Roderick: "Krovinovic tem toque de Aimar. É mesmo craque"

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Roderick Miranda, ex-defesa de encarnados e vila-condenses, confia que o Benfica vai conseguir superar as últimas baixas no sector recuado, onde continua a pontificar Luisão, que ainda é "uma figura autoritária"

 

Formado no Benfica com carimbo de grande promessa das águias, Roderick deixou a Luz em 2013/14 para jogar no Rio Ave, onde cresceu e se afirmou, antes de se lançar esta época no Wolverhampton, com o técnico Nuno Espírito Santo. Em entrevista a O JOGO, o central fala de si, do clube onde deu os primeiros passos e de vários ex-colegas, entre eles um a quem coloca o rótulo de craque certo: Krovinovic.

 

O que fazia Krovinovic, reforço do Benfica, destacar-se no Rio Ave?

-O que vejo é o mesmo que vi mal ele chegou ao Rio Ave: é um craque e rapidamente vai encantar toda a gente. Sinceramente, quando chegou ao Rio Ave com 19 anos, não esperava encontrar um jogador assim. Mas bastou um treino para nos impressionar; acredito que tem muito mais para dar e, no Benfica, atingirá o auge das suas capacidades e vai mostrar muita coisa.

 

E o que chamou à atenção nesse primeiro treino?

-Era a receção, o primeiro toque de bola, a intensidade dele. Lembra-me muito do Aimar e do Saviola, com quem treinei no Benfica e ficava a pensar como era possível fazerem aquilo que faziam. Krovinovic tem esse toque e vi logo que era mesmo craque. Ele faz as coisas parecerem fáceis, mesmo as que não o são. Não quero colocar-lhe a fasquia muito alta, mas é um jogador com uma técnica acima da média, a quem é muito difícil tirar a bola. Pode chegar a um nível muito alto mesmo.

 

E vai competir com Pizzi, seu ex-colega no Corunha. O que mudou nele para se tornar no jogador que é hoje?

-Ganhou andamento, rotação que era o que lhe faltava. Tem muita técnica, mas, na altura, faltava-lhe a intensidade que agora tem. Correu muito bem e está a mostrar que sabe jogar muito à bola. Pizzi e Fejsa, aliás, são as peças que movimentam toda a equipa e sente-se muito quando não estão em campo. Foram os jogadores mais decisivos nas últimas temporadas.

 

Foi formado no Benfica, mas, de lá para cá, muito mudou. Como viu essas mudanças no que respeita à formação e à aposta em jovens?

-Nos últimos quatro anos, o Benfica tem tido um crescimento muito grande e dominado o futebol português. Se os rivais não responderem, vai dominar por muitos mais anos pois tem uma estrutura muito bem conseguida, com uma base muito forte. O Benfica está mais à frente do que FC Porto e Sporting. Mas será mais um ano em que todos partirão em pé de igual, embora com o Benfica a sair como tetracampeão.

 

Sendo defesa, vê como fácil a Rui Vitória reconstruir a equipa, com as saídas de Ederson, Lindelof e Nélson Semedo?

-Antes de esses saírem, também estavam numa segunda linha de outros que eram parte fundamental da defesa. Rapidamente o Benfica encontrará soluções que façam a equipa manter um bom nível.

 

Ainda sobrou Luisão, com quem chegou a jogar...

-Luisão é uma referência para qualquer colega, vejo-o como uma figura autoritária dentro e fora do campo, representando um papel importante. E nesse papel é insubstituível pois a sua figura em campo acaba por colocar os adversários logo em contenção.

 

Após o que fez no Rio Ave, acha que já merece uma ida à Seleção Nacional?

-Sinto que evoluí bastante e não escondo que ambiciono chegar lá. Se estou no auge, não sei, mas este é um campeonato que me pode ajudar a evoluir em vários aspetos. Espero poder vestir a camisola das Quinas.

 

E voltar a vestir a do Benfica?

-Isso não é algo que me perturbe, quero continuar a evoluir aqui em Inglaterra, onde há o campeonato mais emocionante e onde todos querem estar.

 

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