Luisão

[Surfada]

Esse tipo de coisas já se diziam quando eu era puto.

A geração actual de jovens é sempre a pior de sempre para as gerações anteriores. Um clássico.

Mas cada vez mais isso é verdade, é uma geração cada vez mais fraca e acomodada.

Isso é mito.
Os miúdos de hoje são tão independentes e capazes como os de antes. E os que vierem.

Não é mito, mas daqui a uns anos vais ver melhor.

Sou historiador e ando a ler isso desde os gregos, como referi.

Todas as gerações acham que quem lhes sucede tem menos mérito, capacidade e competência. In illo tempore, e coisoetal...

Mas é apenas a angústia de ver o tempo a passar.

É angústia é. Isso é mesmo conversa de quem não lida diariamente com essas faixas etárias em contexto de trabalho.

Obviamente que estarei sempre a generalizar,mas o que muitos já sublinharam em posts anteriores,  infelizmente não está muito desfasado da realidade.

Os adolescentes e jovens adultos estão cada vez mais mimados, introvertidos, estupidificados e dependentes.

Basta aliás olhar para o sector político e o crescimento de certos partidos para verificar isso mesmo. Prolifera o egoísmo e o culto do eu.

Então explica uma coisa simples.

Já vimos que essa acusação à nova geração não é um fenómeno novo. Dei um exemplo de Platão mas podia dar outros posteriores e existem outros anteriores.

A geração que agora acusa já foi acusada disso. Todas foram. Caramba, a Grande Geração foi acusada dos mesmos defeitos.

O que é que te leva a crer que é a geração que agora acusa que finalmente tem razão?

Nem ele nem os restantes users vão ter qualquer explicação plausivel.
Óbvio que há sempre idiossincrasias de certas gerações mas por regra a degeneração da sociedade acontece no seu todo, em certos casos por uma certa permissividadade das gerações mais velhas que por conseguinte influenciam e impactam as mais novas.

Este saudosismo ao passado é muito tipico por várias razões, uma delas nasce essencialmente da dificuldade de adaptação ao presente e a uma nova realidade pela qual tendencialmente as gerações mais velhas tem dificuldade em se encaixar. É ciclico e perfeitamente normal.
Depois em certas casos está alicerçada à ignorância e à dificuldade de se distanciar do eu e de desenvolver empatia pelas dificuldades e vivências do próximo, um certo egocentrismo que é igualmente usual no humano.

A discussão por regra não levará a lado nenhum, porque nem um lado nem o outro, vão ceder.

[NSC]

Esse tipo de coisas já se diziam quando eu era puto.

A geração actual de jovens é sempre a pior de sempre para as gerações anteriores. Um clássico.

Mas cada vez mais isso é verdade, é uma geração cada vez mais fraca e acomodada.

Isso é mito.
Os miúdos de hoje são tão independentes e capazes como os de antes. E os que vierem.

Não é mito, mas daqui a uns anos vais ver melhor.

Sou historiador e ando a ler isso desde os gregos, como referi.

Todas as gerações acham que quem lhes sucede tem menos mérito, capacidade e competência. In illo tempore, e coisoetal...

Mas é apenas a angústia de ver o tempo a passar.

É angústia é. Isso é mesmo conversa de quem não lida diariamente com essas faixas etárias em contexto de trabalho.

Obviamente que estarei sempre a generalizar,mas o que muitos já sublinharam em posts anteriores,  infelizmente não está muito desfasado da realidade.

Os adolescentes e jovens adultos estão cada vez mais mimados, introvertidos, estupidificados e dependentes.

Basta aliás olhar para o sector político e o crescimento de certos partidos para verificar isso mesmo. Prolifera o egoísmo e o culto do eu.

Então explica uma coisa simples.

Já vimos que essa acusação à nova geração não é um fenómeno novo. Dei um exemplo de Platão mas podia dar outros posteriores e existem outros anteriores.

A geração que agora acusa já foi acusada disso. Todas foram. Caramba, a Grande Geração foi acusada dos mesmos defeitos.

O que é que te leva a crer que é a geração que agora acusa que finalmente tem razão?

Nem ele nem os restantes users vão ter qualquer explicação plausivel.
Óbvio que há sempre idiossincrasias de certas gerações mas por regra a degeneração da sociedade acontece no seu todo, em certos casos por uma certa permissividadade das gerações mais velhas que por conseguinte influenciam e impactam as mais novas.

