Sven-Goran Eriksson leva Benfica a Tribunal

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Uma bomba. Sven-Goran Eriksson, um dos treinadores mais emblemáticos da história do emblema da águia, decidiu avançar com uma acção judicial contra o Sport Lisboa e Benfica por incumprimento do acordo da entrega por parte do clube dos valores relativos ao imposto sobre o rendimento de pessoas singulares (IRS) nas temporadas 1990/91 e 1991/92, as últimas do técnico sueco em Portugal, quando era presidente João Santos, com quem o contrato foi celebrado. O processo deu entrada no tribunal há um mês (a 6 de Outubro passado) e o Benfica foi notificado três dias depois, esgotando-se agora o prazo de 30 dias para a resposta à acusação. Em causa estão mais de 67 mil contos (cerca de 336 mil euros) de dívida que já deram origem à penhora da vivenda que o seleccionador de Inglaterra possui na região de Cascais. Eriksson foi obrigado a pagar... Quando o treinador foi contratado pela segunda vez pelo clube da Luz, foi acertado com a Direcção que caberia a esta pagar os impostos. Esse acordo tem sido, aliás, assumido pelos vários sucessores de João Santos, foram inclusive delineados esquemas de pagamento da dívida sem a posterior execução prática. Mas como o Benfica nunca pagou, a 1.ª Repartição de Finanças de Cascais avançou em Maio de 1998 com a penhora sobre a Vivenda Joli, da qual Eriksson é proprietário. Para assegurar a posse do imóvel, o técnico sueco decidiu, após tentativas falhadas de negociação com o clube, liquidar os valores em causa, não desistindo posteriormente de chegar a acordo com o Benfica para a restituição desses montantes. Tal nunca aconteceu. Vale e Azevedo pagou... "formalmente" Pode ler-se no processo a que O JOGO teve acesso que, segundo a acusação, no contrato de trabalho então estabelecido entre clube e técnico, o pagamento dos respectivos impostos ficou efectivamente a cargo da entidade patronal, existindo também um documento, assinado por Manuel Damásio, datado de Outubro de 1997, onde o então presidente dos encarnados reconhece que a dívida ao fisco é da responsabilidade do clube (ver texto à parte). A penhora foi resolvida por Eriksson em "meados de 2000", segundo informação contida no processo entregue no Tribunal Cível de Lisboa em Outubro passado. Na altura o presidente era João Vale e Azevedo, que chega mesmo a acordar o pagamento da referida quantia em seis prestações mensais: a primeira de 15 mil contos (75 mil euros); quatro de 10 mil (50 mil euros); e uma última no valor de 12 milhões 419 mil e 875 escudos (cerca de 61 mil euros). Um plano de pagamentos entretanto cancelado devido à proximidade da realização de eleições no Benfica, da qual sai vencedor Manuel Vilarinho. Vilarinho não responde A 20 de Novembro de 2000, através do seu representante, Eriksson envia uma carta registada, com aviso de recepção ao Benfica, em nome do então eleito presidente Manuel Vilarinho, onde faz novo pedido para que a dívida seja liquidada pelo clube. Ainda segundo a argumentação do processo, nunca houve resposta por parte do Benfica a essa missiva, provocando então o actual pedido indemnizatório. Sven-Goran Eriksson pede que lhe seja restituído o valor pago para a anulação da penhora (336.288,92 ¤), os juros a ela referentes até à data (74.481,08 ¤) e uma indemnização por violação do direito ao bom nome e imagem, bem como por danos morais e patrimoniais, no valor de 50 mil euros, o que perfaz um total de 460,770 mil euros (cerca de 92 mil contos).