Eusébio, o Pantera Negra

[Laudrup]

Se fosse para incluir todos os que lá deveriam estar, muitas campas e muitas transladações deveriam ser feitas, algo que não passa pelos horizontes de quem "pensa" o Panteão.

Assim de repente:

D. Afonso Henriques, Infante D. Henrique, Nuno Álvares Pereira, Vasco da Gama, Aristides da Sousa Mendes, Camões, Fernando Pessoa, Egas Moniz, Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco.

E já nos teríamos muito por onde nos orgulhar e identificar, com certeza.

D. Afonso Henriques porquê? Não fosse ele hoje estariamos um pouco melhor.
Um país que começa por causa de uma zanga entre mãe e filho nunca poderia dar certo :S

Por acaso D. Afonso Henriques está no Panteão Nacional, mas em Coimbra.

[KRF]

 

O Vieira é que havia de ser fechado numa estrutura qualquer.

ele já esta...dali já ng o tira

[PMBMaker]

Em vez de gastar dinheiro em estruturas idiotas, deveria-se recuperar e re-embelezar as pedras que lá estão já ilegíveis.

Ah, e já agora meter a minha, que comprei já há 6 meses e até agora nem vê-la. Respeitar os benfiquistas, isso sim seria homenagear Eusébio.

A minha demorou praticamente 1 ano.
Era suposto receber alguma informação da localização e nunca recebi nada.
Num dos muitos telefonemas lá me disseram que tinha sido colocada e o sitio onde estaria.

[46Rossi]

Vi agora o vídeo do Luís Filipe Borges. O homem é um orador fantástico.

já ouvi dizer que o homem teve muito bem a falar do Eusébio mas ainda não tive oportunidade de ver, alguém tem link para ver isso?

[Benedikt]

O Vieira é que havia de ser fechado numa estrutura qualquer.

Epá é melhor não.
Depois temos de gramar com o "A transparência desta redoma de vidro é absoluta."

[ASMor]

Em vez de gastar dinheiro em estruturas idiotas, deveria-se recuperar e re-embelezar as pedras que lá estão já ilegíveis.

Ah, e já agora meter a minha, que comprei já há 6 meses e até agora nem vê-la. Respeitar os benfiquistas, isso sim seria homenagear Eusébio.

pelo que li das pedras aquilo tem garantia de x anos, é reclamar se ja n se vê nada

[Kurt Cobain 10]

https://fbcdn-sphotos-h-a.akamaihd.net/hphotos-ak-prn1/1546410_422122017919162_684106513_n.jpg os Monstros Sagrados Do Benfica !!

[MoreThanRed]

Sou o único a achar que o melhor local para o Eusébio estar nem é o Panteão mas sim os Jerónimos ?

Nos Jerónimos estão o Camões e o Vasco da Gama. Eu adoro o Eusébio, mas calma lá.

Então preferes tê-lo onde mais tarde irão estar o Aníbal e o Mário ? 

Certamente não acho que o seu lugar seja ao lado de Camões e Vasco da Gama. E
é obrigatório esses irem para lá? Acho que não. Anyway, também lá está o Óscar Carmona.

Não é obrigatório mas é o que vai acontecer.

Precisamente, ainda me dás mais razão.

Mas eu nem estou particularmente a fazer campanha para o Eusébio ir para o Panteão. Acho que se for, é justo. Se não for, também não é nenhum escândalo. E para ir diretamente à tua questão, o Panteão tem a importância que tem por ser o Panteão (supostamente onde devem estar as pessoas com importância notável para Portugal, que pelos seus feitos engrandeceram o nome do país, a sua cultura e etc etc), não por ter lá a pessoa X ou Y.

E sinceramente não acho que o Cavaco vá para lá. O Mário Soares ainda sou capaz de acreditar mais. O Cavaco acho que nem cheira.

Mas, já agora. Achas que o Eusébio deve estar ao lado do Camões e do Vasco da Gama?

A mim também não me causa choque se não for. Se for, tudo bem, é merecido, mas nem me incomodo muito com isso.

