A ultima vitória

Submetida por pgmarques em
Fonte
slbenfica.pt
César Brito "Já era tempo de não ser eu o protagonista" Ataque químico «No FC Porto vale tudo. Quando têm um adversário de valor como o Benfica, são exímios a produzir um clima hostil. Foi o caso do jogo em 91, que se revestia de grande importância. Estava em causa a luta pelo título e eles prepararam tudo de maneira a intimidar o Benfica. Não podíamos respirar no balneário, porque tinham despejado lá um produto tóxico. Mas no fim tramaram-se... Foi uma grande alegria para todos nós!» Hora de mudar «Nos últimos tempos a sorte não nos tem acompanhado. Fico triste porque o meu Benfica já não ganha nas Antas há onze anos. Já era tempo de não ser eu o protagonista da última vitória. Espero que no domingo a equipa entre confiante no jogo e proporcione a todos os benfiquistas a alegria do triunfo.» Belenenses foi lição «O Benfica tem uma boa equipa, com bons jogadores, mas há pormenores que falta limar. A prova esteve no último jogo, com o Belenenses. Não se compreende que o Benfica se tenha deixado surpreender daquela maneira. Não é próprio de uma equipa bem estruturada e com ambições de chegar ao título. Sinceramente, fiquei confuso e triste. Espero que Camacho e os jogadores saibam retirar daí uma lição». Pacheco "O Benfica é o melhor do país no contra-ataque" Arbitragem tendenciosa «Em 1991, controlámos sempre o jogo e acabámos por vencer com inteira justiça. Os dois golos do César Brito, apontados já na recta final do encontro, foram mérito dele e da equipa. Só não marcámos mais cedo porque a arbitragem, demasiado tendenciosa, não permitiu que isso acontecesse.» Macumbas «Tivemos de nos equipar no corredor, porque dentro do balneário não se conseguia estar. Eles tinham espalhado ácido nos esgotos e, estranhamente, as janelas não se podiam abrir. Saímos todos com irritação na vista. Nas paredes da cabina e do túnel de acesso ao campo havia umas fitas pretas e vermelhas impregnadas de um líquido mal cheiroso.» Se a arbitragem deixar... «Espero que o Benfica entre em campo no próximo domingo com a mesma garra que há um ano. Se as coisas correrem normalmente, isto é, se tivermos uma arbitragem isenta, a capacidade ofensiva do Benfica pode surpreender o FC Porto. O compromisso europeu do FC Porto a meio da semana pode igualmente influir. O Benfica deve saber tirar partido desse factor e jogar de forma inteligente. O FC Porto é mais forte, mas o Benfica é a melhor equipa do nosso país a jogar em contra-ataque.» José Carlos Trocar bem a bola e não cometer erros Ambiente de terror «Em 1991 ganhámos o jogo mas, dentro e fora do campo, tivemos uma tarde complicada. Viveu-se um ambiente de terror em volta do espectáculo. O nosso balneário tinha sido infestado com um produto irritante, havia patas de galinha e um guarda quezilento que dava pelo nome de Abel... No final do encontro, o Fezas Vital [antigo presidente e, na altura, responsável pela Comissão Central] e o vice-presidente Jorge de Brito tiveram de sair disfarçadamente do estádio dentro duma ambulância! Eu assisti ao jogo na companhia do Rui Bento. Destinaram-nos um camarote mal situado e de condições precárias. Fomos agredidos verbalmente durante todo o encontro. Quando o Benfica marcou o segundo golo, virei-me para o Rui e disse-lhe: «eh pá, vamos embora antes que isto dê para o torto...» Inácio em sessão de tiro ao alvo «Lembro-me que o fiscal de linha do lado dos bancos passou um mau bocado. O público arremessou vários objectos na sua direcção. Mas o que mais me chocou foi ver o Inácio a atirar-lhe com pêros e laranjas que depois recolhia para voltar a lançar. Parecia um filme!» Não cometer falhas «Penso que o Porto começou por revelar alguma permeabilidade no início do campeonato, mas agora está a crescer. Tem uma equipa bem ligada e isso pode complicar a tarefa ao Benfica. É importante, por isso, que o Benfica entre muito concentrado no jogo. Trocar bem a bola e fazê-lo o mais possível longe da nossa área, não cometer falhas defensivas e sair rapidamente para o meio campo do Porto: se o Benfica conseguir isto, é meio caminho andado...»