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Resumo:
O Benfica falhou onde não podia falhar, em casa com o FC Porto, na 21.ª jornada no início de Março (2-3), quando saiu derrotado da Luz. E agora foi a Alvalade cair quando estava proibido de perder pontos (1-0). Deve o resultado ligeiro a Artur e isso diz muito: podia ter saído do derby a um ponto do FC Porto e a morder os calcanhares ao líder, que tem uma ponta final mais difícil, mas está a quatro e tem pela frente um fosso difícil de transpor. Aos “leões”, longe destas contas dos graúdos, restava-lhes o orgulho e a luta pelo quarto lugar com o Marítimo, agora mais fácil.
O Sporting não despiu a pele. Houve uma troca cirúrgica de Sá Pinto, que meteu Elias no lugar que tem pertencido a Carriço ou a Martins — um grito mais ofensivo que defensivo, mas só no papel. Deu uma missão específica ao brasileiro, que foi a de marcar Rodrigo. Sem Aimar (cumpriu o segundo de dois jogos de castigo), Jesus apostou no espanhol para pensar o jogo “encarnado”. Com a recuperação (ou foi mais um bluff?) de Luisão e Garay, o Benfica entrou com tudo para atacar o título, num jogo que não podia falhar nem um milímetro. E entrou melhor. Encaixou no bloco baixo do adversário e acercou-se da baliza de Patrício, graças à liberdade de Witsel e Rodrigo. Mas foi por pouco tempo, Elias atinou, o cérebro da equipa “encarnada” desapareceu e o Sporting começou a entrar no jogo.
Sem querer a bola (o Benfica acabou o primeiro tempo com 64% de posse de bola, números que não mudaram muito no final do jogo), os “leões” deixavam a construção do jogo do adversário aos centrais rivais, o que pareceu um fardo para a dupla sul-americana, e defendiam todos no seu meio-campo, apoiado por Schaars também mais recuado. E a estratégia começou a dar frutos.
Primeiro foi Capel, escapou-se na direita e cruzou longo de mais para Wolfswinkel: este ainda recuperou e serviu Matías, mas o remate saiu torto. Estava deixado o aviso. Depois foi João Pereira a pôr à prova Artur, que sacudiu sem receio. Com Matías e Izmailov (o russo é o grande motor pensante deste Sporting), o Benfica tinha a bola mas não sabia o que fazer com ela. É este o Sporting de Sá Pinto, à espera de um erro alheio para atacar a presa. E este surgiu através do mais experiente da equipa “encarnada”. Luisão agarrou Wolfswinkel e este deixou-se cair: o holandês não falhou o penálti e deixou o Benfica em maus lençóis.
Cardozo estava só na frente, sem ser alimentado. O paraguaio só por uma vez teve serviço, mas a cabeçada saiu lenta para as mãos de Patrício. Foi o primeiro alerta do segundo melhor marcador do campeonato.
Jesus tentou emendar a mão. Prescindiu de Rodrigo, desviou Bruno César para o centro e fez entrar Yannick, antigo jogador de Alvalade e que foi recebido com muitos assobios. Nas cinco primeiras vezes que tocou na bola, o ex-avançado do Sporting perdeu-a.
Apesar de um figurino diferente de um lado, Sá Pinto manteve o seu esqueleto táctico. Avisou Elias para se manter em cima de César. E tudo continuou igual. Só que aqui, Ricky Wolfswinkel, o autor do único golo da noite, deu ares de um infantil na hora de atirar à baliza. Falhou dois golos isolado — mérito de Artur, sim, o herói do jogo na primeira volta, mas muito demérito do holandês.
Javi García ofereceu ao avançado o brinde da noite, mas este não conseguiu mesmo. Correu muito e tacticamente foi importante, mas, esgotado, seria substituído por Rubio.
O Benfica continuava sem bola e o Sporting a espreitar o contra-ataque. Pareciam os dois satisfeitos, mas os pontos que os “encarnados” deixavam cair obrigavam a mais. Patrício apareceu mais em jogo e Maxi podia ter marcado, não fosse Insúa salvar sobre a linha, depois de um choque entre o guarda-redes e Polga.
Com o tempo, o “leão” cresceu. Na frente do marcador e com moral, o 2-0 esteve mais perto do que o 1-1. Primeiro o remate de Izmailov na barra, com estrondo, depois Artur, que safou quatro golos feitos: dois de Ricky, um de Matías e Izmailov.
Luisão ainda foi expulso perto do fim do jogo, o que foi uma clara mensagem do desnorte benfiquista para os quatro jogos que faltam na Liga, devido agora aos quatro pontos de atraso para o FC Porto.
POSITIVO
Elias
Sá Pinto tinha necessidade de um médio defensivo que destruísse o jogo criativo de Rodrigo e encontrou-o numa adaptação do médio brasileiro. Elias não deixou respirar o espanhol e anulou parte do potencial ofensivo do adversário.
Artur
Foi o guarda-redes do Benfica quem evitou uma derrota da sua equipa por números mais expressivos. Quatro grandes defesas mantiveram o resultado na segunda parte.
NEGATIVO
Javi García
Uma falta grosseira sobre Wolfswinkel rendeu-lhe um amarelo, aos 27’. Foi uma das unidades benfiquistas mais apagadas e o risco de um segundo cartão (e expulsão) levou Jesus a retirá-lo, aos 62’.
Ficha de jogo
Sporting, 1
Benfica, 0
Estádio José Alvalade, em Lisboa
Espectadores 47.409
Sporting Rui Patrício, João Pereira, Polga , Xandão, Insúa, Matías, Elias, Schaars (Carriço, 64’), Izmailov, Wolfswinkel (Rubio, 73’) e Capel (Carrillo, 89’). Treinador Sá Pinto.
Benfica Artur, Maxi Pereira, Luisão, Garay, Emerson, Javi García (N. Oliveira, 61’), Gaitán (Nolito, 74’ ), Witsel, Bruno César, Rodrigo (Djaló, 46’) e Cardozo. Treinador Jorge Jesus.
Árbitro Artur Soares Dias, do Porto.
Amarelos Luisão (17’ e 90’), Javi García (28’), Schaars (40’), Xandão (45’), João Pereira (64’), N. Oliveira (64’), Polga (69’), Nolito (76’), Elias (81’), Carriço (81’), Witsel (81’)
Vermelho Luisão (90')
Golo
1-0, por Wolfswinkel, 18’ (g.p.)
texto publico.pt