Rui Águas

Avançado, 65 anos,
Portugal
Equipa Principal: 7 épocas (1985-1988, 1990-1994), 237 jogos (17340 minutos), 104 golos

Títulos: Campeonato Nacional (3), Taça de Portugal (3)

Rodolfo Dias


Fonte: Revista "Ídolos do Desporto" nº 12, de Maio de 1985.

Çula

Olha o Jaime Pacheco cheio de cabelinho!!!  ;D
Grande trabalho Rodolfo, estes tópicos de recordações fazem muito mais sentido com imagens pelo meio. Também tenho muitas revistas de futebol e quando tiver mais tempo vou digitalizá-las e colocá-las aqui.  O0

Rodolfo Dias

Força nisso  O0
Citação de: Çula em 28 de Fevereiro de 2011, 18:26
Olha o Jaime Pacheco cheio de cabelinho!!!  ;D
Hmm, isso também se arranja, mas era preciso um tópico de "tesourinhos deprimentes"  ;D

Çula

Fica aqui prometido. Tenho imenso material desse e é uma pena que fique "escondido" nas páginas das revistas.
É preciso fazer com que a malta mais nova vá associando os nomes às caras, pois parece-me que existe uma grande falta de vontade desta rapaziada mais nova em estudar o SLB.
Quanto ao Rui Águas eu tinha 8 anos quando ele saiu para o FCP, portanto não me fez mossa, mas se fosse hoje .................. :boxing:

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Rui Águas. "O FC Porto ofereceu-me onze vezes mais que o Benfica"
por Mary Caiado, Publicado em 02 de Abril de 2011  |  Actualizado há 15 horas
Antigo avançado recorda ao i os seus percursos únicos entre a Luz e as Antas



As camisolas estavam guardadas, mas num ápice Rui Águas as encontrou. São os originais 9 do Benfica e...


Não se acertaram os relógios, mas os do i batiam certo com o de Rui Águas, que nos recebe com um tímido sorriso. "Pontualidade britânica." Nas traseiras da casa do antigo jogador do Benfica e do FC Porto sentamo-nos à beira do jardim, junto às árvores de troncos largos e ao relvado, muito verde e molhado, talvez acabado de regar. O cantarolar das rolas serve de banda-sonora para a hora de conversa com o antigo avançado português, que foi campeão com águias e dragões. É dos altos e baixos desse passado que nos fala. Mas também do presente e do futuro, que o deverá levar de novo às salas de aulas da faculdade.

Façamos um rewind até 1985, quando ainda estava no Portimonense. Em que dia soube pela primeira vez do interesse do Benfica?

Não me recordo. Estive dois anos no Portimonense e, no início do segundo ano, o Porto foi a primeira equipa a querer-me. Acabei por ficar no Portimonense porque tinha em suspenso a ida para a tropa. No decurso dessa época surge o Benfica.

Quem é que fala consigo nessa altura?

Não sei se foi o próprio Portimonense, o presidente. Não tenho ideia que tenha havido essa história de empresários. O presidente era adepto do Benfica - era e é - e a coisa tornou-se questão simples.

Sei que gostava de viver em Portimão.

Bastante. O meu primeiro filho nasceu lá e fui feliz desportivamente.

A ida para Lisboa muda-lhe a vida?

Nasci em Lisboa, mas aqueles dois anos em Portimão marcaram-me. Não deu para estranhar muito, mas viver em Lisboa e em Portimão são coisas diferentes.

Com que ilusões regressa a Lisboa?

Com o maior entusiasmo e muita expectativa. Lembro-me que tive uma primeira fase discreta, mesmo em termos públicos, era olhado como mais um e como o filho de uma grande estrela.

Viveu esse estigma?

Muito, muito, muito. Durante bastante tempo, até as pessoas se habituarem ao meu estilo e conseguir uma posição de destaque na equipa, custou-me. Frequentemente ouvia "Ah, o seu pai é que era".

O que fez para ultrapassar isso?

