Seixal como base da seleção: coincidência ou cada vez mais uma realidade?

Fonte
zerozero.pt

Aproveitando o regresso da seleção nacional aos jogos no Estádio da Luz, e notando uma crescente presença de jogadores formados no Benfica na convocatória de Fernando Santos, o zerozero foi, pelos dados e estatísticas, à procura de resposta para a pergunta colocada no título.

 

Ora, começando pela política mais recente do Benfica, convém recordar as palavras de Luís Filipe Vieira, que, na chegada de Rui Vitória, disse o seguinte: «O futuro do Benfica passa por atletas formados nesta casa. Este é um ponto de honra. Queremos vitórias, mas queremos atletas para estar no nosso plantel principal. Vamos estar cada vez mais presentes. O futuro do Benfica é risonho e vai passar pelo Seixal».

 

Jogadores formados no Benfica Fase Final
                       nº Jogadores
Mundial 2018     5
Euro 2016     3
Mundial 2014     2
Euro 2012     2
Mundial 2010     1

 

Uma declaração que, a somar à vontade expressa pelo dirigente das águias anos antes, de que «a espinha dorsal da seleção nacional será do Benfica», atesta a intenção de lançar atletas portugueses ao mais alto nível e consolidá-los na equipa principal.

 

Por agora, tal não é uma realidade. Olhando para a seleção nacional, ainda longe se pode dizer que há uma «espinha dorsal» assente em jogadores dos encarnados ou em atletas criados no Seixal. Há Rui Patrício, Pepe, William Carvalho e Cristiano Ronaldo, o que traduz uma predominância de atletas oriundos da formação do Sporting, embora haja, de facto, um considerável surgimento de jogadores relacionados com as águias.

 

E há, também de forma sustentada, um crescimento desses jogadores, como está espelhado no facto de um terço da atual convocatória (oito em 24) ser de atletas que passaram na formação do Seixal (igualou Alcochete, que tem também oito presenças, a contar com Mário Rui, embora com uma média de idades bem inferior), bem como na tabela ao lado.

 

Ainda assim, são bem mais os jogadores que estão na seleção por uma via indireta. Ou seja, chegaram à seleção não pela via da equipa principal do Benfica, mas por outro clube onde entretanto se notabilizaram.


Vejamos de seguida, caso a caso, para que se perceba que o retorno da formação do Seixal foi muito mais financeiro do que desportivo, já que metade destes oito jogadores não chegou à seleção através do Benfica. Se bem que, reforçamos, há uma tendência crescente para que tal possa acontecer com maior frequência - basta ver que nos sub-21 há nove atletas formados no Benfica que estão nas escolhas de Rui Jorge.

 

http://www.zerozero.pt/news.php?id=230490