Benfica perde com Zenit - Resumo, fotos, relatos, crónica

Fonte
SB

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Resumo:

 

Um início de pesadelo. O Benfica não conseguiu impor o espírito mosqueteiro em campo e os primeiros minutos transformaram o “um por todos e todos por um” numa espécie de “nenhum por todos e cada um por si”. O primeiro sinal foi dado logo por Talisca aos 30 segundos. O brasileiro entrou cheio de confiança ainda com o hat-trick de Setúbal na bagagem e tentou bater Lodygin com um remate a 45 metros da baliza. Esse foi apenas o primeiro momento em que Jorge Jesus pareceu estar sem paciência para o que estava a ver.
E teria mais razões. O Benfica não perdia em casa nas competições europeias desde a recepção ao Barcelona a 2 de Outubro de 2012 mas o Zenit de André Villas-Boas soube montar uma estratégia que fez a diferença. A inspiração de Shatov, os desequilíbrios de Hulk, as desconcentrações de Jardel e a expulsão de Artur foram apenas ingredientes de uma receita que demorou 22 minutos a deixar marcas que seriam irrecuperáveis para o objectivo encarnado.
A perda de bola de Jardel aos cinco minutos foi o primeiro passo. Rondón recuperou, soltou em Shatov e o russo isolou Hulk de forma perfeita. O brasileiro, na cara de Artur, não teve dificuldade para picar a bola com classe e inaugurar o marcador, repetindo uma imagem que começa a ser de marca na Luz. Em 2010/2011, na única época em que foi orientado por Villas-Boas no FC Porto, o internacional brasileiro marcou nas duas vezes que jogou na Luz: no 1-2 que valeu o título e no 1-3 que deu a reviravolta na meia-final da Taça de Portugal.
A reacção encarnada não foi má. Ou pelo menos pareceu haver vontade. Mas foi curta. Aos 18 minutos, Jardel volta a perder uma bola que vai acabar aos pés de Shatov. O russo desta vez mudou de alvo e lançou Danny no corredor central, que tentou rodear Artur mas foi travado em falta, ainda fora da área. Svein Oddvar Moen não teve dúvidas e expulsou Artur. Jorge Jesus foi obrigado a mexer para lançar Paulo Lopes e sacrificou Talisca, o elemento mais dispensável e que facilitava a mudança de chip – Lima ficava sozinho na frente, Salvio e Gaitán assumiam mais responsabilidades nos desequilíbrios, enquanto Enzo Pérez e Samaris, ainda pouco rotinados, eram obrigados a tomar conta do meio-campo.
Era uma boa ideia mas o balde de água fria surgiu a seguir. Hulk não marcou no livre que provocou a expulsão mas ganhou um canto. Aí, à esquerda, Danny cruzou e Witsel desviou de cabeça para o 2-0. Apesar de Paulo Lopes ter feito os possíveis para defender, o assistente da linha de baliza confirmou o golo.

Unir os cacos O intervalo ajudou Jorge Jesus a unir a equipa. O técnico reconheceu no final do encontro que Samaris “andou um pouco perdido” e que isso fez com que as dificuldades no corredor central aumentassem. Mas no segundo tempo, mesmo a jogar com dez, o balanço final foi mais positivo. O Zenit baixou o ritmo e tentou chegar “de forma controlada”, explicou André Villas-Boas, ao terceiro golo numa altura em que as águias estudaram a melhor hipótese de criar desequilíbrios sem que isso significasse descurar a defesa.
O golo nunca chegou, nem de um lado nem do outro. O Zenit esteve muito perto, fosse através de Rondón ou de Hulk, mas não soube demonstrar a mesma eficácia da primeira parte. Do outro lado, o Benfica primou pelo mesmo pecado (ineficácia)e teve ainda o mau bónus de apanhar pela frente um inspirado Lodygin, decisivo num cabeceamento de Luisão e num lance em que Lima apareceu isolado dentro da área.
O Benfica perdeu pela primeira vez em casa nas competições europeias em dois anos e entrou da pior forma na fase de grupos mas Jorge Jesus, que agradeceu ao adepto o apoio intenso durante a segunda parte apesar das contrariedades, demonstrou confiança na capacidade para inverter a situação. “Temos todas as condições para ir à Rússia ganhar ao Zenit, ou noutro campo. Este grupo vai ficar muito equilibrado até à última jornada”, apontou. Samaris reiterou a ideia, garantindo que há tempo para recuperar. Para já, o primeiro passo implica conseguir um bom resultado em Leverkusen, a 1 de Outubro.