Nada de especial. A minha carreira foi sempre muito cerebral, não que eu seja um génio, mas acho que entendi sempre o que era necessário fazer e como fazer. Para uma pessoa triunfar no desporto tem de se sacrificar e de se empenhar muito. Há quem tenha mais talento, mas é preciso persistência, regularidade e sacrifício, coisas que tinha presentes e que me permitiram lutar e perceber o que os treinadores gostavam, outra coisa muito importante para quem quer triunfar. Com o [John] Mortimore, todo autoritário, organizado e defensivo, não comecei como titular, tinham aquele Manniche gigante e tentei perceber o que é que eu podia sobrepor.

Moldou-se ao estilo?

O Mortimore, como tipo defensivo que era, gostava que os avançados pressionassem e recuperassem, e foi mais pela parte defensiva que comecei a triunfar no Benfica, o que é curioso.

Na primeira época marca onze golos e o primeiro hat trick acontece num jogo com o Chaves. Recorda-se?

Sim, perfeitamente. Mas para mim foi mais marcante o primeiro golo que marquei no Estádio da Luz, na goleada ao Marítimo, fiz o 9-0, o último golo.

Sentiu a mística?

Sentia. Na altura, os desequilíbrios eram maiores. Antigamente, as equipas que iam à Luz só queriam perder por poucos, isso já era bestial.

Teve algum padrinho no Benfica, um jogador com quem convivesse mais?

Não. Normalmente sofro sozinho, sempre fui assim. Nunca fui muito comunicativo, por isso cheguei discretamente, com a timidez que faz parte da minha natureza.

Isso não o prejudicou?

Um bocadinho, com a equipa, com o público, com os treinadores também, que, por vezes, respeitam mais os fulanos mais empertigados. Só mudei mais tarde, com a idade e a experiência, quando foi preciso ter uma posição mais interventiva, de capitão, de defensor da equipa.

Na época 86/87, a primeira jornada foi contra o Porto e o Rui tinha um dom para marcar sempre ao Porto.

E ao Vítor Baía [risos]. Acho que foi o guarda-redes a quem mais marquei.

Lembra-se desse 2-2?

Jogámos em Braga, não me lembro porquê. O Chiquinho [Carlos] faz um golo e eu outro. O Porto tinha uma equipa fortíssima, era muito difícil ganhar, o Artur Jorge era o treinador deles.

E na segunda ronda dessa época marca três golos ao Porto na Luz.

Foi a minha tarde de glória. Com o Steaua Bucareste [na segunda mão das meias- -finais da Taça dos Campeões 87/88, marca dois golos] tive a minha noite europeia de glória e essa foi a minha tarde de glória. Nessa época já não sei quem é campeão, se é o Porto ou se somos nós...

Em 86/87 é o Benfica. Aliás, é o seu

primeiro título pelo Benfica.

E esses dois jogos foram muito importantes, a diferença no final deve ter sido mínima [o Benfica é campeão com 48 pontos, mais dois que o FC Porto].

Que ar se respirava na Luz quando o Porto lá jogava?

Não tão mau como hoje. Antigamente, havia rivalidade mais pelo poderio do adversário do que pelas bocas e por este clima de despique que se tem intensificado.

Isso entristece-o?

Não há necessidade nenhuma de pessoas com responsabilidade não assumirem uma postura desportiva.

O que é que falta a essas pessoas?

Formação desportiva, educação, ter a noção daquilo que se pode tornar realmente perigoso. A culpa é de quem dirige, não é de quem faz. Quem faz é levado a fazê-lo pelo clima que alguém fomenta.

Nas primeiras épocas no Benfica qual foi o jogo que mais o marcou?

Talvez esse com o Porto. O Porto era muito bom naquela altura e isso foi realmente um pontapé no despique.

Ainda assim, não sentiu o seu trabalho reconhecido no Benfica. Como é que surge a proposta do Porto?

Esse negócio foi muito mal conduzido. O Benfica entregou a um agente a responsabilidade da renovação do meu contrato. Tinha 28 anos e estava no auge. Esse agente teve, erradamente, essa responsabilidade e o Benfica demitiu-se um bocadinho do processo.

O Rui conhecia essa pessoa?

