ZAHOVIC: «Toni teve um adjunto bastante difícil que poucos aguentam»

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Infordesporto
O médio esloveno do Benfica, Zlatko Zahovic, dedicou parte do seu dia de ontem (2ª Feira) a conceder entrevistas aos jornais desportivos nacionais, abordando assuntos de passado, presente e futuro. Para o nº 10 do Benfica, o título da actual época é uma meta muito difícil de alcançar, mas considera no entanto que o mais importante é a criação das estruturas necessárias para que o Benfica consiga lutar realisticamente pelo primeiro lugar na Super Liga, esforço esse que a actual direcção já está a realizar, considera o esloveno. Os nove pontos que o FC Porto leva de avanço antes da primeira volta terminar, indica bem o potencial da equipa portista como provável vencedor do título da Super Liga: «O FC Porto tem uma diferença pontual bastante significativa. É o principal favorito para conquistar o título nacional, se assim não for será uma grande surpresa», afirma Zahovic, adicionando ainda que «o principal objectivo, para nós, hoje em dia, é de ficar em segundo lugar. É uma classificação que nos dá acesso à Liga dos Campeões, uma competição onde o Benfica não está presente há muitos anos». Zahovic é um jogador de classe mundial, actualmente considerado como o melhor elemento da selecção eslovena, merecendo por isso, o benefício da dúvida aquando dos seus momentos de forma menos produtivos. O esloveno começou bem a época, mas cedo foi relegado para segundo plano na equipa, uma realidade que o mesmo comentou, «saí da equipa devido a pressões que nada tinham a ver comigo, mas de outros sem capacidades. Enfim, a equipa desuniu-se, e não foi só o meu caso, houve mais... Jamais me envolverei nas opções dos treinadores, cada um tem as suas e eu só tenho de acatar as suas decisões. O meu papel é trabalhar para estar sempre disponível para ajudar a equipa e, por isso, respeito sempre as opções do técnico. Sei apenas é que não saí da equipa por falta de profissionalismo, foi por outras questões que estiveram por detrás. Uma coisa é certa, de falta de profissionalismo ninguém me pode acusar, pelo contrário». Apesar do excelente início de época, com o Benfica a registar sucessivos triunfos, a equipa entrou então, num período em que não conseguia vencer, sofrendo por consequência a pressão e intolerância dos adeptos. «É normal os adeptos ficarem impacientes. Afinal, querem que a equipa ganhe sempre. Quando se está tanto tempo sem vencer é normal haver impaciência, os jogadores têm de mostrar que vale a pena acreditarem. No fundo, essa é uma situação normal em todos os clubes grandes», concluiu o esloveno. O médio goleador que o Benfica foi buscar ao Valência, tem, aos 31 anos, um vasto currículo no futebol português e pretende terminar a carreira no clube da Luz, honrando o contrato até 2007. Foi em Guimarães que Zahovic despontou para uma carreira notável em Portugal, tendo sido prontamente contratado pelo FC Porto, onde conquistou vários títulos. Após a experiência portista, Zahovic ingressou nos gregos do Olympiakos e de seguida no Valência, ao serviço do técnico Hector Cúper. Ao longo de sete temporadas e meia no futebol português e com perto de 200 jogos realizados na Liga Profissional, Zahovic já foi treinado por uma mão cheia de técnicos lusos, como Bernardino Pedroto (1993/94), Quinito (1994/94), Vítor Oliveira (1995/96), Jaime Pacheco (1995/96), António Oliveira (1996/98), Fernando Santos (1998/99), Toni (2001/02), Jesualdo Ferreira (2001/02) e finalmente, pelo recém chegado José António Camacho, o qual merece o seguinte comentário do esloveno, «é um dos melhores treinadores do mundo. A equipa tem de tentar aproveitar ao máximo os seus conselhos e métodos de trabalho». Mais curioso foi a consideração que fez à dupla Toni-Jesualdo Ferreira, afirmando que «Toni pegou no Benfica numa fase difícil. Chegaram muitos jogadores novos e era muito complicado trabalhar no clube naquela altura. Teve também, um adjunto bastante difícil e que poucos treinadores aguentam».