cor: Vermelho
Clube: Benfica
Ídolo: Pais
Livro: Fernão Capelo Gaivota
Filme: Braveheart
Música: Lenny Kravitz
Prato: Bacalhau com natas
Carro: BMW
País para viver: Itália
De A a Z
Amor
Beleza
Compreensão
Desejo
Empate
Felicidade
Golos
Humildade
Irmãos
Jogo
Luta
Metas
Nação
Ovação
Protagonismo
Qualidade
Revolta
Sentimento
Trabalho
União
Vitória
Xadrez
Zahovic