Conhecia. Era simultaneamente agente de outros jogadores, bons jogadores em relação aos quais ele achou que eu não devia ganhar tanto a mais, como o que eu queria. Foi por aí que a coisa encravou. Na altura, nós no Benfica ganhávamos muito mal, mesmo em termos nacionais, muito mal mesmo, e naquela fase ou era ou não era.

Manifestou o seu desagrado?

Sim, claro. Mas estava na altura de fazer um contrato decente e, não digo o montante, mas a diferença que o Porto me ofereceu foi 11 vezes mais do que aquilo que ganhava no Benfica.

Já não houve intermediários?

Não, falaram comigo directamente.

Foi fácil dizer ao Benfica que ia para o Porto?

Foi muito difícil. No dia em que me comprometi, telefonei e avisei.

Falou com quem?

Com o Gaspar Ramos. Por ingenuidade minha e porque achei que não o devia fazer, nunca usei o nome do Porto para negociar com o Benfica. Mas se calhar tinha ganho o que pretendia. Acredito que se o tivesse dito...

Não o teriam deixado sair?

Tinham de deixar, cumpri o contrato. Mas preferia ficar onde estava.

Como é que Gaspar Ramos reagiu à notícia ao telefone?

Irritado. Não falámos muito, mas no próprio dia ele foi logo à televisão.

O que é que sentiu quando vestiu a camisola do Porto pela primeira vez?

Toda a gente estranhou, até eu [risos].

Mas entrar no balneário do Porto foi pacífico?

Não foi muito pacífico.

Ficou a um canto?

Não. Apoiei-me - e apoiei-os também - no pessoal mais novo, no Domingos, no Vítor Baía, na altura com 20/21 anos. O ambiente era muito fechado e tudo o que viesse de fora era ameaçador. No primeiro ano senti isso.

Quando vai jogar à Luz pela primeira vez é brutalmente assobiado e até o speaker diz qualquer coisa.

Não disse o meu apelido, só disse o meu nome.

Teve vontade de chorar?

Não. Sei que não consegui jogar nada de jeito. Para um atleta que faz parte de um espectáculo público, o apoio e o carinho das pessoas têm muita importância e há gente que lida pior.

Então não lidou bem com isso.

Não, não lidei. Era uma casa muito familiar, com muitas histórias por trás. Realmente não lidei bem com isso.

Como é que dormiu nessa noite?

Normal, a dificuldade foi só no jogo. Mas claro que naquela primeira fase, quando ainda não me estava a sentir muito bem, pensei "Porque é que eu fiz isto?"

Arrependeu-se?

Havia fases.

O que é que aprendeu no Porto?

Fundamentalmente, foi uma boa experiência desportiva e pessoal.

Porque também foi campeão pelo Porto.

Fortaleceu-me, com certeza. As situações difíceis fortalecem e quando se sai de casa para outro lugar, mesmo em Portugal, quando se enfrenta este tipo de situações, mudança de ambientes, de cidades, de amigos, há muita coisa que muda e que acrescenta. Esta malta que vai jogar para fora, a partir do momento em que sai do seu cochichozinho, que passa a fronteira e tem de falar uma língua qualquer, cria dinâmica. Como atleta, eu também ganhei.

Falava-se outra "língua" no Porto?

Encontrei um clube muito solidário, muito fechado, como é normal dizer-se ainda hoje, muito contra todos. Mas as pessoas eram muito colaborantes. Além dos jogadores, toda a equipa fazia tudo o que era necessário, com uma organização excelente. Se fosse preciso alguma coisa da escola, do hospital, do canalizador, as pessoas tinham essa simpatia. No Benfica sempre senti um défice em relação a esse tipo de ajuda. Uma pessoa assina contrato, é do Benfica, tem de treinar às tantas horas, mas o resto é frieza e desenrasca-te.

Não havia essa atenção no Benfica?

Não. Mas também sei que as coisas hoje em dia são diferentes. Naquela altura a grande diferença foi essa, o apoio e o carinho que lá se dava e aqui não.

É provavelmente um dos únicos jogadores portugueses que fez o percurso Benfica-Porto-Benfica.

Acho que sim.

O que aconteceu para voltar à Luz?