O que está a bold não faz muito sentido. Se é para ter lá esse tipo de personalidades, então interessa ter lá X e Y. E, sinceramente, olhando para as pessoas que estão no Panteão, o "local onde descansam apenas as grandes figuras do país" não se verifica na prática. Há lá nomes que, claramente, não deviam estar ali.

Porque não ? Só porque é jogador de futebol ?

Mas não faz muito sentido não por culpa do Panteão, mas sim por quem decidiu meter as personalidades lá. Concordemos que o Panteão deve ser esse tal local, mas que há pessoas que se calhar não deviam lá estar. E que lá estão por ser uma espécie de nomeação política. É institucional. Isso não tem de "manchar" o estatuto do Panteão.

Para mim o Camões e o Vasco da Gama são AS duas figuras de Portugal, e não acho que o Eusébio esteja a esse nível. De longe. Acho que o Cabral também podia estar aqui, pronto. O Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia e o Camões escreveu o épico absoluto sobre nosso povo, influenciando a nossa maneira de falar até hoje.

O Eusébio influenciou uma geração, influenciará muitas mais mas acho que nunca chegará à magnitude destes dois (ou três, contando com Cabral). Claramente.

Já para não dizer que as campas de ambos estão feitas em estilo manuelino (tal como o mosteiro) e seria logisticamente impossível metê-lo lá ao lado.

Acaba por desmanchar um pouco a aura que o Panteão deveria ter. E o facto de, provavelmente, ir lá ter figuras como Mário Soares ainda mais.

Concordo, mas repara que nos Jerónimos também tens o D. Sebastião (ou algo a representá-lo). Um rei irresponsável que colocou a nossa coroa nas mãos dos espanhóis. Também tens esse ao lado do Vasco da Gama, Fernando Pessoa e Luís de Camões.

Enfim, acaba por me ser indiferente onde fica o Eusébio. Duvido, até, que ele gostasse de ir para o Panteão ou para outro local especial. Não vai ser por estar a descansar no Panteão ou noutro local qualquer que será mais reconhecido ou mais imortal.

Vou-me repetir, pois lá bem para trás já disse o que aqui vou dizer, ainda que de outra forma:

O Panteão só existe desde 1966 (curiosa coincidência de datas)! É uma criação do Estado Novo. Portanto, que aura é essa que "deveria ter"? Aquilo não é propriamente uma relíquia de séculos, um projecto que o próprio D. Afonso Henriques magicou, para legar para o futuro do país. É um monumento criado com um objectivo político do regime que o criou e que, como tudo neste país, se adaptou à nova realidade após a democratização do país.

Quanto a Cavaco e Soares, não é obrigatório que lá vão parar. Aliás, tal como já foi dito, até acreditaria mais no caso de Soares que no caso de Cavaco - diga-se que se Cavaco for para o Panteão, aí sim, é de fechar o país, porque anedota maior dificilmente haverá.

Finalmente, reafirmo: não há nenhuma lógica coerente para o conjunto de personalidades que estão no Panteão. Nem tem que haver. Esse grupo foi sendo construído ao longo dos anos, seguindo portanto lógicas do momento, do contexto - no início, figuras que o Estado Novo pretendia de algum modo homenagear, porque essa homenagem servia os propósitos do regime (veja-se, por exemplo, que só alguns dos presidentes da 1ª República lá estão...); após o 25 de Abril, adiciona-se o Humberto Delgado (que imagino que ninguém discute, um homem que é morto por defender a democratização do país...) e o mais recente foi outro escritor, Aquilino Ribeiro. Amália foi o único caso (até Eusébio...) de alguém que morre e automaticamente surge uma espécie de "aclamação popular" para que vá para o Panteão. E os partidos políticos vão atrás, apenas porque não querem ficar mal na fotografia. E como, pelos vistos, este país gosta de unanimidades (ou seja, não é capaz de lidar com um dos aspectos mais importantes da vida democrática - característica fundamental do nosso amado Benfica, não esqueçamos - que é a diferença de opiniões), andamos nisto. Até nisso, Cavaco é um bom espelho do país, o homem que diz que "duas pessoas de boa fé, com a mesma informação, têm necessariamente que chegar às mesmas conclusões", ou que faz constantes apelos ao "consenso", como se essa palavra por si só significasse alguma coisa, como se não fosse preciso dizer antes sobre o que é que quer consensos, é incapaz de compreender que o mundo democrático é feito precisamente disso, da divergência. E do respeito por essa diferença. Mas que se há-de esperar de um país onde termos como "intelectual" e "artista" são usados como insultos?

