Conheça a defesa de Vale e Azevedo e a possível chegada de novos casos.

Submetida por K_POBORSKY em
Serão apresentadas ao colectivo de Juízes liderado por Anabela Marques, cerca de 70 páginas num documento de defesa, onde se pode concluir que a defesa pretende minimizar o polémico caso Lucky Me, alegando que a ostentação de prosperidade na figura do presidente, neste caso através da compra do luxuoso barco, era útil para o fortalecimento da imagem pública do Benfica, clube de renome nas praças mundiais.
Segundo este mesmo documento, Vale e Azevedo foi obrigado a fazer muitos pagamentos do Benfica, com dinheiro dos cofres do seu escritório de advogados e das suas empresas, numa altura em que as dificuldades financeiras tomavam conta do Benfica. Este é o argumento mais forte da defesa a João Vale e Azevedo, face ao congelamento temporário das contas da colectividade. Tal deveu-se a uma avultada dívida do emblema da Luz ao Finibanco, contraída no mandato {mostrarimagem("vale.jpg","right","")}de Manuel Damásio.
6.980 milhões de euros é o valor de uma dívida do Benfica a Vale e Azevedo, segundo o relatório de contas apresentado pela defesa do arguido. No entanto, posteriores investigações, conduzidas pela actual Direcção de Manuel Vilarinho e pela Polícia Judiciária revelaram outro cenário, segundo o qual verbas apresentadas pelo advogado como sendo despesas do clube, eram, na realidade, devoluções a clientes do seu escritório. Neste contexto, Vale e Azevedo passou de credor a devedor de 5.990 milhões de euros.

Mas Vale e azevedo é acusado de seis novos crimes...

No passado dia três de Janeiro, a uma semana da primeira audiência do «caso Ovchinnikov», o Ministério Público (MP) deduziu seis novas acusações ao antigo presidente do Benfica, João Vale e Azevedo, relativas à alegada venda simulada dos terrenos sul do clube à Euroárea, acusa{mostrarimagem("vale2.jpg","left","")}ções essas que, até ao momento, estão pendentes, mas que poderão avançar a qualquer momento. Mas novos casos poderão chegar...
Constituído arguido no caso Ovchinnikov e deduzidas seis novas acusações ao antigo presidente do Benfica, as visitas de João Vale e Azevedo ao tribunal deverão ser uma constante nos próximos tempos. A polícia Judiciária tem já em curso uma terceira investigação, desta feita, com o intuito de averiguar as circunstâncias da venda de outros jogadores, nomeadamente, a do brasileiro Amaral à Fiorentina, datada de Junho de 2000. Vale e Azevedo pode voltar a sentar-se no banco dos réus, com o propósito de prestar contas à Justiça do destino dos cerca de 2.240 milhões de euros, resultantes da transferência de Amaral. Uma alegada ordem da presidência do clube terá sugerido o desvio da quantia para um off-shore. Outro caso que poderá levar{mostrarimagem("Vale_e_Azevedo1.jpg","right","")} Vale e Azevedo à barra dos tribunais é o abuso de confiança fiscal, numa dívida do Benfica ao Tesouro calculada em 8.480 milhões de euros. Recentemente, o Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados decidiu-se pela aplicação a Vale e Azevedo de uma suspensão do exercício da profissão durante os próximos dez anos, passível ainda de recurso. Em causa está uma acusação de burla qualificada, apresentada à Ordem por dois industriais corticeiros, que se queixam de terem sido burlados em 1994 pelo advogado, num negócio da compra da quinta da Riba Fria, em Sintra. Esta queixa-crime também já deu entrada no Ministério Público, colocando-se a hipótese de Vale e Azevedo poder ser chamado a responder à Justiça, também neste caso.

Texto de Rafael P.Santos e de DesportoDigital
Fonte: Arquivo Sl-Benfica.com/ DesportoDigital
Fotos: Arquivo Sl-Benfica.com