Simão grande...

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Simão é agora, com o eclipse de Mantorras, a grande estrela do Benfica. Marca golos, dá golos a marcar, brilha e faz brilhar. Ganhou a aposta de regressar a Portugal e, além disso, volta a sonhar com a presença no Mundial de 2002. Quatro golos marcados nos últimos sete jogos dão-lhe a confiança necessária para piscar o olho a terras do Oriente. Quinze jogos ininterruptos — Simão chegou à Luz sem ter feito a pré-temporada, começando a experiência encarnada em clara desvantagem perante os companheiros. Assim, quando a 27 de Julho do ano passado Benfica e Barcelona chegaram a acordo para a transferência de Simão, o jogador tinha cerca de 15 dias de preparação em atraso, apesar de se estar a treinar sozinho. Pouco menos de um mês depois, na primeira jornada do campeonato, frente ao Varzim, na Póvoa, o número 20 da Luz ficou de fora. Nas três jornadas seguintes, porém, garantiu a titularidade e nunca mais a largou. Sempre substituído nas jornadas 2, 3 e 4 (jogou, respectivamente, 64, 72 e 81 minutos), mas daí para a frente, entre as rondas 5 e 19, só por uma vez não terminou os 90 minutos: frente ao Sp. Braga, saiu aos... 89 minutos, para dar lugar a Rui Baião. Ou seja, 15 jogos ininterruptos. A aposta em Simão estava pois, claramente, ganha. Quatro golos nos últimos sete jogos — Simão nunca foi um goleador. Marcou na estreia pelo Sporting, a 16 de Maio de 1997, mas não é homem para muitos e frequentes golos. Um minuto depois de ter entrado, frente ao Salgueiros, na Maia, tornou-se no mais jovem jogador a marcar um golo na I Divisão portuguesa. Tinha 17 anos e 197 dias. Pouco menos de cinco anos depois, Simão cresceu, amadureceu e já não é o menino frágil e introvertido que Octávio Machado lançou nos mais altos voos. É um jogador de selecção. De selecção A. E, depois de, em 1998/99, ter marcado dez golos em trinta jogos pelo Sporting, Simão abalou para Barcelona. Tinha muitos craques a tapar-lhe a ascensão rápida, mas Simão ganhou espaço: em duas épocas, disputou 45 jogos na I Liga espanhola, marcando três golos. Não estava, no entanto, satisfeito e um aliciante convite do Benfica fê-lo regressar a Portugal. Só marcou o primeiro golo na 10.ª jornada, em Faro, já Mantorras apontara cinco. Porém, desde aí o angolano obteve mais três e Simão somou quatro. Ou seja, nos últimos sete jogos o número 20 da Luz marcou quatro golos, média excepcional para um servidor de golos. O sportinguista João Pinto, por exemplo, tem quatro tentos apontados desde o início do campeonato. A quatro meses do Mundial... — A aposta de Simão, mesmo estando o Benfica a cinco pontos do líder Sporting, parece ganha. O número 20 da Luz é agora, depois do eclipse de Pedro Mantorras, a grande figura dos encarnados. Mais regular, mais eficaz, mais brilhante, mais goleador. Mais, mais, mais. E, sem nos imiscuirmos nas contas do seleccionador António Oliveira, torna-se claro que Simão pode encarar, neste momento, com boas perspectivas a ida ao Campeonato do Mundo. A menos de quatro meses de conhecer-se a convocatória para a grande competição, parece natural que, mesmo incluindo as habituais estrelas da formação portuguesa, Simão sonhe com a presença em terras orientais