Pedro Pablo Pichardo, Campeão Olímpico/Campeão Mundial/Campeão Europeu

André Sousa

Citação de: Hanzo em 09 de Dezembro de 2017, 14:44
As naturalizações no desporto são uma palhaçada e já é de há algumas décadas. Este é apenas mais um exemplo.
Completamente.

Slb23

Citação de: André Sousa em 10 de Dezembro de 2017, 00:15
Citação de: Hanzo em 09 de Dezembro de 2017, 14:44
As naturalizações no desporto são uma palhaçada e já é de há algumas décadas. Este é apenas mais um exemplo.
Completamente.
Há naturalizações a naturalizações, não se deve meter tudo no mesmo saco.

Por exemplo o Tsanko nasceu na Bulgária mas vive cá desde os 12 anos, aos 18 tornou-se português e optou por representar a selecção nacional porque é o pais com que se identifica. E como este existem outros exemplos similares que nada tem a ver com o caso do PPP e de outros.

André Sousa

Isso dava para fazer um post muito grande e até seria uma discussão interessante, porque não teria influência apenas no desporto, mas pelo telemóvel não dá muito jeito.

Freire

Sou contra estas naturalizações.

TeamRocket37

https://revistaatletismo.com/opiniao-recordes-nacionais-estrangeiros/

A naturalização de Pedro Pablo Pichardo em tempo recorde reacendeu a polémica e já uma outra se avizinha quando (e se...) o atleta de origem cubana vier a bater o recorde nacional de Nelson Évora (17,74), algo bem possível já que o atleta tem 18,08 (em 2015) como recorde pessoal e ainda na época passada chegou aos 17,60 com escassas competições realizadas e após prolongada lesão.

Naturalmente que será um recorde no mínimo "estranho", já que o atleta só há meses chegou a Portugal e bem pouco tem a ver com o atletismo nacional. E também porque o recorde que cairá é histórico – foi batido quando Nelson Évora se sagrou campeão mundial em Osaca'2007, um ano antes do seu título olímpico de Pequim.

Mas factos são factos e nada obstará a que esse eventual recorde passe a fazer parte das listas. Afinal, um pouco à semelhança do recorde de Lorène Bazolo nos 100 m (um recorde histórico de Lucrécia Jardim), conseguido pela atleta de origem congolesa pouco tempo após a sua naturalização, embora ela já vivesse em Portugal há três anos. E até – embora ainda menos, já que ele veio para Portugal ainda com idade de juvenil – os recordes de Francis Obikwelu soam a algo de estranho, dada a origem do atleta... e a sua larguíssima vantagem sobre os "nossos".

Em suma: a questão é complexa e... melindrosa. Afinal, Nelson Évora e Naide Gomes, por exemplo, também só são portugueses desde os seus 18 e 21 anos, respetivamente. Embora com uma grande diferença: vivem em Portugal desde crianças e sempre aqui fizeram as suas carreiras.

À primeira vista, a única solução parece ser encolher os ombros e pensar que tudo isto é fruto dos tempos que correm. Mas se lamentamos (e achamos mal) quando um queniano-turco se sagra campeão da Europa de corta-mato ou quando as equipas espanholas que participam na Taça dos Clubes Campeões Europeus se enchem de ex-marroquinos, não podemos pensar de forma diferente quando somos nós os "prevaricadores". Felizmente que a IAAF (embora tarde...) acordou para o problema e se propõe atacá-lo (resta saber como...). E nós, amantes da modalidade e Federação/Associações Regionais? Até que ponto poderemos amenizar o problema, embora sabendo que não o podemos evitar? Não custa a crer que, muito em breve, tenhamos por aí um fundista queniano de grande classe a procurar naturalizar-se para reforçar um dos dois grandes do nosso atletismo. E, depois, a bater os recordes de Portugal.

Claro que não é possível evitar que, sendo Pichardo português, venha a bater o recorde do triplo. Se a naturalização, em vez de alguns meses demorasse dois anos, o recorde cairia então. Gostemos ou não, na lista de recordes estão também Bazolo e Obikwelu que, tal como Pichardo, não têm culpa alguma e têm todo o direito de ter optado pela nacionalidade portuguesa.

