A vez de os adeptos ajudarem o clube

Fonte
www.abola.pt
A assinatura do acordo com a ADIDAS nada tinha a ver com o aspecto meramente desportivo, como frisou Luís Filipe Vieira, mas o presidente da SAD sempre acabou por se pronunciar sobre o assunto Geovanni e o alegado interesse do clube num lateral-esquerdo. No entanto, ficou claro que para ele, mais importante que qualquer contratação de jogadores foi o entendimento com aquela multinacional, que no entanto, terá de ser viabilizada pelos adeptos e simpatizantes do Benfica. «Se calhar, o plantel já está fechado. Mais importante que isso foi a assinatura desde acordo, porque vai permitir-nos fazer a reestruturação do clube. O Benfica mostrou hoje o que vale, cabe agora aos adeptos ajudarem o clube, viabilizando não apenas este projecto com a Adidas, como também tudo o que seja necessário. Dentro de algum tempo, quando essa ajuda tiver resultados, então sim, poderão exigir grandes contratações», alertou. «A instituição já deu tudo o que tinha que dar. Deitou muita lágrima, foi delapidada no passado, reconquistou os seus valores, mas é altura de ela dar um grito e pedir ajuda. Os sócios e simpatizantes devem responder se estão ou não com o Benfica» Acordo milionário e inovador A tão badalada parceria estratégica de longo prazo entre Benfica e ADIDAS, oportunamente revelada por A BOLA, foi formalmente anunciada na noite de ontem, pelas vozes do presidente da SAD, Luís Filipe Vieira, e do director-geral da multinacional alemã para a Península Ibérica, Benjamim Clarí, que ainda de manhã, na sede da marca em Madrid, ultimaram os derradeiros pormenores de um acordo válido a partir de 1 de Julho deste ano e que se estende até 2014. Esta ligação de dez anos vai render aos cofres da Luz uma verba a rondar os 40 milhões de euros (oito milhões de contos), podendo mesmo ir até aos 70 milhões (14 milhões de contos), números que, contudo, não foram confirmados por nenhum dos responsáveis presentes, que evitaram entrar em pormenores sobre os termos de um acordo que ambos consideraram «inovador», na medida em que a parceria estabelecida prevê que seja a Adidas a distribuir todos os produtos com a marca Benfica, não se limitando a um simples patrocínio, que, de resto, já existe desde 1997. Salientando tratar-se de um «acordo entre duas grandes marcas», Luís Filipe Vieira considerou o mesmo «bastante importante e relevante para a instituição Benfica», em termos de reestruturação e consolidação de todo o projecto erguido à volta do clube, mas não quis classificá-lo como um «balão de oxigénio», embora admitindo que trará «certa tranquilidade financeira». Igualmente satisfeito com esta aliança estava o responsável da marca em Portugal e Espanha, que desde logo traçou os campos de acção da parceria: «O Benfica tem de jogar bem e ganhar e nós temos de vender os produtos da marca.» O empréstimo de Geovanni Pronunciando-se sobre a vinda de Geovanni, o presidente da SAD deixou claro que o Benfica não tem condições, neste momento, de contratar jogadores e elogiou a forma como as negociações com o Barcelona foram conduzidas. «Dentro das nossas possibilidades, o empréstimo foi bastante aceitável. Julgo que foi um bom acordo para ambas as partes», considerou. Luís Filipe Vieira falou também de alegados atrasos no pagamento dos salários aos jogadores, desdramatizando a questão: «Que eu saiba, há apenas alguns dias de salários em atraso, mas conforme ficou demonstrado no relatório e contas da última assembleia, a SAD é credora do clube em 6,5 milhões de euros. Mas estamos a criar alternativas para resolver estas situações.» No que se refere à contratação do lateral-esquerdo, o líder da SAD delegou em António Simões a responsabilidade pela contratação de reforços. «Não é a mim que compete responder a essa pergunta. Temos um director-geral, o António Simões, e é ele quem está a tratar desse assunto», disse. Por outro lado, Luís Filipe Vieira negou que fosse intenção da SAD vender jogadores para equilibrar as contas, assegurando que dentro da política de rigor que se tem vindo a seguir, «isso só acontecerá se tiver mesmo de ser» Por último, o dirigente encarnado falou da detenção de Pimenta Machado e dos casos que têm abalado o futebol nacional: «Não quero falar muito sobre isso. Em relação ao Benfica, o que tenho a dizer é que se houver dúvidas, investiguem...»