Roger relegado para o «banco»

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Pela primeira vez esta época, Roger irá começar um jogo no banco de suplentes, fruto das alterações tácticas que Jesualdo Ferreira vai operar para o jogo com o U. Leiria. A utilização de três centrais, uma dupla de pontas-de-lança e a mais que provável titularidade de Armando levam a que o brasileiro seja o sacrificado. E à quarta jornada... o Benfica apresenta um onze com uma disposição táctica diferente daquela que tem vindo a ser a imagem de marca da própria equipa e das restantes formações portuguesas. Todos os indicadores apontam para que Jesualdo Ferreira aposte num arrojado 3X5X2, fugindo assim ao 4X2X3X1 que iniciou a temporada. Ou seja, e de acordo com o que o nosso jornal avançou na edição de ontem, a inclusão de Nuno Gomes e Fehér de início, bem como de três defesas centrais, é para manter, na sequência do que se verificou na segunda parte do encontro como o Moreirense, período no qual a equipa conseguiu inverter o marcador de 1-2 para 3-2 — e com pouco tempo de treino acumulado nesse sistema. A confirmação acabou por ser feita ontem, durante a única sessão de trabalho do dia, realizada no relvado principal do Estádio Universitário: nas três equipas formadas para jogarem entre si, Argel, João Manuel Pinto e Ricardo Rocha pontificavam juntos no sector defensivo, enquanto numa outra formação apresentaram-se Petit, Armando, Simão, Zahovic, Nuno Gomes e Fehér. Armando em vez de Miguel E é precisamente a provável inclusão de Armando na equipa titular que levará Jesualdo a prescindir de Roger. O internacional moçambicano já se encontra perfeitamente recuperado da lesão no joelho direito e será ele o responsável por fazer todo o corredor direito — aquilo que o técnico pediu a Miguel na segunda parte da partida com o Moreirense — mas com a nuance de o número 2 ter outra capacidade defensiva. Fundamental, segundo o técnico, para conferir maior equilíbrio nesse capítulo. Miguel entrou bem em Braga, mas foram notórias as dificuldades dos centrais, particularmente de Argel, em dividir as funções de central e lateral. Posto isso, começa a perceber-se melhor a ausência do carioca no onze. Não só pelo que foi possível vislumbrar no treino, como através da própria lógica: não abdicando de dois médios-centro (com este novo sistema terão ainda de se preocupar mais com a barragem dos ataques adversários), de Simão, Zahovic e dos dois avançados (Nuno Gomes e Fehér) que, juntos, já valeram dois golos. Sobra, pois, somente um lugar: médio direito. E Jesualdo não quer que a equipa ataque com cinco e defenda com cinco: quer que ataque com cinco e defenda com seis. E é aí que Roger parece perder a corrida. Porque não é, definitivamente, um ala... Jesualdo conversa com os centrais Os encarnados vão apresentar-se no sábado à noite com um dispositivo de três defesas centrais. Não é propriamente a primeira vez que isso acontece, mas a verdade é que a equipa ainda não está totalmente rotinada com esse sistema. Por isso, cada treino serve para ultimar cada pormenor. Mas, igualmente importante, uma conversa em particular. Foi o que aconteceu ontem. Hora e meia depois do início do treino, realizado no Estádio Universitário, e quando todos os jogadores avançaram para os alongamentos finais, o técnico puxou João Manuel Pinto, Ricardo Rocha, Argel e o guardião Moreira para um canto do relvado para uma palestra, com a particularidade de o psicólogo do plantel, Pedro Almeida, também marcar presença. Durante perto de 10 minutos, Jesualdo Ferreira explicou detalhadamente o que espera que o trio cumpra, com um discurso muitas vezes acompanhado de uma gestualidade manual e corporal. De resto, o treinador estava tão compenetrado na prelecção que os seis continuaram imóveis enquanto a maioria dos restantes jogadores já se encontrava no autocarro, à espera de voltar para a Luz. Pelo menos na teoria, a lição parece ter ficado estudada.