Mas a questão dos recordes vai mais longe. Tem a ver não só com os ex-recordistas como também com os futuros. Quando serão batidos os recordes de Obikwelu? Que incentivo têm os atuais (e próximos) velocistas vendo que esses recordes continuam inalcançáveis?

Só vemos uma solução: a par dos recordes nacionais batidos por atletas naturalizados, seriam homologados/considerados os recordes batidos por atletas não naturalizados. Mas com uma ressalva (atendendo aos exemplos de Naide Gomes e Nelson Évora): só seriam considerados atletas naturalizados, aqueles que o fizeram depois de completarem 18 anos e estiveram antes filiados na federação do seu país de origem.

Em suma: passaria a haver dois recordistas nacionais nos 100 m (M e F) e 200 m (M). E, quando (e se) for o caso, também no triplo (M)... ou em qualquer outra prova em que tal se justifique. Assim, a tabela de recordes nacionais passaria a incluir:

100 m (M)           Francis Obikwelu                       9,86 (2004)

S/atl.nat.            David Lima                              10,05 (2017)

200 m (M)          Francis Obikwelu                      20,01 (2006)

S/atl.nat.           David Lima                               20,30 (2017)

100 m (F)          Lorène Bazolo                           11,21 (2016)

S/atl.nat.           Lucrécia Jardim                         11,30 (1997)

Nota: S/atl.nat. – sem se considerarem os atletas naturalizados depois de completarem 18 anos e que tenham estado filiados na federação do seu país de origem.

Uma ideia para debate...

joaoaria

Concordaria com a não naturalização se este não fosse um tema transversal a todo o mundo do atletismo.
Desde o Keniano dos 800 m naturalizado Dinamarquês, que tudo passou a ser permitido, por isso não podemos ser descriminados negativamente só por uma questão de moral.

Kroll2

nao percebo nada desses assuntos, mas a mim interessa-me os resultados q vai ter com a camisola do Benfica. o resto...

nem ele provavelmente se sentirá portugues quando/se ganhar alguma competiçao importante, quando mais o publico

Vermelhovzky

#637
Há 2 ou 3 questões aqui.

1) a naturalização foi feita de forma ilegal? Não cumpriu as leis do estado português?

Se tudo foi bem feito, então nada a dizer. Se houve ilegalidades, então existe crime e punam os responsáveis.

Podem criticar as leis mas elas não são só aplicadas no desporto. Centenas de pessoas se naturalizam portuguesas, todos os anos.

2) é possível que alguém se possa naturalizar com tão pouco tempo de residência?

É. E não é só em Portugal. O governo pode dar a nacionalidade a alguém em condições especiais.

Artigo 24 do Decreto-Lei n.o 237-A/2006 de 14 de Dezembro.

"O Governo pode conceder a nacionalidade portuguesa, por naturalização... aos estrangeiros que tenham prestado ou sejam chamados a prestar serviços relevantes ao Estado português ou à comunidade nacional".

Pelo que sei a Federação e o comitê olímpico apoiaram o processo e isso é fundamental no caso de atletas. E apoiaram por causa do Pichardo e não do Benfica. Porque Pichardo pode garantir medalhas em europeus, mundiais e olimpíadas.

Vamos lá lembrar que as últimas grandes proezas do atletismo em olimpíadas foram de africanos naturalizados portugueses (Évora e Obikwelu).

Pichardo tem 24 anos e já saltou acima de 18 metros. É o 4.º melhor de sempre no triplo salto e o 2.º dos que estão em actividade. Qualquer país europeu daria tudo para o ter a saltar com as suas cores.

3) deve um naturalizado representar Portugal?

Eu sou dos que não gosta nada de naturalizados "à pressão" nas seleções. Mas abriu-se precedentes no passado (americanos no basquete, búlgaros no andebol, brasileiros no futebol, africanos no atletismo) e agora é absolutamente normal. Os que ficam chocados agora foram os que aplaudiram os Decos, os Liedsons e os Pepes, que tinham tanto de Português como o Pichardo.

Esta decisão nada afecta as competições nacionais de clubes. O Pichardo podia participar em 2018 mesmo sendo estrangeiro. E nas internacionais, nunca tirará lugar a ninguém. Para ir às grandes provas é preciso mínimos e quem os tiver, vai. Vejam o caso do triplo salto feminino em que a Mamona e a Susana participaram.

É criticável, é. Mas não nos prejudica, só nos beneficia. Quem teria que protestar são os outros países. Mas eles também naturalizam atletas.

