«Caso Euroárea»: Uma caminhada da PJ até ao TIC

Submetida por K_POBORSKY em
Vale e Azevedo está preso devido a condenação de quatro anos e meio no caso Ovchinnikov, da qual recorreu para o Tribunal da Relação de Lisboa. O caso Euroárea está em fase de instrução desde o passado dia 20 de março e o ex-presidente do Benfica é acusado de três crimes de falsificação, dois de branqueamento de capitais e um de peculato (apropriação indevida de dinheiro do clube).
Nesta segunda-feira o ex-presidente «encarnado» dispõe no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa sobre o processo Euroárea, ligado à venda dos terrenos Sul do complexo desportivo do clube, em que é suspeito da apropriação ilícita de cinco milhões de euros.
José António Barreiros não pediu a abertura de instrução, mas tal facto foi solicitado pela empresa em questão, neste caso, a Euroárea por intermédio de António Leitão, antigo director-financeiro do Benfica, que também é arguido neste processo, onde é patrocinado pela advogada Paula Lourenço.
António Leitão, que serviu de testemunha de acusação no processo Ovchinnikov, foi acusado pelo Ministério Público (MP) no caso Euroárea de três crimes de falsificação, no seguimento da venda simulada de terrenos que alegadamente permitiram a Vale e Azevedo apropriar-se indevidamente de um milhão de contos (cinco milhões de euros), sem o conhecimento dos órgãos sociais do clube.
Vale e Azevedo, com a colaboração de António Leitão, falsificou três contratos-promessa de compra e venda dos terrenos Sul do complexo desportivo do Benfica, o que permitiu ao ex-presidente encarnado apropriar-se indevidamente de cinco milhões de euros, que transferiu para as contas das suas sociedades, incluindo a sua firma de advogados, isto segundo as conclusões da investigação da PJ.
N mesma investigação ficou-se a saber que os arguidos, Vale e Azevedo e António Leitão, conseguiram iludir os restantes membros da direcção e a própria assembleia geral de sócios, através de falsificações apresentadas para efeitos contabilísticos.
No cerne das falsificações estará o facto de nos contratos fictícios os terrenos do Seixal (destinados à construção do Centro de Estágio do clube) aparecerem como tendo sido comprados pelo clube por cinco milhões de euros, quando, na realidade, a Euroárea (empresa proprietária dos mesmos) os havia doado, gratuitamente, ao Benfica como contrapartida pelo negócio realizado na compra dos terrenos Sul da área circundante do Estádio da Luz.
Sem dúvida que esta será mais uma longa novela onde a personagem principal é o ex-presidente do Benfica, resta agora aguardar que se faça justiça e aguardar pelas decisões finais. O SL-Benfica.com vai acompanhar este processo na íntegra.

Fonte: O Público