No meu caso, também não faço questão que Eusébio vá para o Panteão. Isso não irá nem dignificá-lo mais, nem diminuí-lo. Nem sequer acho que isso seja assunto que devesse estar já a ser discutido. Neste momento, com as emoções à flor da pele, não há como fazer um juízo racional dessa questão. Por isso mesmo, existia um prazo de vários anos antes que se pudesse fazer a trasladação para o Panteão. Mas como essa regra já foi quebrada com Amália, agora é impossível fazer-se um debate sereno e equilibrado sobre a questão.

[Messi87]

[Minerva]

Tava a ver a gala da Benfica TV em que o Eusébio tava a discursar sobre a mulher, se não fosse ela, ele não sabia o que seria dele, ver os olhos dela a brilhar por ouvir isso e depois acontecer isto...

[Jotenko]

Em vez de gastar dinheiro em estruturas idiotas, deveria-se recuperar e re-embelezar as pedras que lá estão já ilegíveis.

Ah, e já agora meter a minha, que comprei já há 6 meses e até agora nem vê-la. Respeitar os benfiquistas, isso sim seria homenagear Eusébio.

pelo que li das pedras aquilo tem garantia de x anos, é reclamar se ja n se vê nada

Ainda nem sequer a meteram...

[Cyb3rNeo]

Obras na Estátua de Eusébio
Vídeo:

http://luzanossacatedral.com/vai-ser-colocada-estrutura-de-vidro-a-volta-da-estatua-do-king-video/#_

[46Rossi]

fantástico 

[Amsterdam Vallon]