De alguma maneira devo agradecer ao Silvino a possibilidade de ter regressado ao Benfica. Costumo brincar com ele, mas é verdade. Ele fez duas defesas, das melhores da sua carreira, a cabeceamentos meus, um na Luz e outro nas Antas, que se os tivesse deixado entrar acho que já não vinha [risos]. Foram duas defesas espectaculares e ainda hoje lhe digo "Obrigado, porque se não fosses tu eu não tinha voltado". Mas a questão do regresso era de honra. Embora eu já me sentisse bem no Porto, sentia a mágoa do clube, do meu pai, enfim, houve um conjunto de coisas que me estimularam a voltar.

O seu pai era o seu conselheiro, partilhava as suas dúvidas com ele?

Sempre fui muito voltado para dentro, muito reflexivo e pouco comunicativo. Na minha carreira, o meu pai nunca me pressionou e isso foi algo positivo para alguém tão famoso como ele. Ainda hoje isso me serve de figurino para a educação que dou aos meus filhos desportistas.

O regresso serviu para curar a mágoa?

Regressei porque um dos meus melhores amigos - Henrique Freitas - lançou essa possibilidade ao presidente Jorge de Brito e eu, evidentemente, fiquei interessado. Lembro-me do dia em que fui a casa do Jorge de Brito para finalizar o acordo e depois fui acordar o meu pai. Acordei o meu pai, ficou feliz e rimos ainda mais porque ele estava sem dentadura.

Pelos seus olhos, vejo que também ficou muito feliz.

Fiquei, claro.

Sentiu-se mais valorizado na segunda passagem pelo Benfica?

Na valorização financeira sim, em termos gerais foi o mesmo. Sabia que era importante que a primeira época corresse bem, porque as pessoas ainda estavam muito magoadas. Fomos campeões, fui Bola de Prata, não podia ter corrido melhor.

Apesar dos momentos complicados, teve mais momentos bons?

Sim. Tirando esse episódio polémico e difícil, as coisas só começam a patinar quando parto o pé na época seguinte [a 27 de Novembro de 1991, Rui Águas lesiona-se a dez minutos do fim do Dínamo Kiev-Benfica, na 1.a jornada da fase de grupos da Taça dos Campeões]. Foi uma lesão grave e todos pensavam que eu já não voltava a jogar. Quando volto passado uns meses, ouço: "Ah, já não é o mesmo." Isso marca o resto da carreira.

Como é que acaba o ciclo no Benfica?

Em 93/94 acabei o contrato e nem me despedi. Tenho uma magoazinha.

Voltou a sair magoado?

Não. Sou uma pessoa muito objectiva: quatro anos de contrato e acabou. Também já tinha 34 anos. O Gaspar Ramos chamou-me e disse-me que não iam renovar, apertei-lhe a mão, não comentei coisa nenhuma para os jornais e nem havia conferências de imprensa.

Diz que não se despediu. Dos colegas?

Não, não. Estava a lembrar-me de que nesse ano somos campeões, o penúltimo jogo é na Luz e estou no banco com dois rapazes russos [Kulkov e Yuran], que tinham feito mais estragos durante a época que todos os outros juntos. Era um jogo de consagração, contra o Guimarães, e eu percebia que era a última vez que estava ali como atleta. Mas acho que não era só eu que percebia. Na consagração do campeão, o Toni meteu os dois colegas russos e eu fiquei incomodado. Preferiu premiar os rapazes que tão bem o tinham tratado e à equipa.

Ainda passa pelo Estrela da Amadora e acaba na Reggiana, com Paulo Futre.

Faço meia época aqui, boa. Mas no último jogo em Portugal parto uma costela e tenho um pneumotórax. Depois de ter estado internado, vou para Itália e também não corre bem. Esse último ano foi uma experiência única. É que em Itália, quando as coisas correm mal, é tudo a atirar para baixo e não é como aqui que os estrangeiros são privilegiados, lá é o contrário. A equipa estava para descer de divisão e o ambiente era de cortar à faca.

Aproxima-se um clássico com um ingrediente especial, já que o Porto pode ser campeão na Luz. O que perspectiva?

É um clássico de honra para o Benfica e de eventual confirmação para o Porto.

