Stefano Tanzi: «Não temos interesse em emprestar Júnior»

Através do seu presidente, o Parma confirmou ontem aquilo que Record tem noticiado, ou seja, os italianos só admitem transferir Júnior para a Luz caso o Benfica se comprometa a ficar dono do passe do brasileiro. "Posso confirmar-lhe que o Parma está na disposição de negociar Júnior. Quando digo negociar, digo transferir o jogador em definitivo. Não temos interesse em emprestar um jogador como Júnior", sublinhou Stefano Tanzi quando se aprestava para deixar o Mario Rigamonti, onde a equipa de Cesare Prandelli empatou ontem a uma bola diante do Brescia. Tanzi, de resto, fez questão de endossar para a Luz a responsabilidade pela evolução do caso. "O mercado fecha em menos de uma semana. Agora, tudo depende do Benfica. Sabemos que tem interesse em ficar com Júnior, mas sempre se sabe que nestas coisas tudo depende da oferta que se faz...", acrescentou o mais alto responsável do Parma, evidenciando uma expressão de grande tranquilidade. Apesar de tudo, Stefano Tanzi deixou uma porta aberta para Luís Filipe Vieira e seus pares concretizarem a operação-Júnior. "Repito, não há muito tempo até ao próximo dia 31, mas acredito que ainda seja possível ao Benfica transformar os seus planos em realidade. Dependerá daquilo que estiver na disposição de oferecer", insistiu o presidente, que encerrou o diálogo com duas frases características da cúpula parmesã: "O 'dossier' está entregue a Arrigo Sachi. Mais pormenores pertencem-lhe. Mas, sim, digo-lhe que Júnior é um elemento que admitimos deixar sair..." Toda esta... abertura, contudo, ainda não foi suficiente para o Benfica encurtar a (enorme) distância. Na Luz, a perspectiva é outra, pretendendo a SAD recrutar o defesa-esquerdo no quadro de uma cedência até Junho e com o Parma a manter o pagamento de 60 por cento do salário de Júnior. Tão distintos pontos de vista sobre o mesmo negócio fizeram as negociações praticamente "abortar" neste fim-de-semana, embora o Benfica ainda não tenha desistido totalmente. Por isso, nas últimas 48 horas tentou demover os dirigentes parmesãos, já escassamente fascinados pelo teor da proposta que aceitava a compra do passe de Júnior... a partir de 2004 e assente num pagamento global que não ultrapassaria os dois milhões de euros... Espera Oliveira Júnior Ao contrário daquilo que acontecera na jornada anterior (no Ennio Tardini, frente ao Empoli), a actuação de Júnior em Brescia valeu ontem sobretudo pela actuação do brasileiro no primeiro tempo. O resultado (1-1) do jogo foi, aliás, feito antes do intervalo (golos de Bonera aos 32' e de Roberto Baggio aos 39'), período em que o Parma se mostrou uma equipa mais poderosa e capaz de reduzir os espaços ao adversário. Júnior protagonizou duas intervenções particularmente positivas (aos 5' e 8' aventurou-se e só não teve a melhor colaboração de Adriano e Bresciano) no ataque e uma outra decisiva no plano defensivo, quando impediu que Roberto Baggio, aos 13', marcasse aquele que seria o (seu) primeiro golo. Mas a partir dos 57', quando tentou fazer um passe e a bola saiu pela linha, Júnior, à semelhança da equipa, deixou de ser uma unidade tão notada. O jogador descansa hoje (só amanhã o Parma volta aos treinos), dia em que espera ter, senão a visita, pelo menos uma informação precisa do seu empresário, Oliveira Júnior. Tanto mais que nas últimas horas até correu o rumor que o São Paulo (também) queria Júnior... Mais 12 meses para pagar... Três milhões e meio de euros em quatro anos. O Parma cedeu um pouco. Exigiu primeiro o pagamento em três anos (a partir de Junho) e nas últimas horas já admite o alargamento do prazo por mais... 12 meses.