"Um jogador com o meu palmarés não tem qualidade para o Benfica?"

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Cada vez mais confiante, César Peixoto não se sente protegido por Jorge Jesus e diz ter valor para jogar no Benfica, algo que considera estar a demonstrar em campo. Ainda assim, admite que pode melhorar. Chegou à Luz recomendado por Jorge Jesus. É bom sentir essa confiança? É sempre bom sentir confiança por parte do nosso treinador, mas, neste caso, sinto-a também dos meus colegas e de todas as pessoas no Benfica, que também acreditaram em mim. Quando cheguei, não estava nas melhores condições, pois não tinha feito a pré-temporada como deveria devido à confusão que envolveu a minha transferência. Fui ganhando ritmo e a jogar regularmente, mas admito que é importante trabalhar com o Jorge Jesus, que já me conhecia bem, pois trabalhámos juntos no Braga. Quando foi contratado, surgiram algumas críticas dizendo que só tinha sido opção por ser protegido do treinador. Como viveu com essa situação? Não pensei nisso. Quando um jogador que já venceu tudo, como fiz no FC Porto, no qual conquistei a Taça UEFA, a Liga dos Campeões, três campeonatos, duas Taças de Portugal e três Supertaças, não tem lugar no Benfica... Um jogador com o meu palmarés não tem qualidade para jogar num grande clube como o Benfica? Sei que nenhum jogador pode agradar a todos os adeptos e que há sempre opiniões divergentes. Respeito-as, mas sei que tenho qualidade para jogar no Benfica e tenho-o demonstrado no campo. Considera, portanto, as críticas infundadas? Tenho um percurso de provas dadas no futebol português. Já joguei no FC Porto e venci muitas coisas. Além disso, e excluindo o Sporting, estive nos principais clubes portugueses, como Braga, Guimarães ou Belenenses. E não fui sempre treinado pelo Jorge Jesus. Também foi treinado por Mourinho, Co Adriaanse ou Manuel Machado e joguei sempre. Sei que tenho qualidade e valor. Admito que posso fazer melhor, e vou fazê-lo. Há praticamente um ano que não jogava a lateral-esquerdo, e é diferente fazê-lo depois de ter jogado na última época como médio-ofensivo. Está a ganhar confiança? Quando cheguei, não tinha ritmo e demorei mais a entrar na equipa. Depois, no jogo com o Everton levei uma porrada e fiquei algum tempo parado, o que me fez regredir outra vez. Agora sinto que estou a voltar a readquirir o ritmo e, quando terminar a paragem, vou estar em igualdade com os meus colegas. Quando não está disponível, o treinador tem recorrido a adaptações, raramente colocando Shaffer em campo. Sente-se indiscutível? Não me sinto indiscutível, de todo. No Benfica, não há indiscutíveis, pois temos um plantel rico em qualidade. Vencemos o AEK de Atenas num jogo em que a equipa deu uma boa resposta, isto apesar de o técnico ter rodado muito, o que é sinal de que todos os jogadores têm muita qualidade. Trabalho todos os dias para mostrar ao treinador que posso ser opção, tal como os meus colegas, e tenho jogado. Mas o segredo do Benfica é que ninguém é indiscutível, há grande competitividade no grupo, e temos um grande espírito de união e vontade de levarmos o Benfica ao sucesso, algo que temos demonstrado.