Porque veio da Mafala, como Mantorras um dia chegou a Lisboa com a trouxa feita no Cazenga. Ou indo mais atrás, Peyroteo, Matateu, Vicente, Coluna, Santana, Costa Pereira, Yauca, Hilário, Dinis, Inguila e tantos outros.
Mário Soares faz parte das elites portuguesas. Nunca foi consensual e é-o cada vez menos. Nunca chegará ao Panteão Nacional como vai chegar o grande Eusébio. As elites portuguesas corruptas e ignorantes têm um traço em comum: a inveja. Soares sabe que pelas más companhias e por ele próprio nunca passará de um político medíocre que ganhou algum brilho por se apresentar em comícios com François Miterrand. Aprendeu  a explorar as pausas, gerar expectativas, mas fez sempre tudo isso de uma forma requentada e sem imaginação.
O que ele disse de Eusébio da Silva Ferreira no dia da morte do Pantera Negra deixou-me siderado. Do alto da sua soberba disse que o "rei" era pouco culto. Mário Soares perdeu o juízo! Nada o autoriza a fazer semelhante afirmação. Nem sequer o paternalismo insultuoso que sempre usa quando se refere a alguém oriundo das antigas colónias portuguesas. Ou dos seus políticos e instituições. A cultura do amigo de Savimbi e outros bandidos internacionais, nunca passou o degrau do paleio balofo. Defende posições que o remetem para uma mediocridade cultural confrangedora. Não basta ter amigos e correligionários cultos. É preciso amar a cultura. E ele em Portugal nunca foi amigo da Cultura nem dos agentes culturais. As suas políticas como chefe de vários governos estão aí para o comprovar.
Eusébio era um homem muito culto. Sabia tudo da Mafala e do seu povo. Falava a língua mãe, falava português, falava inglês. Artistas e intelectuais de todo o mundo veneravam-no como expoente máximo da arte do futebol. A sua cultura desportiva era superlativa.
Se Mário Soares atingisse na política o nível que Eusébio alcançou no desporto, podia ombrear com Agostinho Neto, Amílcar Cabral, Mondlane, Samora Machel, António Macedo, Álvaro Cunhal, Miterrand e outros "reis" da política mundial. Mas não. Será sempre um político medíocre que foi elevado aos píncaros pela mão da CIA, do ELP, de Spínola e os restos do regime colonial-fascista.
Eusébio era o expoente máximo da cultura desportiva de dois povos: o moçambicano e o português. Mário Soares é a expressão mínima de um político oportunista que meteu o socialismo na gaveta e entregou a democracia aos ditames do poder económico. Marcou golos na própria baliza e enganou de uma forma atroz o Povo Português. Eusébio passeou a sua classe de desportista de eleição por todo o mundo. Era amado e respeitado. Pela sua infinita classe e inigualável cultura desportiva.
Mário Soares disse com ar compungido que Eusébio bebia uísque de manhã e à tarde. Uma alusão digna de um verdadeiro patife. Ernesto Lara Filho bebia Castelvinho de manhã, à tarde e à noite. Mas foi o maior repórter da sua geração, um poeta universal e um dos maiores cronistas de sempre de língua portuguesa. Eu bebi litros de catembe enquanto ouvia relatos dos jogos do Benfica de Eusébio e traduzia do latim para português as Bucólicas de Virgílio. Enquanto lia emocionado as desditas de Dido, ululando de dor pelos corredores do seu palácio, inconformada com a partida de Eneias, ouvia Nuno Brás, Amadeu José de Freitas ou Artur Agostinho gritar os golos de Eusébio. O genial futebolista era tão culto que inspirou artistas e intelectuais de várias gerações.
Soares disse que Eusébio bebia de manhã e à tarde, para de uma forma subliminar dizer aos portugueses que era um estroina. E sendo assim, não podia ser o Rei. E muito menos estar anos luz acima de um político que é de esquerda quando lhe dá jeito e fecha os olhos às fogueiras da Jamba para estar de bem com os próceres do apartheid. O Eusébio está acima dos mesquinhos interesses das elites portuguesas corruptas e ignorantes.
Vou fazer uma confissão. O meu ídolo do futebol é o grande Benje, o único guarda-redes que ganhou mais fama e glória do que todos os avançados. Um dia o Benfica veio jogar a Luanda contra uma selecção angolana. Benje era o dono da Baliza. Eu disse ao meu irmão Amado: o pior resultado que podemos fazer é zero a zero. O Benje vai fechar a baliza!
Saltámos o muro dos Coqueiros e fomos apoiar o Benje, atrás da baliza. Nas bancadas só se gritava: Eusébio! Eusébio! Eusébio! E nós cá em baixo respondíamos: Benje! Benje! Benje! Começou o jogo e o Eusébio roubou uma bola no meio campo do Benfica, arrancou em força e quando saiu do grande círculo levantou a cabeça, logo de seguida curvou-se em arco para a frente, puxou a perna direita atrás e rematou. Eu e o Amado só vimos a bola no fundo da baliza. O Benje nem reagiu. A bancada explodiu: Eusébio! Eusébio! Eusébio!
O Benje encaixou mais uns golos mas continuou a ser o meu ídolo no futebol. Quanto ao Eusébio destronou de uma assentada Homero, Virgílio, Salústio e um irlandês chamado James Joyce, a quem Louis-Ferndinand Céline chamava bêbado mas escreveu o Ulisses, um romance quase tão grandioso como o futebol do Eusébio.
Mário Soares neste universo é apenas o ajudante de cozinheiro de Júlio César na campanha da Gália, que só existe porque Brecht o imortalizou num poema. O antigo Presidente da República de Portugal devia ler as mensagens que o Presidente José Eduardo dos Santos enviou a Armando Gebuza e Cavaco Silva sobre a morte do Rei Eusébio. Não para aprender, porque como dizia a minha avó, burro velho não toma andadura. Mas para aplaudir. Se a inveja o deixar.

http://jornaldeangola.sapo.ao/opiniao/cronicas_a_media_luz/a_arte_suprema_de_eusebio_e_as_bucolicas_de_virgilio



Se fosse ao Soares desaparecia.

[IvoCardoso]

Simplesmente brutal ... o benfica tem na sua loja online na parte de decoração, papel de parede , esta imagem dava sem duvida um bonito papel de parede