Dealer 88

Citação de: Vermelhovzky em 13 de Dezembro de 2017, 11:28
Ha 2 ou 3 questões aqui.

1) a naturalização foi feita de forma ilegal? Não cumpriu as leis do estado português?

Se tudo foi bem feito, então nada a dizer. Se houve ilegalidades, então existe crime e punam os responsáveis.

Podem criticar as leis mas elas não são só aplicadas no desporto. Centenas de pessoas se naturalizam portuguesas, todos os anos.

2) é possível que alguém se possa naturalizar com tão pouco tempo de residência?

É. E não é só em Portugal. O governo pode dar a nacionalidade a alguém em condições especiais.

Artigo 24 do Decreto-Lei n.o 237-A/2006 de 14 de Dezembro.

"O Governo pode conceder a nacionalidade portuguesa, por naturalização... aos estrangeiros que tenham prestado ou sejam chamados a prestar serviços relevantes ao Estado português ou à comunidade nacional".

Pelo que sei a Federação e o comitê olímpico apoiaram o processo e isso é fundamental no caso de atletas. E apoiaram por causa do Pichardo e não do Benfica. Porque Pichardo pode garantir medalhas em europeus, mundiais e olimpíadas.

Vamos lá lembrar que as últimas grandes proezas do atletismo em olimpíadas foram de africanos naturalizados portugueses (Évora e Obikwelu).

Pichardo tem 24 anos e já saltou acima de 18 metros. É o 4.º melhor de sempre no triplo salto e o 2.º dos que estão em actividade. Qualquer país europeu daria tudo para o ter a saltar com as suas cores.

3) deve um naturalizado representar Portugal?

Eu sou dos que não gosta nada de naturalizados "à pressão" nas seleções. Mas abriu-se precedentes no passado (americanos no basquete, búlgaros no andebol, brasileiros no futebol, africanos no atletismo) e agora é absolutamente normal. Os que ficam chocados agora foram os que aplaudiram os Decos, os Liedsons e os Pepes, que tinham tanto de Português como o Pichardo.

Esta decisão nada afecta as competições nacionais de clubes. O Pichardo podia participar em 2018 mesmo sendo estrangeiro. E nas internacionais, nunca tirará lugar a ninguém. Para ir às grandes provas é preciso mínimos e quem os tiver, vai. Vejam o caso do triplo salto feminino em que a Mamona e a Susana participaram.

É criticável, é. Mas não nos prejudica, só nos beneficia. Quem teria que protestar são os outros países. Mas eles também naturalizam atletas.


Excelente post!  O0
Subscrevo tudo o que disseste.

Messi87

O atleta do SL Benfica, Pedro Pichardo, regressa à competição dia 8 de fevereiro no Meeting de Madrid, naquela que será a primeira competição do atleta como português.

Será também o regresso à pista coberta desde março 2014, onde conquistou o Bronze no Mundial em Sopot/ Polónia, com a marca de 17.24.

Em pista coberta o recorde pessoal do atleta é de 17.32 (República Checa - fevereiro 2014) e ao ar livre de 18.08 (La Havana - 28 maio 2015)

https://www.slbenfica.pt/pt-pt/agora/noticias/2017_2018/01/22/pedro-pichardo-atletismo-benfica-regressa-a-competicao-a-8-de-fevereiro

Messi87

Citação de: Messi87 em 22 de Janeiro de 2018, 11:29
O atleta do SL Benfica, Pedro Pichardo, regressa à competição dia 8 de fevereiro no Meeting de Madrid, naquela que será a primeira competição do atleta como português.

Será também o regresso à pista coberta desde março 2014, onde conquistou o Bronze no Mundial em Sopot/ Polónia, com a marca de 17.24.

Em pista coberta o recorde pessoal do atleta é de 17.32 (República Checa - fevereiro 2014) e ao ar livre de 18.08 (La Havana - 28 maio 2015)

https://www.slbenfica.pt/pt-pt/agora/noticias/2017_2018/01/22/pedro-pichardo-atletismo-benfica-regressa-a-competicao-a-8-de-fevereiro

Inscritos:


Bethinho

mais uma ocasião para tentar encavar o Evora.


Cloughie


Dandy






   Então ... já pode participar no campeonato nacional ou não?