Acredita que o Porto vence na Luz?

Embora seja um jogo de honra, se eu fosse treinador de uma das equipas questionaria a importância deste clássico. Numa altura em que o Porto é campeão, que o Benfica é segundo e já não saem daí e, ainda por cima, havendo um embate próximo no mesmo local e com as mesmas equipas [2.a mão da Taça de Portugal, a 20 de Abril], e a contar, eu guardava esse despique para depois e não prejudicava a Liga Europa agora.

Faria gestão de esforço no clássico?

Eu faria. Mas sei que é muito difícil meter isso na cabeça das pessoas.

Há uns anos voltou ao Benfica para fazer prospecção. Gostou?

A estrutura de formação do Benfica era arcaica, mas foi uma experiência boa, diferente, difícil também e proveitosa nas relações humanas.

Conseguiu melhorar essa estrutura?

Consegui. Havia era duas estruturas diferentes que não se coordenavam convenientemente, a da formação e a da prospecção, que é muito importante que interajam com lealdade. Agora sei que as coisas estão francamente melhores.

Numa entrevista que deu há pouco tempo confessou que Rui Costa lhe pareceu uma pessoa triste no Benfica. Porquê?

Acho que está pouco acompanhado.

Está no melhor cargo para ele?

Talvez. Mas não é uma pessoa com vivência desportiva que consegue por si só melhorar um clube e criar uma estratégia. Não o vejo apoiado, nem considerado, nem com essa influência. Falo pelo que vi de fora.

É preciso profissionalizar?

Apostar em gente com formação desportiva. Se a gestão financeira, o marketing são fundamentais - e o Benfica tem cuidado bem disso -, acima de tudo, o Benfica é um clube de futebol. Para se ganhar continuadamente têm de se definir passos e quem tem capacidade para isso não é quem vejo. Claramente, falta gente.

Porque é que deixou a prospecção?

Acabei o contrato e sinto-me bem melhor como estou.

As ideias não foram bem acolhidas?

Foi difícil. Agora percebo que algumas delas estão em funcionamento. Mas quem tem ideias, quem sugere, quem ousa questionar não tem a vida facilitada.

E agora o que é que faz?

Estou na TVI24 como comentador, a dar cursos de treinadores e a estruturar outras formações. Tenho desenvolvido um projecto mais ligado ao treino, mas que não quero ainda divulgar.

Também quer voltar à universidade. Que curso é que deixou a meio?

Desporto, na FMH [Faculdade de Motricidade Humana]. Na altura, o curso era de cinco anos e fiz dois, até ir para Portimão. Nunca mais estudei. Só fiz uma pós-graduação de Marketing Desportivo e outras coisas de Psicologia.

Quando vai recomeçar?

No próximo ano lectivo talvez volte para tentar acabar o curso e para eventualmente colaborar com o gabinete de futebol da faculdade.

Não é uma pessoa que sorri com facilidade. O que é que o faz rir?

Se calhar os meus filhotes, além das anedotas bem contadas. Sou completamente apaixonado pelos meus filhos, tenho três e é com eles que me sinto melhor. Gosto da amizade deles, da companhia à mesa, do petisco.

"Se eu fosse treinador de uma das equipas, questionaria a importância deste clássico"

"Estava na altura de fazer um contrato decente e o Porto ofereceu-me 11 vezes mais que o que ganhava no Benfica"

"Havia rivalidade mais pelo poderio do adversário do que pelo clima de despique que se tem intensificado"

http://www.ionline.pt/conteudo/114687-rui-aguas-o-fc-porto-ofereceu-me-onze-vezes-mais-que-o-benfica

Bailey

Obrigado pela entrevista.

Comecei a acompanhar minimamente a sério futebol, na época em que o Rui Águas foi melhor marcador em 90/91, ele precisava marcar para apanhar o Domingos e conseguiu, e eu fiquei todo contente, sem saber muito bem porquê. Foi a partir daí que nasceu verdadeiramente o bichinho pelo futebol.

Não me lembro minimamente dele ter saído para o porto e depois voltar, portanto nunca guardei rancor ao Rui Águas. Entendo quem tenha acompanhado o processo ainda se sinta lesado, mas consigo aceitar a explicação que aqui deu, fundamentalmente porque diz no fim que voltar ao Benfica o encheu de felicidade.