Este saudosismo ao passado é muito tipico por várias razões, uma delas nasce essencialmente da dificuldade de adaptação ao presente e a uma nova realidade pela qual tendencialmente as gerações mais velhas tem dificuldade em se encaixar. É ciclico e perfeitamente normal.
Depois em certas casos está alicerçada à ignorância e à dificuldade de se distanciar do eu e de desenvolver empatia pelas dificuldades e vivências do próximo, um certo egocentrismo que é igualmente usual no humano.

A discussão por regra não levará a lado nenhum, porque nem um lado nem o outro, vão ceder.

E a verdade é que eu não me acho, de todo, isento do fenómeno.

Não poucas vezes estou a dizer que a música de agora é uma porcaria, ou que os miúdos não têm capacidade crítica, ou iniciativa, ou autonomia.

Mas a minha geração já foi acusada do mesmo.

Mais: a minha geração foi etiquetada publicamente por uma eminente figura política de Geração Rasca. Coisa pouca.

P.S.: na altura não me lembro se o Vicente Jorge Silva já era político ou apenas jornalista.

[raymanzarek]

Há várias vicissitudes que podem ser dissecadas sem prejuízo do conteúdo sociológico e/ou filosófico enunciados.

Eu baseio-me principalmente nas interacções diárias que vou tendo, em contexto profissional formativo e de aprendizagem, mas também lúdico e educativo.

Na realidade, trabalho com grupos de jovens de distintas faixas geracionais todos os dias e em diferentes contextos educativos, sempre na óptica da promoção da leitura, escrita, novas tecnologias e contextos formativos de base.

Efectivamente, os indicadores que observo diariamente não são os mais favoráveis, mas não são de todo exclusivos desta década ou desta fornada geracional. O problema é que a própria sociedade se tornou mais individual e menos empática, com um foco gritante na promoção do culto do eu e na sustentabilidade baseada no oco e fútil.

Consomem-se cada vez mais coisas de valor diminuto e estas imperam na esfera de consumismo interactivo, o que prejudica obviamente todos os jovens que se encontram a formar as suas individualidades, carácter e a iniciarem um percurso.

Isto ecoa também no cada vez mais gritante facilitismo evidenciado no sistema de ensino (e na auferição da preparação ou não de determinado aluno) assim como na própria educação e preparação dos pais, que cada vez mais tatuam nos filhos os seus próprios medos, protegendo-os em demasia.

É um problema estrutural, não de determinada geração. É um problema da sociedade enquanto todo, e na qual infelizmente os jovens se encontram mergulhados de corpo inteiro porque o seu percurso, teoricamente, se inicia nos moldes que ditarão futuramente parte das suas vidas.

[NSC]

Há várias vicissitudes que podem ser dissecadas sem prejuízo do conteúdo sociológico e/ou filosófico enunciados.

Eu baseio-me principalmente nas interacções diárias que vou tendo, em contexto profissional formativo e de aprendizagem, mas também lúdico e educativo.

Na realidade, trabalho com grupos de jovens de distintas faixas geracionais todos os dias e em diferentes contextos educativos, sempre na óptica da promoção da leitura, escrita, novas tecnologias e contextos formativos de base.

Efectivamente, os indicadores que observo diariamente não são os mais favoráveis, mas não são de todo exclusivos desta década ou desta fornada geracional. O problema é que a própria sociedade se tornou mais individual e menos empática, com um foco gritante na promoção do culto do eu e na sustentabilidade baseada no oco e fútil.

Consomem-se cada vez mais coisas de valor diminuto e estas imperam na esfera de consumismo interactivo, o que prejudica obviamente todos os jovens que se encontram a formar as suas individualidades, carácter e a iniciarem um percurso.

Isto ecoa também no cada vez mais gritante facilitismo evidenciado no sistema de ensino (e na auferição da preparação ou não de determinado aluno) assim como na própria educação e preparação dos pais, que cada vez mais tatuam nos filhos os seus próprios medos, protegendo-os em demasia.

É um problema estrutural, não de determinada geração. É um problema da sociedade enquanto todo, e na qual infelizmente os jovens se encontram mergulhados de corpo inteiro porque o seu percurso, teoricamente, se inicia nos moldes que ditarão futuramente parte das suas vidas.

Essa já é uma formulação com a qual não discordo totalmente embora não saiba se não estou a olhar para a sociedade com a isenção que poderia ou deveria ter.

As mudanças nas últimas décadas nos países desenvolvidos foram tão intensas que, acredito, têm de deixar mossa.

Até praticamente ao final do século XX, se uma pessoa ficasse em hibernação 30 anos, facilmente podia adaptar-se à sociedade que iria encontrar.

Hoje já não seria bem assim, creio eu.