Vilarinho quer acabar com tudo!

Fonte
Abola
Vilarinho quer acabar com tudo O presidente do Benfica está a pensar em fechar as portas do basquetebol de imediato e as do hóquei em patins no final da presente época. Essa será a vontade de Manuel Vilarinho, como hipótese de aliviar uma conjuntura extremamente desfavorável para as modalidades que dependem dos cofres do clube. O basquetebol atravessa indefinição pela relutância do líder do clube em atribuir a gestão aos membros da Comissão Instaladora (CI) da SAD ou, noutra solução possível, autorizar o vice José Santos a contratar um treinador e a estabilizar a equipa com o esforço financeiro do Benfica. Por outro lado o hóquei também tem o seu peso nos prejuízos encarnados, considerando Vilarinho que o melhor caminho poderá ser a suspensão. A grande preocupação do momento para Manuel Vilarinho é o futebol. Por esse motivo, a reunião de Direcção prevista para as 18 horas de ontem acabou por não se realizar. De modo que o assunto pode ser abordado hoje em termos formais e concretos, se entretanto não houver mais adiamentos. Todavia, ao que tudo indica, poderá não ser fácil concretizar o caminho preconizado pelo presidente. Além da eventual oposição dos sócios, Vilarinho também terá de convencer os colegas de Direcção de que este é mesmo o melhor caminho. A principal argumentação é a de que tanto o basquetebol como o hóquei são modalidades que não se sustentam a si próprias (ao contrário do andebol e do voleibol, que são autónomas), precisando de recorrer aos cofres do clube – cada vez mais depauperados. A terceira via A tornar-se hipótese concreta, a eventual suspensão imediata do basquetebol seria a medida mais dramática. Mas dramática também tem sido a definição de um caminho de futuro para a modalidade, por parte do presidente. Vilarinho tem em mãos, há várias semanas, a hipótese de um acordo com a designada CI da SAD, mas foi adiando a sua assinatura. De igual modo ainda não autorizou ao vice-presidente das modalidades, José Santos, a contratação de um treinador. O problema do líder do Benfica é que não quer, de forma alguma, acumular mais despesas com o basquetebol. E, além de não querer desautorizar José Santos – com quem os membros afectos à CI têm sérias divergências –, mostra-se relutante com uma consequência do acordo. É que no caso da CI da SAD não conseguir angariar patrocínios suficientes, o clube da Luz teria de assegurar as despesas do orçamento. Por isso, numa altura em que urge decidir, o presidente, segundo informações recolhidas por A BOLA, estará inclinado para uma terceira via (a suspensão), talvez convencido de que poderá não ter de arcar com as despesas de indemnizações por rescisão de contratos, pelo facto aparente de todos os atletas terem mercado, preocupando-se, a partir daí, em pagar salários em atraso. Cheques de meio-salário Os jogadores de basquetebol do Benfica já têm à espera no clube os cheques referentes a metade do salário do mês de Setembro. Assim, para a maioria dos atletas, ficará afastada a hipótese de rescisão por justa causa, algo só admissível a partir do segundo mês de atraso. E se este cenário se concretizasse os profissionais estariam habilitados a pedir, em tribunal, o pagamento da totalidade das verbas que faltam para o termo do contrato. Alguns atletas continuam com ordenados por receber referentes à temporada anterior, mas os contratados na presente época já receberam o mês de Agosto. De modo que fica em atraso a outra metade de Setembro e o salário de Outubro. No caso do hóquei em patins só o mês de Outubro está em falta.