AG

E como é lógico, receber 11 vezes mais... ele disse bem que foi ingénuo, porque se tivesse referido que a proposta era do FC Porto o Benfica cobriria a proposta.

Shoky

Impossivel gostar de Rui Águas...absolutamente impossivel.
E mais não digo...honra seja feita ao seu pai, que não merecia nada disto.

Rodolfo Dias

#188
Não alinho em fanatismos. Apenas me apetece dizer isto: quem nunca fez merda na vida, que atire a primeira pedra...

OK, vou ser sincero: comecei a gostar do RA em gaiato, tive um poster dele com a camisola do patrocínio da Shell anos a fio... e nunca o cheguei a tirar, nem mesmo quando soube/descobri que ele tinha ido para o Porto - acabei por o fazer quando decidi limpar as paredes de tudo o que lá tinha. Para mim, continua ainda a ser dos meus pontas-de-lança favoritos - e vai continuar a sê-lo.
Acho piada é cuspir-se no Rui Águas e venerarem-se gajos como o Drulovic ou o Zahovic - que, aliás, até havia malta a defender a sua inclusão na Saudade. Mas enfim, são critérios.

EDIT: já sei que isto vai dar caldeirada, mas que se lixe. São os meus

AG

O homem arrependeu-se... eu não o censuro.

Dudek

#190
Eu também o desculpo. 1º porque arrependeu-se 2º Porra, se o Porto lhe ia pagar 11 vezes mais, o Benfica andava a pagar-lhe em pastilhas elásticas? Realmente em gestão nos últimos 20 anos, parecemos um clube amador. O gajo é profissional, quem envereda por uma carreira de futebolista, tem noção que vai abdicar de muita coisa, e que terá de construir nos 15/20 anos de carreira uma boa situação financeira, porque quando acabar sairá sem estudos, sem emprego garantido e às vezes até com lesões que os limitam para certas actividades. O que o Benfica lhe pagava devia dar para viver naquela altura bem, e nada mais...eu tenho de compreender quem tenta assegurar o futuro. Não estamos a falar de certeza num jogador ganhar 1M e trair o clube para ir ganhar 1,5M..vai viver melhor, mas com o 1º salário tinha a vida assegurada, isso sim é trair por dinheiro. O que ele fez não consigo ver dessa forma..

Compreendo e perdoo o Rui..ele admite que se arrependeu, o que não é nada fácil. Raramente vi um jogador tomar esta decisão e dizê-lo. E a felicidade aquando do seu regresso...

Çula


Far(away)

Não dá para esquecer, não dá para perdoar, acreditem eu já tentei.

Mas só eu sei o quanto o admirava e o que senti quando ele foi para o Porto, da forma como foi, que diga-se de passagem, não aconteceu bem como ele contou.

H

Citação de: Far(away) em 12 de Abril de 2011, 10:46
Não dá para esquecer, não dá para perdoar, acreditem eu já tentei.

Mas só eu sei o quanto o admirava e o que senti quando ele foi para o Porto, da forma como foi, que diga-se de passagem, não aconteceu bem como ele contou.
Far, se puderes explica aí "como" ou o que "realmente" aconteceu, é que tendo eu nascido em 89, não faço ideia de como as coisas ou porque é que as coisas se desenrolaram da forma que foi e lendo a entrevista dele, como não me lembro exactamente daqueles anos por motivos óbvios, até fico com a ideia de que não há assim motivo para tanta tanta animosidade, mas querendo eu saber tudo sobre a história do clube, faço questão de saber como se passou realmente isso, se não for muito incómodo da tua parte. :)

Red skin

Eu perdoei, mas n esqueci... é daquelas coisas em q ambos os lados estiveram mal e o rapaz cometeu um grande erro, esquecendo por completo as suas raízes... podia ter feito a coisa de outra maneira, mas isso agora é facil dizer... e se perdoei é mesmo por isso, pq há atenuantes, por causa do seu pai e pelo q deu ao Benfica dp de voltar do FCPorto....